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Renault Mégane RS - Esportivo francês quer queimar asfalto no Brasil

Cupê francês Mégane RS deve chegar em 2015 com motor 2.0 turbo de 265 cavalos capaz de fazer 254 km/h e disputar espaço com Golf GTI e Civic SI. Conheça detalhes do foguete da Renault

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Renault Mégane RS - Esportivo francês quer queimar asfalto no Brasil
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Esportivo francês deve chegar ao Brasil em 2015



Bruto. A palavra é a definição mais simples para o Mégane RS, cupê esportivo que a Renault planeja importar para o Brasil em 2015. E o termo pode ser aplicado tanto para o conjunto mecânico preparado pela divisão Renault Sport, como para o design com apelo musculoso e visceral.

VEJA FOTOS DO MÉGANE RS!

O flerte com o mercado nacional começou em 2013, mas o passaporte ainda não foi carimbado. No entanto, parece mais próxima a opção do brasileiro em comprar o esse hot hatch. O francês metido a valente vai disputar espaço com Volkswagen Golf GTI e Honda Civic SI, além do Hyundai Veloster, que deve retornar ao Brasil com motor turbo.

Vamos logo às credenciais: o Mégane RS é equipado com motor 2.0 16V turbo com injeção direta que rende 265 cavalos de potência e 36,7 kgfm de torque. A carroceria é cupê de duas portas com massa de 1.387 kg. O câmbio é manual de seis velocidades. Segundo dados da fabricante, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6s com máxima de 254 km/h.

Escapamento central e aerofólio integrado à tampa traseira



A incógnita é o preço. A estimativa é que o veículo seja vendido em torno de R$ 120 mil, mas pode variar entre R$ 100 mil e R$ 160 mil de acordo com a configuração. Existem duas versões do Mégane RS: a Sport, com bancos elétricos e câmera de ré e a Cup, um pouco menos racional e voltada para as pistas. A unidade testada é a Sport.

Design

“É um Veloster?” A pergunta foi repetida em diversos momentos durante o teste por quem desconhece o modelo, ainda inédito no Brasil. O enigma termina ao constatar o logotipo Renault. Não dá para negar a semelhança na traseira entre os dois futuros rivais, graças às pequenas janelas laterais e a parábola formada pela tampa traseira, além da saída de escapamento central. O coreano por sua vez, tem a inusitada terceira porta.

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O Mégane RS tem aparência imponente e musculosa, com vincos marcantes. O spoiler dianteiro possui uma enorme entrada de ar, cortada por uma lâmina aerodinâmica vermelha com luzes diurnas de LED nas extremidades. O elemento faz referência à Fórmula 1, segmento que a Renault Sport também atua. Fechando o conjunto, faróis de xenônio com máscara negra e o logotipo R.S.

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Na lateral, os para-lamas são alargados, ligados por saias esportivas com o filamento vermelho. As duas enormes portas traduzem maior esportividade, com rodas de liga-leve escuras de 19 polegadas. A linha de cintura alta e a caída de teto íngreme resultam num corte abrupto da janela traseira tornando o modelo um legítimo cupê esportivo.

Por fim, a traseira é dominada pelas lanternas com elementos quadrados. O para-choque traseiro possui um extrator de onde surge a saída central de escapamento. E claro, aerofólio integrado à tampa do porta-malas.

Motor 2.0 turbo tem 36,7 kgfm de torque a 3.000 rpm



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Painel tem ar de Déja Vu, mas ainda agrada



O design esportivo, contudo, se mostra pouco prático no dia-a-dia. As pequenas janelas traseiras e a enorme coluna C dificultam a visão nas manobras e mesmo em conversões durante o trajeto. A boa largura que ajuda nas pistas, atrapalha nas balizas.

Tanto que a Renault dispôs rebatimento elétrico dos retrovisores, câmera de ré e sensores de estacionamento traseiros e dianteiros no Megàne RS. Esses itens devem ser mantidos na versão que será importada ao Brasil.

O modelo possui 4,31 m de comprimento, com 1,80 m de largura e 2,64m de entre eixos. O tanque de combustível leva 60 litros.

Belos filetes nas lanternas traseiras



Vida a bordo

O interior segue o padrão da linha Mégane, que é replicado na cabine do Renault Fluence no Brasil. No entanto, detalhes lembram do sangue esportivo. O destaque são os bancos dianteiros no formato concha, com ajustes elétricos e aquecimento, que seguram bem o corpo dos ocupantes em curvas mais fechadas.

