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Teste: Motor 1.0 quatro cilindros proporciona desempenho discreto ao Fiat Mobi Way On

Fiat Mobi Way On 1.0 tem estilo que divide opiniões e conjunto mecânico antigo, que o deixa defasado em relação à concorrência. Acabamento interno é bom, mas o espaço, reduzido

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Teste: Motor 1.0 quatro cilindros proporciona desempenho discreto ao Fiat Mobi Way On
Teste: Motor 1.0 quatro cilindros proporciona desempenho discreto ao Fiat Mobi Way On Foto: Teste: Motor 1.0 quatro cilindros proporciona desempenho discreto ao Fiat Mobi Way On

Depois de um longo período sem apresentar novidades no segmento de veículos compactos, a Fiat volta a atacar com o Mobi, um modelo de formas robustas, que para muitos mais parece o Uno vitaminado. Realmente, o estilo do hatch gera polêmica, já que tem a frente agressiva, um tanto exagerada para um carro pequeno. Há quem goste e quem torça o nariz. A versão Way, de maquiagem aventureira, traz alguns adereços e as suspensões um pouco elevadas, deixando o compacto mais esperto em estradas de terra. Mas a Fiat pisou na bola ao lançar o Mobi com o antigo motor 1.0 de quatro cilindros, que proporciona desempenho discreto, diferente dos principais concorrentes equipados com os modernos três cilindros.

ESTILO A Fiat não gosta de associar a imagem do Mobi à do Uno, mas não há como negar que as linhas básicas da carroceria são muito semelhantes. A diferença é que o novo compacto tem formas mais musculosas, com vincos acentuados no capô e nas caixas de rodas. A grade dianteira forma conjunto único com os faróis, que são maiores. E para reforçar o aspecto de robustez, a parte inferior do para-choque tem ampla entrada de ar com moldura preta mais larga. São detalhes da versão aventureira Way, que tem molduras também nas caixas de rodas e rack no teto. A traseira tem lanternas grandes invadindo as laterais e um defletor de ar no para-choque, mas o destaque é a tampa do porta-malas toda de vidro.

ESPAÇO Com dimensões menores que as do Uno, o Mobi Way peca no quesito espaço interno. Ao entrar no carro já é possível perceber algumas limitações, principalmente pessoas de estatura elevada. O banco do motorista tem regulagem de altura, assim como o volante, e é preciso tomar cuidado para não bater a cabeça na saliência do teto onde ficam as luzes e um porta-objetos. Se os bancos dianteiros forem recuados, sobra pouco espaço para quem vai atrás. Ali se acomodam apenas duas pessoas, assim mesmo sem conforto, já que o encosto do banco é muito reto e o assento não apoia bem as pernas. Além disso, no meio não tem apoio de cabeça e o cinto de segurança é subabdominal. Falha grave para um “projeto novo”. O porta-malas também tem espaço reduzido e esta versão conta com um compartimento removível, com tampa, para separar pequenos objetos. Com ele dentro do porta-malas, fica difícil acomodar bagagens maiores. Mas sem ele também não faz muita diferença.

Versão Way tem suspensão elevada e moldura nas caixas de rodas

ACABAMENTO O interior do compacto tem acabamento de qualidade, com plástico de boa aparência no painel, bem montado, e bancos revestidos com tecido agradável ao toque. O painel tem desenho funcional, com todos os comandos bem localizados e fáceis de ser acessados. No centro, o sistema Connect disponibiliza áudio, Bluetooth e entradas auxiliares. Os instrumentos do painel são analógicos, mas no centro tem um visor digital que mais parece um pequeno celular em 3D. Nele o motorista visualiza os dados do computador de bordo, indicador de troca de marchas e outras informações.

