Fabricado no Brasil a partir de 2002, o Mitsubishi Pajero TR4 é produzido em Catalão (Goiás). Mesmo com o bom desempenho de vendas, o modelo foi reestilizado recentemente. O acabamento interno também evoluiu, e houve algumas melhorias mecânicas, principalmente para diminuir as emissões.
Estilo
As proporções do TR4 são típicas de um utilitário compacto, com pouco balanço e boa altura do solo. As linhas angulosas e retas não escondem a idade do projeto. A reestilização, mais do que atualizar as linhas, deixou o veículo mais parecido com os irmãos maiores. Os faróis duplos na frente e as lanternas divididas seguem o padrão usado na picape L200 e no Pajero Full. O pára-choque dianteiro também foi redesenhado e ficou proeminente, mais condizente com a proposta fora-de-estrada.
As rodas de liga leve são de cinco raios, tipo estrela, e junto, com o aerofólio no teto, dão um toque esportivo. Assim como vários outros utilitários - os de verdade e os de mentirinha -, o TR4 tem o estepe fixado na tampa do porta-malas. Para dificultar o furto, um dos parafusos só pode ser desatarraxado com a chave de roda especial.
Interior
Por dentro, o TR4 é sóbrio. O acabamento é de boa qualidade, com plásticos consistentes e montagem bem-feita. O painel é pequeno e o quadro de instrumentos tem velocímetro, conta-giros, indicador de combustível e de temperatura do motor. As outras funções são monitoradas por luzes-espia. No console central, um grande relógio na parte superior funciona como computador de bordo. O rádio, de série, tem leitor de CD e MP3. Mas faltam luzes de cortesia nos espelhos dos pára-sóis e no porta-luvas.
Direção
O motorista fica em posição vertical e o volante (que não tem regulagem de altura ou profundidade) está em posição abaixo da ideal, e o ângulo de inclinação não tem ajuste contínuo. Já alavanca do câmbio fica bem posicionada. Na versão avaliada, equipada com caixa manual, há airbag só para o motorista.
À bordo
A falta de espaço para os ocupantes de trás é um dos principais defeitos do TR4. Além de o banco traseiro ser estreito, também é curto. O passageiro do meio viaja apertado e não conta com cinto de três pontos e apoio de cabeça. O acesso também não é fácil, pois o ângulo de inclinação das portas é limitado e o espaço entre a coluna B e a base do assento não permite entrar sem virar o pé. O porta-malas não é dos maiores, mas aproveitamento é bom, pela sua forma regular, e pode ser ampliado, rebatendo-se o encosto do banco traseiro.
Desempenho
Considerando-se seu peso, o desempenho é adequado e sem pretensões esportivas. Os engates do câmbio são precisos, mas poderiam ser mais macios. As primeira e segunda marchas, muito curtas, deixam um buraco - queda de rotação,- ao se engatar a terceira.
O comportamento em curvas é típico de um jipe. Não dá para entrar com muita vontade em curvas sinuosas. A suspensão rígida ajuda a melhorar a situação, mas prejudica o conforto dos ocupantes, já que o carro pula muito nas irregularidades do piso. Mas é no fora-de-estrada que o TR4 mostra as suas credenciais.
Tração
Em condições normais, a tração é nas rodas traseiras. Por meio de alavanca no console, engata-se a tração integral, o bloqueio do diferencial e a reduzida. Com exceção da reduzida, todos os outros modos de tração integral podem ser inseridos a uma velocidade de até 100 km/h. A versão testada não tinha sistema ABS de freios, mas o equipamento é de série, na linha 2007.
Os atributos off-road do TR4 vão além da tração integral. A altura livre do solo e os bons ângulos de entrada e saída garantem capacidade de enfrentar terrenos irregulares e alagados. Para comportamento ainda melhor na terra, há opcional dos pneus AT, especiais para uso fora-de-estrada.
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