Motores turbo são a bola da vez entre os sedãs médios. Depois da chegada da segunda geração do Chevrolet Cruze com um 1.4, a próxima novidade no segmento é o novo Honda Civic e seu 1.5, que em breve fará companhia aos já existentes 1.6 do Grupo PSA (Citröen C4 Lounge e Peugeot 408) e o 1.4 do Grupo Volkswagen (Audi A3 sedã e Volkswagen Jetta). Aliar excelente desempenho e menor consumo, porém, não é privilégio da Renault, que tem no Fluence GT Line a maior expressão de esportividade entre os concorrentes. Vendida unicamente com o câmbio automático CVT X-Tronic, a versão tem como maior apelo a fantasia apimentada.
Curiosamente o mesmo Fluence já chegou a ser comercializado no Brasil com motor turbo antes da reestilização de 2015, mas deixou de contar com a tecnologia. O preço de R$ 93.350 do GT Line não ajuda. Confira o teste do Portal VRUM.
VISUAL Comparado às versões intermediária Dynamique CVT Plus (R$ 88.740) e topo de linha Privilége (R$ 96.350), o Fluence GT Line se diferencia basicamente pelo Kit Sport, que acrescenta a aparência (e fica por aí) nervosa. A dianteira tem spoiler integrado ao para-choque e faróis de neblina envoltos por uma moldura prateada. De perfil, saias laterais e rodas de liga leve de cinco raios e aro 17, de desenho exclusivo. Um discreto aerofólio foi colocado sobre a tampa do porta-malas e um segundo spoiler, no para-choque traseiro, acrescenta pequenas saídas de ar nas extremidades.
POR DENTRO O painel recebeu acabamento em preto brilhante e uma estreita faixa vermelha, que compõem o interior do Kit Sport juntamente com bancos de couro, descansa braço central e acabamento das portas costurados com pespontos vermelhos. Encostos de cabeça dianteiros vem com a inscrição GT Line grafada. Os pedais são em alumínio, mas o teto solar não é exclusivo da GT Line: também está disponível na topo de linha Privilége. O trabalho foi criado pela equipe do Renault Design América Latina (RDAL), único estúdio de design da marca no continente, localizado em São Paulo, e um dos cinco do mundo.
O espaço interno é espaçoso e acomoda cinco adultos com tranquilidade, com destaque para o banco traseiro com encosto central e sistema Isofix para cadeirinhas infantis. Outro ponto positivo do projeto (e não da versão) é o porta-malas, com capacidade para 530 litros de bagagem. Como em toda a fama Fluence a lista de equipamentos é generosa e inclui chave cartão que destrava as portas e dá a partida a distância, ar-condicionado de duas zonas com saída de ar para o banco traseiro, central multimídia com toque semelhante aos dos smartfones e comando de voz para chamadas e navegador, sensores de chuva, iluminação e estacionamento (traseiro) com câmera de ré. Pontos decisivos para uma escolha de compra baseada no conforto.
COMO ANDA? Ao inserir a chave cartão no painel, apertar o botão de partida do motor e acelerar, é que o Fluence GT Line mostra que suas principais qualidades terminam por aí. O motor 2.0 16v de 140cv/143cv de potência a 6.000rpm e 19,9kgfm e 20,3kgfm de torque (gasolina e etanol, na ordem) mantém a calibração normal, e embora apresente boa faixa de torque em retomadas e baixo ruído de funcionamento em velocidade de cruzeiro, apresenta desempenho do típico sedã médio 2.0 brasileiro. Nem mesmo um câmbio manual que poderia sugerir um comportamento mais esportivo é disponibilizado pela Renault.
A transmissão X-Tronic é eficiente e suave e ainda que tenha a opção de trocas sequenciais, é um conjunto CVT. Como acelera gradualmente, as trocas por toque na alavanca do câmbio são pouco empolgantes. Somado ao peso (1.372kg) do carro, o conjunto motor x transmissão acaba travando a proposta esportiva. Desempenho bem diferente do 2.0 16v turbo de 180cv do antigo Fluence GT, puro prazer com 80% do torque disponível aos 1.500rpm, ainda mais acoplado ao câmbio manual de seis marchas de engates precisos. Este sim um legítimo esportivo.
Quando foi lançado em agosto de 2015, o Fluence GT Line custava a partir de R$ 79.990, o que mostra ainda que o preço, reajustado, deixou de ser tão atrativo. São três as opções de cores: Branco Glacier, Preto Nacré e Vermelho Fogo.
FICHA TÉCNICA
» MOTOR – Dianteiro, transversal, a gasolina, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.997 cm³ de cilindrada, 140cv/143cv(g/a) a 6.000rpm e torque de 19,9/20,3kgfm(g/a) a 3.750rpm
» TRANSMISSÃO – tração dianteira e câmbio automático CVT X-Tronic
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS – Dianteira, independente, tipo McPherson; traseira com molas helicoidais e barra estabilizadora/ de liga leve/ 205/55 R17
» DIREÇÃO – Elétrica com assistência variável
» FREIOS – Discos ventilados na dianteira e discos rígidos na traseira, com ABS, AFU e EBD
» CAPACIDADES – Do tanque, 65 litros; e de carga (ocupantes e bagagem), 428 quilos
» DIMENSÕES (metro) – comprimento, 4,62; largura, 1,81; altura, 1,47; distância entre-eixos, 2,70
» DESEMPENHO – aceleração até 100km/h em 9,9 (g) e 10,1 (a) e máxima de 195
» CONSUMO (km/l) – não divulgado
EQUIPAMENTOS
» De série – Faróis e luzes de neblina com LEDs, rodas de liga leve 17 polegadas Akhiro Pragma, spoiler frontal integrado ao para-choque, aerofólio traseiro, ar-condicionado de duas zonas com saída de ar para o banco traseiro, direção com assistência elétrica, quatro air-bags, bancos de couro, descansa braço central e acabamento das portas com pespontos vermelhos, volante com regulagens de altura e profundidade, pedaleiras esportivas de alumínio, central multimídia com tela tátil de sete polegadas e navegador integrado, piloto automático, rádio CD MP3 com conexão USB, iPod, auxiliar e 4 alto-falantes, vidros elétricos dianteiros e traseiros de um toque com função anti-esmagamento, sistema de partida a distância com acionamento pela chave, sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis e sensores de chuva, iluminação e estacionamento (traseiro) com câmera de ré.
» Opcional – Não tem
QUANTO CUSTA?
» O Renault Fluence GT Line tem preço sugerido a partir de R$ 93.350.