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Peugeot 208 1.5 Allure - Prazer de dirigir

Novo compacto tem a missão de elevar o prestígio da marca francesa no mercado nacional. Espaço interno, estilo, consumo baixo e comportamento dinâmico são pontos positivos

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Novo compacto tem a missão de elevar o prestígio da marca francesa no mercado nacional. Espaço interno, estilo, consumo baixo e comportamento dinâmico são pontos positivos

O 208 representa a redenção da Peugeot no mercado nacional. O carro faz sucesso em todos os mercados nos quais é vendido e a expectativa é que esse desempenho se repita no país. As vendas começaram em 13 de abril e já foram comercializadas 4.269 unidades até maio. A expectativa da Peugeot são 2,5 mil por mês. Os primeiros números superam a previsão. As linhas da carroceria são unanimidade. Difícil é não gostar. A grade frontal enorme, outrora característica da marca e apelidada de bocão, deu lugar a uma de dimensão reduzida; os faróis enormes ficaram menores e em sintonia com o conjunto. A linha de cintura é elevada no sentido da traseira, como a maioria dos modelos atuais. Os para-choques encorpados e arredondados arrematam o conjunto. O 208 usa a nova plataforma para carros compactos do grupo PSA. É a mesma do C3.

 



DENTRO O espaço é bom para as pernas no banco traseiro por causa da distância entre-eixos (ver ficha técnica) de carro médio e medida de conforto generosa. Ambos são fatores determinantes do aproveitamento do espaço interno. O senão é que ocupantes no banco traseiro com mais de 1,80m de altura esbarram a cabeça no teto.

Quadro de instrumentos sobre o painel e volante pequeno

Lá atrás há três cintos de segurança de três pontos retráteis, mas o fabricante economiza palito ao esquecer do apoio de cabeça central, que custa muito menos do que o cinto retrátil de três pontos. Nesta versão, o encosto do banco rebate totalmente. O ideal seria 1/3 e 2/3, pois assim um ou dois ocupantes podem ir lá atrás e ao mesmo tempo ser transportado objeto comprido. A capacidade do porta-malas é muito boa para um carro compacto. A versão testada é a mais completa, com motor 1.5 e o acabamento é benfeito.

Cinto de três pontos retrátil para todos atrás, mas falta apoio central de cabeça



DIRIGINDO Na maioria das vezes, concordo com as avaliações do Daniel Ribeiro Filho (ver avaliação técnica abaixo), mas desta vez divergimos. Ele não vestiu o carro. O 208 é um dos carros mais empolgantes de dirigir. O volante de diâmetro menor e a posição mais baixa dão um toque de esportividade e lembra o kart. A direção é leve e bem direta – ao menor movimento as rodas viram. Não há retardo de resposta. Para que o quadro de instrumentos seja totalmente visualizado, pois fica elevado em relação ao volante, este precisa ficar em posição baixa, que difere da qual estamos habituados.
O sistema de suspensão foi calibrado para privilegiar o comportamento dinâmico e, por isso, as imperfeições do piso são transferidas para dentro em níveis aceitáveis. Entretanto, abusar nas curvas é com o 208. Entra e sai delas sem a menor cerimônia. O carro não prega sustos e está sempre sob controle do motorista. É puro prazer ao volante. Mas como nem tudo é perfeito, os engates do câmbio são barulhentos, nem sempre precisos, e a alavanca tem curso longo. Ao engatar a 2ª ou a 4ª marcha, o cotovelo esbarra no encosto do banco. A visibilidade lateral traseira é ruim por causa da coluna C muito larga.
O motor 1.5 responde bem tanto nas acelerações quanto em retomadas. Não é brilhante, mas pela cilindrada o desempenho convence até com ar-condicionado ligado.

