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Testamos o novo Honda City 1.5 Touring, que tem motor áspero, mas econômico

O sedã compacto cresceu nas dimensões, ganhou um tapa no visual e tem bom acabamento, apesar do excesso de plástico duro em seu interior

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Testamos o novo Honda City 1.5 Touring, que tem motor áspero, mas econômico
Testamos o novo Honda City 1.5 Touring, que tem motor áspero, mas econômico Foto: Testamos o novo Honda City 1.5 Touring, que tem motor áspero, mas econômico

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A Honda está reestruturando seu portfólio no Brasil, já que parou de produzir por aqui o Civic, o Fit e o WR-V, além do HR-V, que aguarda a chegada da nova geração. Enquanto define a nova estratégia, a montadora já lançou o novo City reestilizado, que terá a difícil missão de conquistar clientes potenciais do Civic e do Fit. Testamos a versão topo de linha do sedã compacto, que traz linhas atualizadas com a família Honda e novas dimensões, já que tem a pretensão de parecer um pouco maior. O motor 1.5 aspirado tem funcionamento áspero, mas garante desempenho e consumo satisfatórios.

O Honda City nunca foi um modelo de destaque no segmento dos sedãs compactos premium, mas sempre teve seu público cativo. No ano passado, foi o 47º automóvel mais emplacado no Brasil, com apenas 6.138 unidades, ficando com a 7ª colocação no ranking de seu segmento. Agora, a linha 2022 do sedã chegou trazendo algumas referências ao Civic, que passará a ser vendido por aqui em versão importada do Canadá, provavelmente com motor 1.5 turbo ou com conjunto híbrido.

VISUAL A primeira coisa que se nota é que o novo City ganhou visual muito parecido com o do Civic. A frente tem um friso largo cromado sobre a grade, que se estende até os faróis full LED nessa versão Touring. Os faróis de neblina e a luz diurna também são em LED. O para-choque dianteiro tem uma pequena entrada de ar inferior e um spoiler pra dar um toque de esportividade ao sedã.

Nas laterais, nota-se um vinco acentuado marcando a linha de cintura e o teto com uma descaída considerável na traseira, com antena shark, tipo barbatana de tubarão. As rodas de liga leve de 16 polegadas tem acabamento em preto brilhante e são calçadas com pneus 185/55 R16. A traseira também mudou e agora traz lanternas mais estreitas, com assinatura em LED. Esteticamente, o sedã ficou com desenho mais harmônico.

Mas uma mudança importante na quinta geração do City é que o sedã cresceu nas dimensões, se aproximando um pouco mais da nona geração do Civic, ficando um meio termo entre o compacto e o médio. O novo City cresceu 9,4cm no comprimento (4,55m) e 5,3cm na largura (1,74m), mas perdeu 0,8cm na altura (1,47m). A distância entre-eixos é de 2,60m

Uma curiosidade é que, na quarta geração, o City tinha porta-malas de 536 litros de capacidade, mas agora diminuiu para 519 litros, que ainda é um bom volume. O problema é que o compartimento de bagagem tem a “boca” não muito grande, o que pode dificultar a entrada de caixas e outros objetos maiores. Mas o porta-malas é todo revestido com carpete e tem dispositivo para rebater o encosto do banco traseiro e ampliar a área de bagagem. Tem também iluminação, mas não conta com ganchos ou argolas para amarração de objetos.

ESPAÇO Na frente, o espaço é bom e os bancos têm desenho anatômico, apoiando bem as pernas, proporcionando conforto. Mas contam com ajustes manuais, sendo que o do motorista traz regulagem de altura, mas não tem a lombar. O banco traseiro também tem amplo espaço para as pernas e assento confortável. Com o assoalho quase plano, é possível acomodar até três pessoas ali, mas conforto mesmo só com duas. Os apoios de cabeça ali são fixos e pessoas com mais de 1,70m de altura vão esbarrar no teto. Vale lembrar que o encosto do banco traseiro é bipartido, possibilitando ampliar a área de bagagem. Quem senta atrás tem direito a uma lanterna no teto, saídas de ar-condicionado na extremidade do console e uma tomada de 12V. Não tem USB, mas tem Isofix e Top Tether para fixação de cadeiras infantis.

