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Renault altera DNA do Fluence Privilège 2015

Para ter mais fôlego no disputado segmento dos médios, o sedã ganhou novo visual e mais itens de conforto, segurança e entretenimento; a mecânica continua a mesma

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Renault altera DNA do Fluence Privilège 2015
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

No interior, principais novidades são o novo sistema multimídia R-Link, com tela de sete polegadas e câmera de ré, que é de série nas versões Dynamique Plus e Privilège

Dominado com certa tranquilidade pelos japoneses Honda Civic e Toyota Corolla, e tendo concorrentes do peso de Chevrolet Cruze, Ford Focus Sedan, Nissan Sentra e Volkswagen Jetta, o segmento dos sedãs médios é extremamente competitivo e exige constantes atualizações para se manter entre os quatro mais vendidos, que é o objetivo do Fluence produzido na fábrica argentina de Córdoba. Para tentar essa façanha, a Renault promoveu mudança no visual externo e pequenas alterações no interior, além de dotar o modelo de novo sistema multimídia nas versões mais sofisticadas e de ar-condicionado de duas zonas e sistema Isofix (para fixar cadeiras infantis) em todas as opções.

 

Veja fotos do Renault Fluence Privilège 2015


Assim como fez com os outros modelos, a Renault também resolveu dar ao Fluence a sua nova identidade visual, com a grade frontal mais afilada e “unindo” os dois faróis e deixando o símbolo da marca (o losango) maior e bem destacado. O modelo ganhou novo para-choque dianteiro, que é mais encorpado e abriga as novas luzes diurnas de LED. A tomada de ar inferior agora é dividida. Os faróis de neblina ficaram menores e envoltos em uma moldura na cor preta. Na traseira, as mudanças se restringem às luzes de LED presentes apenas na versão topo de linha, a Privilège. As rodas de liga também ganharam novos desenhos, sendo um específico para cada versão. A nova cor preto ametista, que ganha contornos de roxo conforme a luz do sol, completa a mudança externa.

Somente versão Privilège ganhou luzes de LED nas lanternas traseiras

Um toque de conectividade

A principal mudança interna está na nova central multimídia R-Link, com tela de sete polegadas de boa visualização e sensível ao toque. O sistema inclui navegação, com mapas bem claros; aplicativo para registrar o consumo de combustível do modo mais econômico de dirigir (o Eco²); reprodução de vídeos e fotos; sistema de telefonia Bluetooth (com comando de voz para fazer ligações) e configuração de alguns sistemas do veículo. Embora não se trate de um sistema de última geração e seja um equipamento de série somente nas versões mais caras, a Dynamique Plus e Privilège, o novo R-Link representa um salto em tecnologia para o Fluence,. O único problema é que a tela fica um pouco distante do motorista, que tem que se inclinar para tocá-la. A versão topo de linha também ganhou câmera de ré, um item importante, já que a visibilidade traseira é bem ruim. 

 

EQUIPAMENTOS

O pacote de itens de série de segurança, que é bem amplo, recebeu a inclusão do sistema Isofix, que possibilita a fixação de cadeiras infantis. Merecem destaque também a chave-cartão, com sistema que trava as portas e recolhe os retrovisores quando o motorista se afasta do veículo e que possibilita ligar/desligar o motor por meio de um botão no painel. A lista de equipamentos de conforto passa a ter ar-condicionado de duas zonas em todas as versões. O volante abriga apenas os comandos do controle automático de velocidade, que, por sua vez, somente é ativado por meio de um interruptor no console; e os controles do áudio ficam em local ruim: numa alavanca na coluna de direção. Outra novidade da linha 2015 é que o quadro de instrumentos com velocímetro digital está presente em todas as versões.

No painel central, destaca-se a tela de sete polegadas do novo sistema R-Link

NA MESMA Não houve nenhuma mudança na mecânica. Continua o mesmo motor 2.0, acoplado a um câmbio CVT (continuamente variável), com seis marchas simuladas. Somente a versão de entrada tem caixa manual. O conjunto não prima pela esportividade, mas dá conta do recado e proporciona conforto. Ele oferece o modo de troca manual, mas isso não faz muita diferença no desempenho.

