A Renault deu um grande salto no Brasil quando passou a produzir o novo Mégane, um sedã moderno, que agrada pelo conjunto mecânico, acabamento e estilo. O carro pode até não ser um sucesso de vendas, talvez por falha do marketing da montadora, mas convence pela qualidade do projeto. Seguindo a mesma linha, a empresa lançou no fim do ano passado o Mégane Grand Tour, perua feita com base na arquitetura do sedã e que chegou ao mercado para concorrer principalmente com Toyota Fielder e Peugeot 307 SW, já que o Fiat Marea Weekend agoniza.
Estilo
Testamos o Mégane Grand Tour Dynamique com motor 2.0 16V e câmbio automático seqüencial. A perua tem desenho equilibrado, mantendo a mesma frente do sedã, mas com modificações que podem ser percebidas a partir das portas traseiras. De lado, nota-se ligeira descaída na parte traseira do teto, que tem barras longitudinais. A traseira foi muito bem desenhada e, com belas lanternas triangulares, completa o conjunto. A área envidraçada é ampla e favorece a boa visibilidade.
Interior
Trata-se de uma perua com dimensões medianas, o que garante bom aproveitamento do espaço interno. O acabamento interno é de boa qualidade, com material emborrachado no painel e tecido aveludado nos bancos. Os comandos estão bem localizados e são facilmente alcançados pelo motorista, que dispõe ainda de banco com ajuste de altura e coluna de direção regulável em altura e profundidade. Com esses recursos, encontra-se logo uma boa posição de dirigir. O painel tem instrumentos de fácil visualização e computador de bordo que informa consumo médio e instantâneo, autonomia, distância percorrida e velocidade média, além de aviso de troca de óleo e hodômetro. Para ligar o carro, basta inserir o cartão no painel e apertar o botão start. A alavanca de freio de estacionamento é a mesma do sedã, o que exige esforço maior no ombro, ao ser puxada até o final do curso (ver análise ergonômica).
Conforto
Com dimensões avantajadas, o Mégane Grand Tour tem bom espaço interno, mas há uma falha no banco traseiro: o assento é baixo e não permite que as pernas fiquem totalmente apoiadas. Há ainda o túnel central no assoalho, que compromete o conforto de quem se senta no meio do banco. Quanto à segurança, há encostos de cabeça e cintos de três pontos retráteis para todos os ocupantes. O porta-malas é digno de uma perua, com espaço de sobra para as bagagens da família.
Motor e câmbio
O propulsor a gasolina tem bom torque em baixas rotações, mas, quando se pisa fundo no acelerador e o giro sobe, o ruído de funcionamento incomoda. O câmbio automático seqüencial Proactive, de quatro marchas, adapta-se à forma de dirigir do motorista, entendendo as necessidades em diferentes situações. Possibilita, ainda, a troca de marchas manualmente. Trata-se de um câmbio inteligente, mas as arrancadas e retomadas ainda são um pouco lentas, principalmente com ar-condicionado ligado e peso. A relação da transmissão poderia ser mais reduzida. Mas, no geral, para o tamanho e peso do carro, o desempenho é satisfatório. Na cidade, o computador de bordo registrou consumo médio de 6 km/l e, na estrada, com o carro vazio e respeitando o limite de 110 km/h, 12 km/l.
Equilibrada
Um dos pontos fortes da perua Renault é a suspensão. Os engenheiros da montadora conseguiram equilíbrio ideal entre estabilidade e conforto. A perua faz curvas com total segurança e filtra bem as imperfeições do solo, sem causar desconforto aos ocupantes. Os freios, com ABS e EBD (controle eletrônico de frenagem), são eficientes em pista seca ou molhada.
Leveza
O sistema de direção tem assistência elétrica e fica mais leve ou pesada de acordo com a velocidade do carro. O diâmetro de giro é bom e como a direção é muito leve, fica fácil fazer manobras, mesmo em áreas mais apertadas. Na estrada, a direção ganha um pouco mais de peso, mas ainda é muito leve e exige atenção redobrada do motorista.
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