O acabamento interno é de boa qualidade, mas tem muito plástico duro no painel e painéis das portas. O painel principal traz detalhe em black piano e couro bege, que está presente também no acabamento das portas e no revestimento dos bancos. O volante revestido em couro tem ajuste em altura e distância, além de trazer os comandos de acesso ao sistema multimídia, rádio, celular e computador de bordo, que traz até medidor de força G. O painel de instrumentos tem conta-giros digital e computador de bordo, além do velocímetro analógico e digital.

TECNOLOGIA O novo City na versão de topo traz o Honda Sensing, com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), que auxilia o motorista a manter a distância em relação ao veículo à frente; sistema de frenagem para mitigação de colisão, acionando o freio ao detectar uma possível colisão frontal; sistema de assistência de permanência em faixa; sistema para mitigação de evasão de pista, que detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar acidentes; e o ajuste automático de farol.

MULTIMÍDIA
O sistema multimídia tem tela tátil de oito polegadas, conectividade por Apple CarPlay e Android Auto, Bluetooth e câmera de ré com visão de 180 graus e superior. Traz também botões físicos para ajuste de volume e sintomia do rádio. A tela do sistema multimídia reproduz a imagem da câmera que está no retrovisor da direita, que detecta a presença de outros carros quando se faz a conversão. Pode ser acessada também em botão na alavanca de seta. Quem senta na frente tem à disposição duas entradas USB e uma tomada 12V no console, além dos comandos do ar-condicionado automático digital.

DIRIGINDO O motor que equipa o City é o i-VTEC 1.5 DOHC, flex, que, de acordo com a Honda, é totalmente novo, com injeção direta de combustível e comando duplo de válvulas. Ele desenvolve 126cv com ambos os combustíveis, mas o torque é de 15,5kgfm com gasolina e 15,8kgfm com etanol. O propulsor trabalha em conjunto com o câmbio automático do tipo CVT, que simula sete marchas que podem ser trocadas manualmente por meio dos paddles shifts atrás do volante.

Na prática, esse conjunto proporciona bom desempenho ao sedã, com respostas satisfatórias às acelerações, garantindo agilidade no trânsito urbano e segurança nas retomadas de velocidade. Mas quando se pisa fundo no acelerador e o giro sobe, o motor passa a trabalhar de forma ruidosa, áspera, contrariando a afirmação da Honda de que o sedã ganhou melhorias no isolamento acústico. O motor grita muito acima das 3.500rpm

CONSUMO Na posição S do câmbio as trocas de marchas simuladas são feitas em giros mais altos, deixando o sedã mais esperto. Na cidade, o computador de bordo apontou consumo médio de 9,3km/l e na estrada, 15,4km/l, com gasolina no tanque. A direção foi bem calibrada, sendo leve nas manobras e firme em velocidades elevadas, com bom diâmetro de giro. As suspensões, McPherson na dianteira e eixo rígido na traseira, receberam nova calibragem para reduzir ruídos e aumentar o conforto. Realmente, o sedã apresentou um rodar macio nas estradas, com boa estabilidade em curvas. O sistema de freios tem discos na frente e tambores na traseira, sendo o de estacionamento com alavanca. Não é eletrônico. Mas ambos atuam com eficiência.

A Honda aposta na boa lista de equipamentos e nos bons números de potência e torque do motor, maiores do que os de alguns concorrentes, mas menores do que os do VW Virtus (128cv e 20,4kgfm), que na versão Highline 200 TSI tem preço de R$ 128.090. O líder do segmento, o Chevrolet Onix Plus, na versão Premier equipada com motor 1.0 turbo de 116cv e 16,8kgfm tem preço sugerido de R$ 107.840. Já o Toyota Yaris Sedan XLS tem motor 1.5 de 110cv e custa R$ 118.490. O Hyundai HB20S Platinum Plus tem motor 1.0 turbo de 120cv e 17,5kgfm de torque, com preço de R$ 109.990. Resta saber se o novo Honda City com suas novidades terá poder para seduzir os compradores do Civic.



