A recente reestilização da Chevrolet S10 foi um pouco além das tradicionais mudanças estéticas, tendo abrangido também uma revisão mais profunda em seu interior e até na mecânica. Por fora, as mudanças se concentraram mais na dianteira, atribuindo ao modelo o DNA global da marca. A grade alongada e a nova cavidade no capô deixaram o visual mais parrudo. Avaliamos a versão High Country, topo de linha, cujos faróis trazem iluminação diurna com LEDs, assim como as lanternas. Com o curioso nome de azul Old Blue Eyes, a cor da unidade testada é nova na paleta da S10.
Boa parte da percepção do interior do veículo está no painel e foi neste ponto que as mudanças se concentraram. O novo painel está mais verticalizado e elegante. O quadro de instrumentos ganhou novo grafismo e o central foi completamente redesenhado, tendo substituído as antigas saídas circulares do ar-condicionado por outra horizontal, e os comandos do sistema multimídia, que com a nova posição recebe menos influência de reflexos em sua tela, ficaram mais intuitivos.
Nesta versão, o painel tem acabamento semelhante ao couro que reveste os bancos, que são em dois tons: marrom e preto. Os painéis das portas e o apoio de braço também trazem detalhes em couro marrom. Condizente com a proposta todo-terreno do veículo, os tapetes são de borracha. O acabamento não deixa a desejar. Uma “mancada” é a falta do ar-condicionado de duas zonas, que é obrigatório num veículo dessa categoria, assim como os difusores de ar para o banco traseiro. Os ajustes elétricos do banco do motorista também deveriam estar disponíveis para o passageiro. O banco traseiro tem assento baixo e não apoia bem as pernas, além de ficar devendo apoio central de cabeça e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis.
Como o veículo é alto, o acesso é facilitado pelos estribos e pelas alças internas no teto. Apesar de a Chevrolet falar em melhorias no isolamento acústico, ainda se ouve o ruído pronunciado do motor diesel no interior do veículo. Sobre o manuseio do compartimento de carga: a tampa da caçamba é pesada; a capota marítima não veda como deveria (coisa que nenhuma outra também o faz), mas é fácil de ser manuseada; e o santantônio estilizado não permite recolher a capota marítima por inteiro. Para ajudar a manobrar este “caminhãozinho”, os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e a câmera de ré são fundamentais.
RODANDO Na mecânica, algumas novidades. A direção passa a ter assistência elétrica, leve em manobras e com o peso adequado em velocidades mais elevadas. Mas a mudança mais evidente foi uma sensível melhoria no conforto da suspensão, que ganhou novos coxins (elemento que faz a ligação entre a longarina e a carroceria) e calibração. Na prática, ela repassa menos as imperfeições do piso aos passageiros, característica comum nas picapes. Trabalhando junto a um câmbio automático de seis marchas, não falta força ao motor a diesel da S10, que já tem todo torque disponível a 2.000rpm. A picape está credenciada para o fora de estrada com a opção de transmissão 4x4 e reduzida, comandadas por meio de um seletor localizado no console. Ainda contribuem nessa situação o auxílio de partida em rampa e o controle de velocidade em declive.
NOVIDADES Nessa versão High Country, a S10 traz equipamentos inéditos que podem prevenir acidentes: o alerta de colisão frontal entra em ação quando o veículo se aproxima de algum objeto à frente e não faz menção de reduzir a velocidade; o alerta de saída de faixa funciona quando o veículo abandona a faixa de rolagem sem que a seta esteja ligada para evidenciar esta intenção, mas o sistema só reconheceu as faixas mais largas de rodovias, não atuando na cidade, e não é capaz de corrigir a trajetória do veículo (como em outros modelos); partida remota por meio do controle da chave, que também aciona o ar-condicionado para climatizar o veículo antes do motorista entrar; e alerta de pressão dos pneus.
