De Elciego - Rioja, Espanha - Depois de ser apresentado como conceito no Salão de Frankfurt de 2007, o Peugeot RCZ chega ao mercado europeu em edição especial de 200 unidades, com duas opções de motorização: 1.6 a gasolina, de 156cv, e 2.0 a diesel, de 163cv. O cupê esportivo será concorrente direto do Audi TT e vai desembarcar no Brasil no fim do ano.
Veja mais fotos do Peugeot RCZ!
Na cola do TT
Fruto de um projeto que pretende marcar uma nova etapa na história da marca francesa, que completa 200 anos, o RCZ apareceu pela primeira vez para o público em setembro de 2007, na forma de conceito, quando impressionou os visitantes do Salão de Frankfurt. O sucesso da primeira aparição animou os dirigentes da Peugeot, que, seis meses depois, no Salão de Genebra de 2008, anunciaram a decisão de dar vida comercial ao cupê esportivo. Mas o RCZ finalmente ficou pronto e a fábrica vai entregar aos clientes as primeiras 200 unidades (que fazem parte de uma edição especial), vendidas em apenas 48 horas durante o Salão de Frankfurt de 2009. Para conseguir completar o desenvolvimento do esportivo em um curto período de tempo, a marca francesa teve que recorrer à empresa Magna Steyr, em Graz, na Áustria, especializada na fabricação de modelos mais exclusivos e de escala de produção menor.
Estilo
Do conceito ao modelo de produção, o RCZ mudou pouco, ou seja, o carro conserva o estilo arrojado, com linhas que misturam dinamismo, elegância e boa dose de agressividade. Na dianteira, destacam-se o capô bem narigudo, com o novo layout do leão estampado no bico; os faróis bem espichados, que avançam sobre os musculosos para-lamas; a boca (tomada de ar) da fera; e os faróis de neblina, posicionados na vertical. De perfil é que se percebe claramente o principal alvo desse cupê: suas linhas lembram as do Audi TT. Chamam a atenção também os arcos de alumínio, os para-lamas ressaltados e as exclusivas rodas de liga de 18 polegadas (as opcionais, de 19 polegadas, são mais bonitas).
Aerodinâmica
Na traseira, talvez esteja o elemento de estilo que mais marca o RCZ: o vidro com dupla ondulação, que continua no teto. Na verdade, trata-se de uma solução que, além de dar um toque especial ao design do cupê, resolve o problema de acomodar pessoas de até 1,60m no limitado banco traseiro, pois, caso contrário, as cabeças ficariam muito próximas ao teto. Outros detalhes que se sobressaem são as lanternas na cor roxa-rubi, cortadas por uma garra de cristais de LED; a saída dupla de escape, posicionadas do lado esquerdo; e o aerofólio traseiro móvel (ideia copiada da Porsche), que se modifica de acordo com a velocidade, visando a conciliar comportamento (equilíbrio) dinâmico e consumo de combustível. O porta-malas tem capacidade razoável (de 321 litros) para um veículo dessa categoria, podendo ser amplida (para 639 litros) com o rebatimento do banco traseiro.
Interior
A atmosfera interna do RCZ também respira esportividade e elegância, com bancos envolventes; comandos bem posicionados, ao alcance das mãos do motorista; acabamento em couro ou tecido; o revestimento do painel tem textura suave e de toque agradável; os instrumentos têm retroiluminação, que dá um toque futurista e possibilita boa visualização, mesmo de dia; e um charmoso relógio digital no centro do painel. Não se trata de um esportivo despojado, pois o modelo tem rádio CD MP3 com Bluetooth, entrada para USB, conexão Jack e função streaming audio; e sistema multimídia, que inclui navegador com tela de sete polegadas e alta resolução e até avisos de radar, alertando o motorista.
Pedestres
O pacote de segurança do esportivo é bem completo e inclui controle de tração inteligente; sistema que ajuda nas arrancadas em subida, segurando o carro por dois segundos; dois airbags frontais e dois laterais; base tripla de esforços na parte dianteira da estrutura do chassi, para absorver melhor a energia de um impacto frontal; eficientes freios ABS, com discos ventilados de grandes dimensões na frente e traseira, repartidor eletrônico da força de frenagem e auxílio para frenagens de emergência; controle dinâmico de estabilidade; e sistema de capô ativo, para tentar minimizar os ferimentos em pedestres em caso de atropelamento. Uma novidade mundial desse pacote é um serviço (por enquanto não disponível para o Brasil) de chamada de emergência, que pode funcionar de forma manual ou automática (involuntária), localizando o veículo acidentado e enviando o atendimento necessário.
Rodando
Por enquanto, o RCZ tem apenas duas opções de motor na Europa, ambas com câmbio manual de seis marchas: 1.6 a gasolina, de 156cv; e 2.0 a diesel, de 163cv. Rodando por um trecho de 240 quilômetros em estradas sinuosas, retas, autopistas, subidas e descidas de serra, o novo Peugeot mostrou como um esportivo pode ser agressivo (nas acelerações e retomadas e nas trocas rápidas de marcha) e dócil (de certo modo confortável e sempre na mão, equilibrado, mesmo nas curvas mais fechadas) ao mesmo tempo. A eficiência dos freios também impressionou. Em junho, o modelo ganha a opção do motor 1.6 turbo, com injeção direta, que gera 200cv; e do câmbio automático de seis velocidades para a versão 1.6 de 156cv. A Peugeot planeja mostrar o RCZ no Salão do Automóvel de São Paulo deste ano, em novembro, e iniciar as vendas logo depois. Na Europa, a marca pratica preços de 18% a 20% menores do que o concorrente direto (Audi TT) e informou que pretende manter a estratégia no Brasil.
(*) Jornalista viajou a convite da Peugeot do Brasil.