DESEMPENHO O principal pecado do Mobi é o conjunto mecânico ultrapassado, o mesmo do Uno. A Fiat deveria ter antecipado o lançamento do seu motor de três cilindros, previsto ainda para o segundo semestre, para dar mais força ao novo hatch. Com o 1.0 de quatro cilindros, que ainda tem sistema de partida a frio, o Mobi tem desempenho limitado. Fica a quilômetros de distância dos concorrentes equipados com os modernos três cilindros. O compacto só começa a reagir depois das 2.500rpm, mas mesmo assim em cidades com topografia irregular, exige constantes mudanças de marcha e grita muito quando o giro sobe. A terceira marcha é muito longa e faz com que a rotação do motor caia rapidamente. E para complicar ainda mais, o câmbio não tem engates precisos e o curso da alavanca é longo.

Interior conta com acabamento de boa qualidade e painel com todos os comandos bem localizados

O Mobi Way só desenvolve bem depois de embalado. O computador de bordo apresentou consumo médio entre cidade e estrada apenas razoável para um compacto equipado com motor 1.0. E o pior é que o novo motor três cilindros da Fiat será lançado inicialmente no Uno, para depois equipar o Mobi. As suspensões do hatch compacto garantem boa estabilidade, mas transferem as irregularidades do solo para dentro do carro, principalmente em estradas de terra. A direção foi bem calibrada e facilita nas manobras, já que o carro tem dimensões compactas. Os freios, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD), funcionaram de forma eficiente. A versão Way tem um pacote inicial de equipamentos e mesmo o completo Way On, que foi o testado pelo VRUM, ainda fica devendo alguns itens de série.


Compartimento removível separa objetos menores no porta-malas, que mesmo sem ele é pequeno

CONECTIVIDADE
Parceiro do celular

Quem entra no Fiat Mobi Way pode estranhar, num primeiro momento, a ausência de uma central multimídia em um carro lançado em uma época em que conectividade é palavra de ordem. É que o compacto chega trazendo uma nova proposta, denominada Fiat Live On. Com um smartphone dotado de sistemas Android ou iOS, a integração é feita por meio de um aplicativo específico. Assim, é possível controlar o rádio e os recursos do celular, como navegação e músicas, usando os comandos do volante. Prático de usar, o Live On disponibiliza o Eco Drive Live, que analisa a forma de dirigir do motorista, revelando se ele está gastando muito combustível. Além dessa possibilidade, o sistema tem o Car Parking, que informa onde o carro foi estacionado, em caso de esquecimento.


Banco traseiro tem pouco espaço

FICHA TÉCNICA

» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, que desenvolve potências de 73cv (gasolina) e 75cv (etanol) a 6.250rpm e torques de 9,5kgfm (g) e 9,9kgfm (e) a 3.850rpm

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco marchas

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira semi-independente, eixo de torção/de liga leve de 5,5x14 polegadas/175/65 R14

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

» FREIOS
A disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)

» CAPACIDADES
Do tanque, 47 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 400 quilos


EQUIPAMENTOS

» DE SÉRIE
Ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, ABS com EBD, volante e banco do motorista com regulagem de altura, vidros e travas elétricas, computador de bordo, chave telecomando para abertura e fechamento das portas, cintos de segurança dianteiros ajustáveis em altura, rodas de liga leve aro 14 polegadas, faróis de neblina, retrovisores externos elétricos com repetidores de seta, sensor de estacionamento traseiro, Connect integrado ao painel com RDS, viva-voz Bluetooth e função Audio Streaming com comando no volante, revestimento em tecido bicolor, porta-óculos, console com porta-objetos e espelho adicional.

» OPCIONAL
Não tem.


QUANTO CUSTA?

O Mobi Way tem preço inicial de R$ 39.300. Já a versão Way On é vendida por R$ 43.800.


NOTAS (0 a 10)

» Desempenho     7
» Espaço interno     6
» Porta-malas     5
» Suspensão/direção     7
» Conforto/ergonomia     7
» Itens de série/opcionais     6
» Segurança     6
» Estilo     7
» Consumo     7
» Tecnologia     6
» Acabamento     7
» Custo/benefício     6