Teto solar panorâmico é um dos atrativos da versão Allure



PÃO-DURO O 208 é avesso a paradas no posto de combustíveis. Na cidade, o consumo médio de etanol foi de 8km/l e de 9,5km/l com gasolina. Na estrada, a média atingiu 15km/l com gasolina e variou de 10km/l a 11km/l com etanol. Em todas as situações, o ar-condicionado estava desligado. No tanque cabem 55 litros, o que proporciona boa autonomia. Trata-se de um carro com características para rodar na cidade, fácil de estacionar, com baixo consumo de combustível e que desliza facilmente na estrada, além de ter linhas bonitas e agradáveis. A garantia é de três anos, sem limite de quilometragem.

 

Garras afiadas

 

AVALIAÇÃO TÉCNICA
Acabamento da carroceria
As portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria. O lado esquerdo da extremidade superior do capô interfere com a curvatura do para-lama na abertura ou fechamento e para acionar a alavanca de abertura é necessário abrir a porta do condutor, pois o mecanismo fica encoberto. A tampa traseira está descentralizada e a pintura contém vários pontos com impurezas. NEGATIVO

Lateral limpa e linha de cintura ascendente embelezam o conjunto



Vão motor
O capô tem ótimo ângulo de abertura e é sustentado por vareta manual. O motopropulsor preenche bem o vão, que é pequeno, mas o acesso à manutenção é razoável, exceto na parte posterior, onde invade a cobertura do painel de fogo. Os itens de verificação constante têm fácil identificação e manuseio e o leiaute do vão tem aspecto organizado. A insonorização em relação ao habitáculo é satisfatória. REGULAR

Altura do solo
Tem de série chapa protetora vazada sob o motopropulsor. Raspa eventualmente a aba inferior do para-choque dianteiro em saídas de garagem com desnível, assim como a parte central do chassi, com o veículo carregado, na transposição de quebra-molas salientes e curtos. REGULAR

Climatização
É por comando manual. São quatro difusores de ar no painel, com ótimas vazão e angulação. A caixa de ar tem seis velocidades e são quatro as opções de direcionamento do fluxo. Está bem vedado. O sistema está muito bem dimensionado para a área do habitáculo e a tampa corrediça blindada evita a incidência solar e claridade através do teto solar. POSITIVO

Freios
A calibragem do ABS não é a ideal devido ao grande retardo de resposta sobre piso de baixo atrito (terra cascalhada e paralelepípedo úmido) em situação de emergência. O pedal de freio tem sensibilidade razoável e o freio de estacionamento atuou normalmente. Depois de uso constante em longa descida sinuosa, com frenagens fortes na entrada das curvas, a perda na resistência térmica foi aceitável. REGULAR

Câmbio
A qualidade de engate tem perda em precisão e maciez em algumas situações usuais e o curso da alavanca é longo. As relações de marchas/diferencial atendem a proposta dinâmica, mas com carga máxima exige trocas mais constantes. O trambulador é barulhento. Em 3ª marcha, a 60km/h, a rotação correspondente é de 2.700rpm; e em 5ª, a 110km/h, fica bem próximo do torque máximo, que é a 3.000rpm. REGULAR

Motor
A sua performance é normal para um 1.5 8V, mas sem brilho dinâmico. As retomadas de velocidade e aceleração são razoáveis. Porém, com carga útil máxima e ar-condicionado ligado e trafegando numa topografia irregular (cidade/estrada) o rendimento é apenas aceitável para sua cilindrada. A rumorosidade de funcionamento é baixa e o sistema flex funcionou bem. POSITIVO

Vedação
Boa contra água e poeira. POSITIVO

Nível interno de ruídos
O efeito aerodinâmico inicia-se a 100km/h e é crescente com a velocidade. Ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, terra e asfalto ruim surgem vários ruídos no habitáculo. NEGATIVO

Suspensão
A estabilidade é muito boa, com ótima precisão e rapidez no contorno de curvas de raios variados, além de inclinação mínima da carroceria. O conforto de marcha está mal definido devido ao nível significativo da transferência das imperfeições do solo para dentro, fato que piora quando o veículo está carregado e com a pressão dos pneus indicada para essa condição. REGULAR