Assim como os principais concorrentes do segmento, à medida que a S10 ganhou em porte, refinamento e equipamentos, seu preço também cresceu bastante. Entre os três modelos mais vendidos, a picape média da Chevrolet é a mais em conta, porém fica em desvantagem ao não oferecer itens como sete airbags e controle ativo de velocidade de cruzeiro, que a Ford Ranger tem em sua versão de topo, que é a mais bem equipada, mas custa cerca de R$ 12 mil a mais. Já a Toyota Hilux oferece sete airbags, mas custa R$ 20mil a mais que a S10.
CONECTIVIDADE
Fala que eu te escuto
A S10 traz o sistema multimídia Chevrolet MyLink, operado a partir de uma tela tátil de oito polegadas. Como mídias, perdeu o leitor de CD/DVD, restando o rádio, as entradas USB e auxiliar, além do Bluetooth, que inclui conteúdo em streaming. Esta versão da picape conta com sistema premium de áudio, com cinco alto-falantes e dois tweeters. Pelo cabo USB é possível espelhar o display do smartphone na tela do veículo nos sistemas Android Auto ou Aplle CarPlay, para os telefones compatíveis. A função de telefonia oferece leitura de mensagens SMS (que quase ninguém mais usa) com respostas pré-definidas. O navegador tem mapa 3D e permite a inserção de endereços por comando de voz. O veículo vem equipado com sistema On Star, que oferece serviços de concierge, recuperação de veículo furtado e contato com atendimento médico de emergência.
EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Airbags dianteiros; alarme; alerta de colisão frontal; alerta de saída de faixa; controle eletrônico de tração e estabilidade; faróis e lanternas de neblina; luz de condução diurna com LED; alerta de pressão dos pneus; regulagem de altura dos faróis; freios ABS com EBD e BAS, capota marítima exclusiva; estribos laterais; lanternas com LED; rack de teto com barras transversais; rodas de alumínio aro 18; santantônio exclusivo; volante com revestimento premium; acendimento automático dos faróis; ar-condicionado eletrônico; assistente de partida em aclive; coluna de direção com ajuste de altura; computador de bordo; controlador de velocidade de cruzeiro; controle de velocidade em declive; desembaçador do vidro traseiro; direção elétrica; retrovisor interno eletrocrômico; retrovisores com ajuste elétrico e rebatimento elétrico; sensor de chuva; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro; sistema de partida por controle remoto; vidros e travas elétricos; câmera de ré; sistema de áudio premium; sistema multimídia com navegador e tela de oito polegadas; banco do motorista com ajustes elétricos; bancos com revestimento premium.
» OPCIONAL
Pintura metática.
FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 2.776cm³ de cilindrada, turbo diesel, que desenvolve potência máxima de 200cv a 3.600rpm e torque máximo de 51kgfm a 2.000rpm
» TRANSMISSÃO
Tração 4x4, com reduzida e câmbio automático de seis marchas, com opção de troca manual
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, com braços articulados e barra estabilizadora; e traseira do tipo eixo rígido, com feixe de molas semi-elípticas de dois estágios/ 7,5 x 18 polegadas (alumínio) / 265/60 R18
» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
» FREIOS
A discos na frente e tambores na traseira, com sistema antiblocante (ABS), distribuição da força de frenagem (EBD) e assistência de frenagem de emergência (BAS) nas quatro rodas
» CAPACIDADES
Tanque de combustível, 76 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 1.049kg
QUANTO CUSTA?
A Chevrolet S10 2.8 turbo diesel 4x4 automática High Country com cabine dupla custa R$ 167.450. Com a pintura metálica, que custa R$ 1.650, o preço sobe para R$ 169.140.
NOTAS (0 a 10)
» Desempenho 8
» Espaço interno 8
» Caçamba 7
» Suspensão/direção 8
» Conforto/ergonomia 8
» Itens de série/opcionais 9
» Segurança 8
» Estilo 9
» Consumo 7
» Tecnologia 9
» Acabamento 8
» Custo/benefício 7