A Toyota demorou seis anos para reestilizar o seu campeão de vendas no Brasil. O sedã Corolla ganhou novo visual e chega ao mercado com o mesmo motor 1.8 16V flex e modificações na transmissão e nas suspensões, que garantem boa dirigibilidade, desempenho e segurança. O sedã ficou mais moderno, mas mantém um estilo comportado. A visibilidade traseira é ponto fraco no sedã, que peca ainda no quesito conforto.
Estilo
Quando o assunto é design, ousadia nunca foi um ponto forte da Toyota. A montadora sempre privilegiou a qualidade e eficiência de seus produtos, que estão entre os mais vendidos no mundo. Mas, para não se distanciar da concorrência, o fabricante decidiu reestilizar o Corolla, mantendo, porém, um estilo discreto e equilibrado. A frente ficou mais robusta, com vincos no capô e grade pequena, composta por barras paralelas. Os faróis de dupla parábola invadem os pára-lamas e as luzes de neblina estão embutidas no pára-choque. As laterais são lisas, sem frisos, e a linha de cintura elevada contribui para prejudicar a visibilidade traseira do modelo. A traseira tem lanternas salientes, que invadem a tampa do porta-malas. Faltou ousadia por parte da equipe de design da Toyota, que optou por uma fórmula mais comportada.
Acabamento
O acabamento interno do Corolla melhorou em relação à geração anterior. O painel é revestido com material emborrachado e plástico de boa qualidade. O tecido dos bancos também é de boa qualidade, assim como o material usado nos painéis de portas. O painel principal tem instrumentos de fundo preto com números em branco, de fácil visualização. O computador de bordo fornece informações como velocidade média, temperatura externa, consumo instantâneo e médio e autonomia. Todos os comandos estão bem posicionados, mas o motorista tem ainda teclas no volante para operar o equipamento de som. Mas o volante de três raios permanece com o aro muito fino, exigindo maior esforço.
Conforto
O espaço interno não é destaque no sedã médio da Toyota. Na frente, pessoas com mais de 1,70 m de altura e corpo avantajado têm dificuldade para encontrar posição confortável. Apesar de o carro ter banco do motorista com ajuste de altura e coluna de direção regulável, é difícil se acomodar bem para dirigir, pois o espaço é reduzido e os assentos não são anatômicos e macios. Atrás, o assoalho não tem o túnel central, é plano, mas o banco é baixo e não apóia bem as pernas. O ponto positivo ali são os três encostos de cabeça e cintos de segurança retráteis para os três ocupantes. As portas traseiras são pequenas, exigindo maior esforço para entrar e sair do carro.
Desempenho
O motor do Corolla é o já conhecido 1.8 16V VVTi flex, que agora desenvolve 136 cv com álcool e 132 cv com gasolina, perdendo 4 cv com esse combustível em relação ao modelo anterior. Com bom torque em baixas rotações, o propulsor garante arrancadas e retomadas de velocidade eficientes. O único porém é que o motor tem funcionamento áspero em altas rotações, principalmente com álcool, e o isolamento acústico não é suficiente para impedir que chegue ao habitáculo. A Toyota mudou o escalonamento das cinco marchas do câmbio, proporcionando bom aproveitamento da força do motor. Os engates ficaram mais precisos.
Equilíbrio
As suspensões receberam nova calibragem, que garante boa estabilidade em curvas e conforto sobre pisos irregulares, pois filtra bem as imperfeições do solo. O sistema de direção eletroassistida garante leveza em manobras, mas em velocidades mais altas não é tão preciso, exigindo maior atenção. O sistema de freios, com discos nas quatro rodas, ABS e controle de distribuição de frenagem (EBD), é eficiente. O novo Corolla é um sedã honesto na proposta, pois tem um bom conjunto mecânico, acabamento de qualidade e um porta-malas avantajado, detalhe principal de quem procura esse tipo de carro.
Veja a avaliação técnica, os equipamentos, o preço e a ficha técnica do Corolla XEi no Veja Também, no canto superior direito desta página.