FICHA TÉCNICA


MOTOR (*)
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.497cm³ de cilindrada, 16 válvulas, flex, com injeção direta de combustível, que desenvolve potência de 126cv (gasolina/etanol) a 6.200rpm, e torques de 15,5kgfm (g) e 15,8kgfm (e) a 4.600rpm

TRANSMISSÃO (*)
Tração dianteira, com câmbio automático CVT que simula sete marchas, com Paddle Shifts

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS (*)
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, com barra de torção/de liga leve de 6,5x16 polegadas/185/55R16

DIREÇÃO (*)
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS (*)
A discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS/EBD/EBA

CAPACIDADES (*)

Do tanque, 44 litros; porta-malas, 519 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), ND

PESO (*)

1.170 kg

DIMENSÕES (*)

Comprimento, 4,55m; largura, 1,75m; altura, 1,47m; e distância entre-eixos, 2,60m

PERFORMANCE (*)
Velocidade máxima de 175km/h
Aceleração até 100km/h em 10,8 segundos (g/e)

CONSUMO (**)
Cidade: 13,1km/l (g) e 9,2km/l (e)
Estrada: 15,2km/l (g) e 10,5km/l (e)

(*) Dados dos fabricantes
(**) Dados do Inmetro
(g) gasolina; (e) etanol
ND: Não disponível


EQUIPAMENTOS


DE SÉRIE

Alarme de segurança com imobilizador ECU, freios com sistemas ABS e EBD (Anti-Lock Braking System/Electronic Brake Distribution)/EBA (Emergency Brake Assist), assistente de estabilidade e tração VSA (Vehicle Stability Assist), assistente de partidas em aclive HSA (Hill Start Assist), sistema de luzes de emergência (ESS), seis airbags, lembrete de afivelamento dos cintos dianteiros e traseiros, trava infantil nas portas traseiras, Isofix de fixação para cadeirinhas infantis, câmera de ré multivisão com linhas dinâmicas (três vistas), alerta de pressão dos pneus, sistema Honda LaneWatch (assistente para redução de ponto cego), lanternas traseiras em LED, antena tipo Tubarão, retrovisores na cor do veículo com indicadores em LED e rebatimento elétrico automático, conjuntos óptico e DRL full LED, faróis com acendimento automático (sensor crepuscular), sensores de estacionamento com aviso sonoro dianteiro e traseiro, vidros elétricos com um toque em todas as portas com antiesmagamento, piloto automático (Cruise Control) adaptativo, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, desligamento automático dos faróis após 15 segundos, tomadas 12 Volts, jogo de tapetes com trava antiescorregamento (carpete), ar-condicionado digital automático com ventilação para os ocupantes traseiros, botão de partida do motor (Start/Stop), volante e alavanca do câmbio revestidos em couro, revestimento dos bancos em couro na cor preta ou cinza claro, oito alto-falantes de 20W, multimídia com tela tátil de oito polegadas, com interface sem fio para smartphones com Apple CarPlay e Android Auto com Voice Tag, USB, controle de áudio no volante, painel digital TFT de sete polegadas e alta resolução, chave com função Smart Entry de destravamento e travamento das portas por sensor de aproximação, abertura do porta-malas, abertura e fechamento dos vidros e partida com controle remoto, sistema de assistência automática de farol alto e baixo, que se ajusta de acordo com a situação (Auto High Beam – AHB), sistema que auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo detectado a sua frente (Adaptive Cruise Control – ACC), sistema de acionamento de freios ao detectar uma possível colisão frontal com o objetivo de mitigar acidentes (Collision Mitigation Braking System – CMBS), sistema que detecta as faixas de rodagem e ajusta a direção com o objetivo de auxiliar o motorista a manter o veículo centralizado nas linhas de marcação (Lane Keeping Assist System – LKAS), sistema que detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar a sua evasão e possíveis acidentes (Road Departure Mitigation System – RDM).

OPCIONAIS
Não tem.


QUANTO CUSTA
O Honda City é vendido a partir da versão EX, por R$ 108.300. Já a versão intermediária EXL tem preço sugerido de R$ 114.700. E a versão testada, a topo de linha Touring, tem preço de R$ 123.100