O Renault Sandero tem comprimento de compacto e distância entre-eixos de carro médio, o que significa maior espaço interno. Construído sobre a mesma plataforma do Logan, o modelo hatch perde em espaço no habitáculo somente no comprimento. A largura e a altura são as mesmas do sedã. O Sandero acomoda três adultos com conforto, no banco traseiro. No Logan, há mais espaço para pernas no sentido longitudinal.
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O interior do carro repete a fórmula do Logan, com acabamento simples e plástico duro, mas sem rebarbas. Simplicidade não significa desleixo. A posição de dirigir é boa, mas faltam regulagens da coluna de direção em altura e distância. Os retrovisores externos deveriam ser um pouco maiores. O que incomoda sob chuva forte é a velocidade dos limpadores de pára-brisa, que deveria ser maior. Os engates do câmbio estão macios e precisos na unidade testada, com bom curso da alavanca e relações de transmissão bem definidas. Não há queda de rotação entre uma marcha e outra.
Os comandos dos vidros dianteiros estão mal posicionados na parte central do painel, e os traseiros, atrás do freio de mão, também. Tudo para economizar. Há uma linha reta entre os comandos, o que significa menos gasto com fiação. No banco traseiro, faltam cinto de três pontos e apoio de cabeça centrais. O passageiro do meio que se dane. Na versão Privilège do Logan, a topo de linha, há três apoios de cabeça traseiros. No Sandero, a Renault economiza palitos na mesma versão. É difícil entender tamanho descaso, justo com a montadora que chegou ao Brasil equipando de série todas as versões do Clio com airbags frontais.
Os freios estão bem dimensionados, mas não há opção de ABS nessa versão. O sistema de suspensão concilia conforto e estabilidade, como poucos automóveis. As imperfeições do piso não são transferidas para dentro. Mas a direção é ruidosa e, quando se movimenta o volante com o veículo parado, a sensação é de que existe um calo no sistema. A visibilidade traseira lateral é limitada devido à largura da coluna C.
Para aumentar espaço de bagagem, o estepe foi posto sob o porta-malas, o que é pouco prático, pois está sempre sujo, além de furto fácil. As dimensões do porta-malas são ótimas para o tamanho do carro e é bom o aproveitamento, pela ausência de arestas.
O motor 1.6 de oito válvulas é suficiente para o carro. São 17 cv de potência (álcool) e 15 cv (gasolina) e 1,4 kgfm de torque (álcool e gasolina) a menos em relação ao mesmo motor com 16 válvulas, mas dá conta do recado. O carro anda bem com ou sem ar-condicionado ligado. A diferença é que com o mesmo motor e cabeçote de 16 válvulas, o carro vira um foguete em alta. O consumo é praticamente igual.
O que é menor no Sandero de oito válvulas é o preço. A vantagem do motor 1.6 de oito válvulas é a agilidade no trânsito urbano, pois o torque (força) máximo se dá numa faixa mais baixa de rotação (2.850 rpm) contra 3.750 rpm do de16 válvulas. Em velocidades elevadas, na estrada por exemplo, o propulsor com cabeçote multiválvulas tem mais elasticidade e funcionamento mais suave, mas com bom torque também em baixa rotação.
O Sandero tem conjunto que agrada, principalmente as linhas da carroceria. A garantia é de três anos ou 100 mil quilômetros, um atrativo e tanto. Difícil entender o borrachão sem função na extremidade inferior das portas. Se é para evitar amassamentos na porta, está deslocado, pois fica recuado em relação ao vinco central da lata.
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