Direção
O sistema de direção com assistência elétrica tem reações muito diretas e leveza, digna de um veículo esportivo, sendo muito prática no uso urbano. Com o veículo em velocidade mais alta, em manobras de forte desvio com retorno à faixa original, requer mais experiência do condutor pela rapidez de resposta. A coluna de direção tem ajuste em altura e distância com bom curso, mas em várias configurações atrapalha a visualização do quadro de instrumentos, mesmo com as dimensões reduzidas do volante. REGULAR

Iluminação
Há luz de cortesia no porta-malas e no porta-luvas. No teto tem pequena lanterna próxima ao retrovisor com resultado discreto em iluminação e não tem spots integrados, sendo favorecido pelo teto de vidro. Os faróis têm construção com dupla parábola e apresentaram boa eficiência no baixo/alto e contam com o auxiliares de neblina no para-choque, mas não têm regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. O quadro de instrumentos tem iluminação permanente. REGULAR

Estepe/macaco
O estepe, que tem a roda em aço e o pneu igual aos de uso, está instalado dentro do porta-malas. A operação de troca é normal, mas é necessário retirar as tampas plásticas de acabamento da cabeça dos parafusos com dispositivo que vem no kit de troca. POSITIVO

Limpador de para-brisa
Os esguichos no para-brisa são do tipo spray em V, com boa vazão e abertura. As palhetas varrem uma área satisfatória e apresentaram boa qualidade. O sistema no vidro traseiro é também eficiente em vazão e campo de visão. Não tem sensor de chuva e é fácil o acesso ao reservatório d’água instalado dentro do vão motor. POSITIVO

Alarme
A chave de ignição é codificada, do tipo canivete, e nela estão inseridas as teclas de travar/destravar. Somente a porta do condutor tem função um toque e o sistema antiesmagamento funcionou bem. Há proteção perimétrica das partes móveis, mas não tem a volumétrica contra invasão do habitáculo pela quebra dos vidros. REGULAR

Volume do porta-malas
O declarado é de 285 litros, o mesmo encontrado na nossa medição, com o banco traseiro na posição normal e a tampa do bagagito fechada.

Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan
www.danieltecnodan.wordpress.com

 

Emílio Camanzi também testou o Peugeot 208 1.5 Allure para o programa Vrum. Assista: 

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FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, oito válvulas, 1.449cm³ de cilindrada, que desenvolve potências máximas de 89cv (gasolina) e de 93cv (etanol) a 5.500rpm e torques máximos de 13,5kgfm (gasolina) e de 14,2kgfm (etanol) a 3.000rpm

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco marchas

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável

» FREIOS
Com discos sólidos na dianteira e tambores na traseira, com sistema
ABS e repartidor eletrônico de frenagem (REF)

» SUSPENSÕES/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, com travessa deformável e barra estabilizadora / 5,5 x 15 polegadas, de liga leve / 195/60 R15



» CAPACIDADES
Do tanque, 55 litros; de carga (bagagens e passageiros), 435 quilos.

 

EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Ar-condicionado, direção com assistência elétrica variável, banco do motorista com regulagem de altura, banco traseiro rebatível inteiriço, computador de bordo, teto solar panorâmico, airbag duplo frontal, freios ABS, acendimento automático das luzes depois de freada brusca, três cintos de segurança de três pontos retráteis no banco traseiro, central multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque, rádio MP3, comandos no volante para som e Bluetooth, entrada USB, volante com regulagem de altura e distância, entre outros.

»OPCIONAIS
Não há.

 

QUANTO CUSTA?
O Peugeot 208 Allure 1.5 tem preço sugerido de R$ 45.990 e a versão Active 1.5, de R$ 39.990.

Lanternas em forma de bumerangue e luzes de LED realçam a traseira



NOTAS (0 a 10)
Desempenho 8
Espaço interno 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 8
Segurança 7
Estilo 9
Consumo 10
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 9