No painel, apliques de fibra de carbono, logotipo Renault Sport e um filete vermelho, cor aplicada também nas costuras do volante revestido em couro e na manopla de câmbio. Há ainda uma marcação cinza no meio do volante para orientar o motorista durante curvas e slaloms. As pedaleiras são são em alumínio e os cintos de segurança são vermelhos. Os instrumentos são analógicos, com velocímetro em preto e conta-giros em branco. Nos dois casos, os ponteiros têm retro-iluminação em vermelho.

Linha aerodinâmica com referência à F-1 na dianteira



O carro conta com uma central multimídia com GPS TomTom integrado, com controles no console central e ajustes do som atrás do volante, um padrão da Renault. O sistema não mostrou-se muito intuitivo e os aparelhos disponíveis na concorrência são bem mais completos e fáceis de operar. Por outro lado, áudio é premium, da marca Bose, com boa qualidade de som.

O modelo pode vir equipado com o RS Monitor, um sistema que exibe informações do carro como pressão do turbo, números de potência e torque instantâneos, contador de voltas e cronômetro de aceleração de 0 a 100 km/h, dentre outros.

Ponteiros têm retroiluminação vermelha



O volante tem boa pegada e os controles estão à mão. É fácil achar boa posição ao dirigir e há memória para três regulagens no banco elétrico. Após rebater o assento para acesso aos ocupantes de trás, o banco do motorista retorna eletricamente. Apesar da plataforma cupê, há bom espaço para quem vai ao banco traseiro. Outro opcional interessante são os bancos dianteiros no estilo concha, da Recaro, mais esportivos ainda, mas sem os ajustes elétricos.

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E mesmo para um modelo esportivo, o Mégane RS é capaz de levar cinco passageiros com conforto. Os três ocupantes de trás têm bom espaço, inclusive para quem viaja no assento do meio, mas é inevitável uma sensação claustrofóbica devido à pequena janela. O porta-malas comporta bons 377 litros.

Segurança


Na construção do cupê esportivo, a Renault não mediu esforços para que o veículo saísse bem no quesito segurança. O modelo oferece controles de tração e estabilidade, que podem ser desligados para uma tocada mais esportiva em pistas. Existem dois pontos Isofix para fixação de cadeirinhas infantis e todos os ocupantes têm cinto de três pontos com pre-tensionadores e encosto de cabeça.



O veículo oferece seis airbags, frontais, laterais e de cortina. E para domar todos os 265 cavalos, o Mégane RS vem equipado com freios Brembo, com discos ventilados nas quatro rodas. No eixo dianteiro, os discos são frisados para melhorar ainda mais a eficiência.

Ao volante


À exemplo da família Mégane/Fluence, o cupê possui chave cartão presencial. Ao se aproximar do veículo, as portas são destravadas e o os retrovisores rebatidos voltam eletricamente à posição normal. Para dar a partida, basta pisar no freio e apertar o botão Start/Stop.

Bom espaço para quem vai atrás e bom volume no porta malas



O ronco do bloco 2.0 16 válvulas já denuncia o apetite por velocidade. Trata-se da mesma família de motor que equipava o finado Fluence GT de 180 cavalos. No entanto, virabrequim, pistão, e bielas foram sobredimensionados e pressão do turbo ampliada.

O veículo não possui seletor para modos de condução, como ‘econômico’, ‘conforto’ ou ‘esportivo’ para ajustes de desempenho e suspensão, sistema encontrado no Golf GTI, por exemplo. Isso porque o Mégane RS está no ‘Sport’ o tempo todo! É um carro feito para as pistas. Uma leve pisada e o modelo dá um tranco.

A suspensão privilegia a estabilidade e o veículo é socado no chão, com enormes pneus 235/35Z R19. O comportamento em curvas é exemplar, com segurança para cumprir a trajetória. Infelizmente, devido às condições das ruas e rodovias brasileiras, o carro sofre e todas as imperfeições da via são repassadas para os ocupantes.

Rodas de liga leve de 19" e freios Brembo



O torque do modelo é fenomenal: o máximo de 36,7 kgfm aparece com 3.00 rpm, mas 80% já está disponível com 1.900 rpm. O resultado é um bom desempenho em arrancadas, capaz de grudar os ocupantes no banco. Em todas as marchas há força de sobra, em retomadas e aceleração. Facilmente o giros sobem para 7.000 rotações ao pisar fundo.

A direção é elétrica e progressiva de acordo com a velocidade. O câmbio manual de seis marchas tem engates precisos, mas a embreagem é dura. Durante o trajeto em trechos congestionados, realmente incomoda. A caixa manual aliada ao motor 2.0 turbo é diversão pura com o carro à mão.

