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Peugeot 207 no paredão - Avaliação técnica

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Foto:

Hatch brasileiro tem ampla grade frontal, entrando no estilo bocão imposto pela marca

BOM

Vão do motor
É ótimo o ângulo de abertura do capô. Existe isolamento acústico em relação ao habitáculo, na parte interna do capô e parte do painel de fogo, com resultado apenas aceitável. O motor preenche bem o vão, mas o acesso à manutenção é satisfatório.

Climatização
Apresentou bom funcionamento, com boa vazão de ar pelos difusores do painel, sendo um pouco barulhento na máxima velocidade. Não ocorreu entrada de gases/fumaça, vindos de fora, quando se usa somente o recírculo de ar interno.

Freios
Apresentaram bom comportamento dinâmico no uso misto. O pedal de freio tem sensibilidade razoável e o sistema apresentou reações equilibradas nos dois eixos. Em frenagem de emergência, sobre piso de asfalto seco e molhado, não ocorreu alteração da trajetória e o espaço percorrido até a imobilização foi coerente com a velocidade do veículo. O freio de estacionamento atuou normalmente e não ocorreu superaquecimento, com perda de eficiência frenante, após uso mais severo, em longa descida sinuosa.

Câmbio
As relações de marchas/diferencial estão muito bem elaboradas para o peso do veículo e rendimento do motor, aproveitando bem a faixa de rotação de torque máximo do motor, favorecendo a dirigibilidade no uso urbano e em rodovias. A qualidade de engate é boa em precisão e maciez, sendo baixo o nível de ruídos de funcionamento do trambulador.

Motor
Apesar da baixa cilindrada, a sua performance agrada com retomadas de velocidade e aceleração bem razoáveis. A perda de rendimento com o ar-condicionado ligado e o veículo carregado é aceitável. O nível de ruídos de funcionamento é normal e o sistema Flex funcionou bem nas várias situações analisadas.

Iluminação
Possui luz de cortesia somente no porta-malas. A iluminação do habitáculo na zona do teto é simples e limitada, com somente uma lanterna na dianteira. O grupo óptico dianteiro tem construção com dupla parábola e apresentou boa eficiência no baixo e no alto e conta com auxílio de faróis de neblina embutidos no pára-choque.

Traseira é praticamente a mesma do 206. Motor flex proporciona bom desempenho acima de 2.000 rpm


Limpador do pára-brisa
Os esguichos de água no pára-brisa têm boa vazão e pressão, e, quando acionados, as palhetas de qualidade varrem uma área satisfatória. No vidro traseiro, o sistema também é eficiente. O acesso ao reservatório de água dentro do vão do motor é fácil.

REGULAR

Altura do solo
Toda a parte inferior do motopropulsor tem proteção por chapa em aço. Carregado, com cinco adultos mais 50 kg de bagagem, o veículo raspa a aba inferior do pára-choque dianteiro, a chapa protetora inferior e a parte central do chassi quando trafega sobre piso de terra e paralelepípedo com algumas imperfeições, ao transpor quebra-molas de perfil alto e curto e em saídas de garagem com desnível.

Suspensão
Para um hatch leve, que pesa 1.045 kg, e com motor de baixa potência, as cargas dos componentes das suspensões não privilegiam muito o conforto de marcha. A estabilidade é notável, com ótima precisão no contorno de curvas de raio curto e médio, feitas com o veículo em velocidade. Nas de raio longo, é um automóvel rápido e constante desde a entrada até a saída das curvas.

Direção
As cargas do sistema assistido poderiam ser mais bem elaboradas para melhorar o conforto e leveza no uso urbano e em manobras de garagem. O benefício da direção hidráulica está bem limitado. A coluna de direção tem regulagem angular em altura com bom curso. A precisão na reta e em curvas é boa. A velocidade do efeito-retorno agrada e o diâmetro de giro é bom. Na estrada apresentou reações equilibradas, boa sensibilidade e firmeza.

Alarme
A chave de ignição é codificada, mas não tem de série proteção volumétrica contra invasão, pela quebra de vidros, e a perimétrica, contra abertura forçada das partes móveis.

RUIM

Acabamento da carroceria
A qualidade final da pintura não é boa, pois contém alguns pontos com impurezas. As quatro portas estão desniveladas e a tampa traseira, descentralizada. Os pára-lamas dianteiros estão desnivelados em relação às portas dianteiras e o capô descentralizado e desnivelado, em relação ao painel dianteiro e pára-lamas.

Vedação
Foram observados vários pontos com infiltração de água pela porta do condutor na curvatura superior que perfila com a coluna A e lateral do teto.

Nível interno de ruído
O efeito aerodinâmico inicia-se a 100 km/h e é crescente com a velocidade. Ao trafegar sobre piso de calçamento, terra com costelas e asfalto mal conservado surgem vários ruídos no habitáculo que deixam a desejar.

Estepe/macaco
O estepe, que tem a roda em aço e pneu igual aos de uso, está instalado em bandeja basculável por baixo do porta-malas, do lado de fora. O acesso ao mecanismo de basculamento é feito com a outra extremidade da chave de rodas, que está fixada em suporte muito frágil (quebrou ao recolocar a chave de roda), que fica escondido dentro da ossatura do painel traseiro. A operação de troca é cansativa e não limpa. Para se ter acesso aos parafusos de roda, é necessário tirar as coberturas plásticas de acabamento, com ferramenta específica, que vem no kit.

Ferramentas
Não tem.

EXTRA

Volume do porta-malas
O declarado pela fábrica é de 245 litros, o mesmo encontrado com o banco traseiro na posição normal e com a tampa do bagagito fechada.

(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.