 

O nível de consumo é apenas razoável para um sedã desse porte. A suspensão também privilegia o conforto, transferindo pouco as irregularidades do piso; e a direção é bem calibrada para manobras e altas velocidades. O espaço interno é amplo para cinco adultos, desde que os que se sentarem no banco traseiro não tenham mais que 1,80m, porque o teto é um pouco baixo. O porta-malas é gigante e o Fluence tem um bom nível de equipamentos em todas as versões.

 

FICHA TÉCNICA
» MOTOR

Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.997cm³ de cilindrada, 16 válvulas, que desenvolve potências de 140cv (gasolina) e 143cv (etanol) a 6.000rpm e torques de 19,9kgfm (gasolina) e 20,3kgfm (etanol) a 3.750rpm

» TRANSMISSÃO

Tração dianteira, com câmbio continuamente variável (CVT) de seis velocidades simuladas

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS

Dianteira, independente do tipo McPherson, com braço inferior triangular e barra estabilizadora; e traseira com eixo soldado em H de deformação programada e barra estabilizadora/de liga leve de 17 polegadas/205/55 R17

» DIREÇÃO

Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável

» FREIOS

A disco ventilado na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem)

» CAPACIDADES

Do tanque, 60 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 413 quilos

EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE

Ar-condicionado de duas zonas, quatro airbags (dianteiros e laterais), sistema Isofix, rodas de liga de 17 polegadas, sistema multimídia R-Link, bancos com revestimento em couro, teto solar, faróis com luzes de LED, câmera de ré, chave cartão com função walk away closing (trava as portas e recolhe os retrovisores quando o motorista se afasta do carro), controles eletrônicos de tração e estabilidade, comando elétrico dos vidros, trava e retrovisores, direção com assistência elétrica, volante revestido em couro e sensores de chuva e crepuscular e faróis de xênon.

» OPCIONAL

Não tem.  

QUANTO CUSTA

A versão avaliada foi a Privilège, com câmbio CVT, que tem preço básico sugerido de R$ 82.990. O sedã também é vendido nas opções Dynamique (manual), R$ 66.890; Dynamique (CVT), R$ 71.890; e Dynamique Plus (CVT), R$ 74.890.

Motor é o mesmo 2.0, de 143cv com etanol

Notas (0 a 10)
Desempenho    7
Espaço interno    8
Porta-malas     10
Suspensão/direção    8
Conforto/ergonomia    8
Itens de série/opcionais     9
Segurança     8
Estilo    8
Consumo    7
Tecnologia     8
Acabamento     7
Custo/benefício     9

AVALIAÇÃO TÉCNICA
ACABAMENTO DA CARROCERIA

A pintura contém vários pontos com impurezas e imperfeições no verniz. A tampa do porta-malas está descentralizada e desnivelada. As quatro extremidades dos para-choques estão desalinhadas na união com a carroceria. As portas têm montagem razoável, mas a dianteira esquerda está desalinhada em relação ao para-lama e tem folga fixa diferente em relação à do outro lado. O capô tem montagem aceitável.

VÃO DO MOTOR

Os itens de verificação permanente têm fácil identificação e acesso. A mangueira de água superior do radiador raspa na extremidade da base plástica do suporte da bateria e da central eletrônica, e já apresenta desgaste. O isolamento acústico em relação ao habitáculo é bom. O motor seus componentes externos preenchem bem o vão, limitando bastante o acesso à manutenção. O capô tem bom ângulo de abertura e o reservatório de gasolina da partida a frio está instalado dentro do
painel de fogo.

ALTURA DO SOLO

Mesmo com o veículo carregado, não ocorreram interferências com o solo sobre piso com imperfeições usuais, saídas de garagem com desnível e quebra molas. Toda a parte inferior do conjunto motor e câmbio tem proteção por chapa em aço de boa espessura.

CLIMATIZAÇÃO
Existem dois pequenos difusores de ar instalado na extremidade do console central, com boa vazão, para os passageiros de trás. O nível de ruídos de funcionamento é baixo e o sistema está bem vedado. Quando fechada, a tampa deslizante (manual) que encobre o teto
solar blinda a incidência de raios solares, favorecendo o conforto e a manutenção da temperatura interna.