Mégane RS ou A29 Super Tucano: quem acelera mais rápido?



Na Europa, não há discussão, carro esportivo é manual. Mas no Brasil o consumidor pode ficar na dúvida ao fazer um investimento acima de R$ 100 mil sem o conforto.A Volkswagen, por exemplo, comercializa o Golf GTI com câmbio automático de seis marchas, assim como Veloster. Já outro rival, o Civic SI também possui caixa manual de seis marchas.

O consumo está de acordo com a proposta do veículo. Em nosso percurso total, com 430 quilômetros com trechos urbanos congestionados e vias expressas, o Mégane fez 7,5 quilômetros por litro. Há possibilidade de obter médias melhores, mas a vocação do modelo é a velocidade.

Modelo quer bancar onda com motor de 265 cavalos



Mégane x Super Tucano


Para testar o ímpeto do bloco 2.0, levamos o Mégane RS ao Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS), na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A base aérea da Força Aérea Brasileira (FAB), possui uma pista de pouso de 1.825 m de comprimento e opera, dentre outras aeronaves, com o Embraer A-29 Super Tucano, um caça leve de ataque e reconhecimento armado.

Se a medida tradicional de aceleração é até os 100 km/h, nesse desafio a meta é chegar aos 180 km/h, velocidade de decolagem do A-29. Com o Mégane RS posicionado na cabeceira da pista, foi dada a largada. O cupê francês chegou ao ponto de decolagem mais rápido que o caça, impressionando os militares que acompanharam o teste. Ao final chegamos aos 200 km/h com o modelo, confiando na eficiência dos freios Brembo. Já o avião corta os ares com máxima de 590 km/h. Guardada as devidas proporções entre as duas máquinas, o veredicto: dois ótimos brinquedos para quem curte velocidade e adrenalina.

Design visceral e musculoso também na lateral



Rivais

O Renault Mégane RS terá como concorrentes o Volkswagen Golf GTI com motor 2.0 turbo de 220 cavalos, o Honda Civic SI, com motor 2.4 aspirado de 206 cavalos e Hyundai Veloster Turbo, que deve chegar com o bloco 1.6 GDI de 204 cavalos. O Golf GTI tem preços desde R$ 103,8 mil a 139,8 mil (com todos os opcionais). O Civic SI vale R$ 119, 9 mil.

Uma opção ainda mais envenenada (e cara) é o Mitsubishi  Lancer Evolution X, com motor 2.0 turbo de 295 cavalos e 37,3 kgfm de torque a 3.500 rpm. O sedã japonês tem preço sugerido de R$ 213,9 mil.

Na Europa, modelo passou por reestilização, mas conjunto mecânico como o do modelo testado foi mantido. O novo Mégane RS já foi flagrado no Brasil, que aumenta expectativa de chegar ao mercado



Conclusão


O Renault Mégane RS é um legítimo puro sangue esportivo e caso a marca francesa decida importá-lo será uma ótima opção para quem de fato deseja um modelo de alto desempenho em tracks days. Não é um carro prático para o dia a dia, mas possui linhas quem chamam bastante atenção. Na Europa, o veículo custa 32 mil euros. Resta saber por quanto será vendido no Brasil e o custo/benefício ante os rivais. Para quem curte acelerar, é diversão garantida.

FICHA TÉCNICA:

Renault Mégane RS 2013/2014

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.998 cm³, turbo, com quatro cilindros em linha, 16V, comando duplo de válvulas no cabeçote, comando de válvulas variável na admissão. Tração dianteira
Transmissão: Câmbio manual de seis velocidades.
Potência: 265 cv a 5.500 rpm.
Torque máximo: 36,7 e kgfm entre 3 mil e 5 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 6,0 segundos.
Velocidade máxima: 254 km/h.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com braço inferior retangular, manga-de-eixo independente e barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção com barra estabilizadora e molas helicoidais. Oferece controle de estabilidade.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD.
Pneus: 235/35 R19.
Dimensões: 4,29 metros de comprimento, 1,85 metro de largura, 1,43 metro de altura e 2,63 metros de entre-eixos
Peso: 1.387 kg.
Capacidade do porta-malas: 377 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Principais itens de série: Airbags frontais, laterais e de cortina, controles de tração e estabilidade, botão de partida, ar-condicionado automático bi-zona, central multimídia com GPS, computador de bordo, direção elétrica, trio elétrico.

 



Mégane RS é um convite para acelerar fundo. Vai encarar?


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