FREIOS
Apresentaram boa desaceleração, com reações uniformes nos dois eixos e manutenção da trajetória. Depois de uso esportivo e severo em longa descida sinuosa, a resistência térmica foi positiva. O pedal tem ótima sensibilidade e relação. Os conjuntos dianteiro e traseiro estão bem dimensionados para o peso do veículo e rendimento do motor. O freio de estacionamento atuou normalmente.

CÂMBIO
São duas opções inteligentes de condução com câmbio CVT e no uso manual sequencial, com seis marchas virtuais, por meio de toques na própria alavanca principal. Faltam aletas incorporadas atrás dos raios do volante. O câmbio é extremamente funcional e produz boa dinâmica para o peso do veículo (1.372 quilos).

MOTOR
A performance é boa para a cilindrada e peso do veículo, com aceleração e retomadas de velocidade eficientes no uso misto (cidade/ estrada). Com 450 quilos de carga útil e ar-condicionado ligado ainda satisfaz numa dirigibilidade normal. O funcionamento é elástico e com baixo ruído para um 16V. A curva (potência/toque x rpm) é satisfatória, com boa potência máxima disponível e torque máximo atuando numa rotação (3.750rpm) bem mais usual para um multiválvulas.
VEDAÇÃO
Boa contra água.

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS

O efeito aerodinâmico é contido, mesmo em alta velocidade. Mas ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, terra e asfalto ruim, surgem vários ruídos no habitáculo.

SUSPENSÃO

Os conjuntos estão muito bem calibrados e dimensionados. A relação entre o conforto e estabilidade é boa. O conforto de marcha é muito bom e a estabilidade surpreende pela precisão e rapidez com que possibilita o contorno de curvas de raios variados, com mínima inclinação da carroceria.

DIREÇÃO

A precisão na reta e em curvas é muito boa. O conjunto apresentou nível baico de ruído em curva sobre piso irregular. A velocidade do efeito-retorno agrada e o diâmetro de giro é bom. O volante tem boa pega e a coluna de direção tem ajuste manual em distância e altura, com bom curso. A direção é bem confortável, leve e ágil no uso urbano e firme em estradas, com boas reações, trazendo segurança.

ILUMINAÇÃO

Os faróis apresentaram boa eficiência. Na zona do teto há um plafonier na dianteira, com lanterna e dois spots fixos integrados, e uma lanterna no centro, com resultado positivo em iluminação. A regulagem de altura em função da carga transportada é automática. Existem esguichos para lavar as lentes. As luzes de cortesia estão presentes nos para-sóis, porta-luvas, porta-malas e base inferior das portas dianteiras.

LIMPADOR DO PARA-BRISA

As palhetas têm boa qualidade e os esguichos (quatro jatos), ótima vazão. A área varrida no para-brisa é razoável. O acesso ao reservatório de água, instalado dentro do vão do motor, é fácil.

ESTEPE/MACACO

O estepe está alojado dentro do porta-malas, no fundo do assoalho. Não tem porca auto-adaptadora antifurto. A operação de troca é normal, mas, ao utilizar o estepe (roda em aço e pneu Pirelli 205/65R15, diferente dos de uso Continental 205/55R17), é preciso usar os parafusos específicos que vêm no kit. Essa solução de pneu reserva diferente dos de uso não é funcional no Brasil, além de alterar o comportamento dinâmico do veículo, o que incomoda numa viagem mais longa.

ALARME

O cartão que substitui a chave tem abertura e fechamento dos vidros das quatro portas por um toque, com sistema antiesmagamento integrado. Não há proteção dentro do habitáculo contra invasão pela quebra dos vidros. Existe somente contra a abertura forçada das partes móveis. Ao dar comando, por controle remoto, para travar as portas, os vidros sobem automaticamente.

VOLUME DO PORTA-MALAS

O declarado é 530 litros, e o encontrado foi 480 litros, com o banco traseiro na posição normal, triângulo de segurança dentro do vão. O espaço é prejudicado pelo mecanismo de sustentação da tampa, que tem largas curvaturas, que invadem as áreas laterais no porta-malas, e barras transversais, que fazem o efeito mola.

(*) Avaliação do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan