UAI

Novo câmbio automatizado do Mobi proporciona melhor interação entre motorista e veículo

Testamos o Fiat Mobi equipado com o novo câmbio automatizado GSR. Em algumas situações as trocas de marcha estão mais suaves, e a gestão do câmbio prevê mais situações de uso

Publicidade
Novo câmbio automatizado do Mobi proporciona melhor interação entre motorista e veículo
Novo câmbio automatizado do Mobi proporciona melhor interação entre motorista e veículo Foto: Novo câmbio automatizado do Mobi proporciona melhor interação entre motorista e veículo


A disputa no segmento dos compactos é tão acirrada, que não dá para deixar brechas para os concorrentes. Um exemplo disso é que a Fiat não tardou a oferecer o Mobi equipado com câmbio automatizado. É a primeira vez que a marca italiana “casa” um motor 1.0 com este tipo de câmbio no Brasil. Claro que o motor escolhido para o enlace é o novo 1.0 da família Firefly. E, para este novo casamento, a Fiat não quis usar o velho sobrenome Dualogic, que já não gozava de boa reputação. Sempre que usado em conjunto com os motores Firefly, o câmbio automatizado ganha o nome GSR-Comfort.

Grade em preto brilhante é exclusiva da versão Drive


Para conferir como ficou essa união, avaliamos o Mobi na versão Drive, que, por enquanto, é a única a trazer o novo motor 1.0 de três cilindros. De acordo com a Fiat, todo o trabalho de melhoria feito nesse câmbio tem como ponto de partida a boa oferta de torque disponível neste motor, além da evolução do software que gerencia o câmbio, que agora cobre um maior repertório de situações de uso. Mas agora o próprio fabricante já admite que é impossível eliminar por completo o tranco sentido nas trocas de marcha.

Lateral revela linhas fortes e bem marcadas


De fato o desempenho do carro na cidade é surpreendente. Nos trechos planos o carrinho se desenvolve bem, e com trocas mais suaves que os automatizados de antes. Os trancos são mais evidentes quando o câmbio efetua uma redução de marcha no meio de uma subida, ou quando ele reduz marchas provocado pelo kick down, quando o motorista pisa fundo no pedal do acelerador para “informar” ao câmbio que está precisando de uma resposta rápida do motor. A gestão do câmbio também melhorou, fazendo as trocas mais rapidamente e deixando o carro mais solto. Mas ainda tem o que melhorar, como quando o carro está numa subida longa e sobe uma marcha, para depois reduzir novamente.

Práticos, os comandos do câmbio são por botões


MODO S Já no modo esportivo, que estica a rotação do motor antes de trocar as marchas para obter um melhor performance, dê adeus às trocas suaves. Se quiser adotar o estilo “faça você mesmo”, é possível trocar as marchas manualmente, e ainda por cima usando paddle shifters. Vale falar também dos comandos do câmbio automatizado, que nos veículos da Fiat são por botões no console que selecionam os diversos modos: Drive, Esporte, Manual, Ré e Neutro.

Tampa do porta-malas em vidro de alta resistência é a "assinatura" do compacto


SENSOR DE INCLINAÇÃO Uma das principais evoluções desse câmbio automatizado foi a inclusão de um sensor de inclinação. Ao reconhecer que o veículo parou em um aclive, o sensor aumenta as rotações, para que na hora da arrancada o carro vença a inclinação com mais facilidade. E sua atuação é fácil de ser percebida. Se num lugar plano, com a primeira marcha engatada, o conta-giros registra cerca de 1.000rpm, fazendo o mesmo numa subida íngreme o marcador apontava aproximadamente 1.400rpm. O recurso é interessante e muito eficaz nas subidas mais leves, pois evita que o veículo volte. Já nas subidas mais fortes, para que o carro não volte, é preciso tirar o pé do freio e pressionar fundo o acelerador, fazendo os pneus patinarem, o que não é legal. O recurso usado durante o teste foi manter um pé no freio e só soltá-lo quando o outro já estiver pressionando o acelerador. Suave! Outro recurso é prestar a mesma ajuda, mas usando o freio de estacionamento. Tudo isso porque o Mobi não conta com o assistente de partida em rampa, que mantém o freio acionado por alguns segundos depois que o motorista o libera.

Painel traz todos os comandos ao alcance do motorista


CREEPING O creeping é aquele movimento lento dos carros equipados com câmbio automático (dotados de conversor de torque). Esse movimento é muito conveniente durante manobras porque tem baixa velocidade e não exige o uso do acelerador. Mas no câmbio automatizado, que conta com embreagem (apesar dela não estar disponível para o motorista), esse movimento precisa ser simulado. Porém, no caso do Mobi, esse movimento é iniciado com um pequeno atraso, o que torna esse recurso menos prático. Porém, ainda que não seja tão eficiente quanto os câmbios automáticos, a simulação do creeping é muito bem-vinda.

Banco traseiro é apertado e não conta com apoio de cabeça e nem cinto de três pontos para o passageiro central


CONSUMO O motor 1.0 Firefly já se destacava pelo baixo consumo de combustível. Com o câmbio automatizado isso é ainda melhor, já que, para efeito de consumo, a troca das marchas é feita no melhor momento possível (não adianta querer competir com um computador!). Afinal, poucos aí dirigem na cidade a 60km/h usando a quinta marcha, não é? Agora, não parece ser vantajoso para a Fiat se gabar que, entre os modelos com motor 1.0, o Mobi Drive GSR obteve o menor consumo de combustível em ciclo urbano, cutucando o VW up! TSI, que antes ocupava a primeira colocação. É que o up! turbo é um veículo bem mais versátil que o Mobi, aliando consumo baixo e ótimo desempenho. Mas a Fiat deve se gabar é do preço do Mobi automatizado, que é R$ 3.585 mais barato que o VW up! I-Motion na versão move. Qual será a resposta da Volkswagen na linha 2018 do up!, que estreia no início da próxima semana?

Sistema Live On funciona a partir do smartphone


CONECTIVIDADE
Como opcional, a unidade testada estava equipada com o sistema Live On, que usa o seu smartphone como tela e um aplicativo com diversas funções. A conexão é via Bluetooth. O painel traz uma estrutura para fixar o telefone – que não é muito prática porque, ao pressionar sua lateral, acaba acionando os botões de forma indesejada – e uma entrada USB que serve apenas para recarregar o aparelho, não fazendo leitura de pendrive (o que é uma mancada!). A ideia do Live On é aproveitar as funções que já existem no celular, como a própria telefonia e aplicativos de navegação e música em streaming. Isso seria muito justo, mas o problema é que ele não é nada barato, custa mais de R$ 1.500, sendo mais vantajoso investir em um sistema que não dependa do seu smartphone para funcionar, e nem o deixe dando sopa no painel para algum espertinho afaná-lo.

Novo motor 1.0 de três cilindros da família Firefly combina bom desempenho e baixo consumo de combustível


FICHA TÉCNICA

MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, que desenvolve potências de 72cv a 6.00rpm (gasolina) e 77cv (etanol) a 6.250rpm e torques de 10,4kgfm (g) e 10,9kgfm (e) a 3.250rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio automatizado de cinco marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira semi-independente, eixo de torção/ 5,5x14 polegadas em aço (liga leve opcional) /175/65 R14

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

FREIOS
A disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)

CAPACIDADES
Do tanque, 47 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 400 quilos

CONSUMO (Inmetro)
Cidade (km/l), 14 (g)/9,8 (e); Estrada (km/l), 15,9 (g)/11,1 (e)

As rodas de liga-leve de 14 polegadas são opcionais


EQUIPAMENTOS

DE SÉRIE
Ar-condicionado, airbag duplo, freios ABS com EBD, sinalização de frenagem de emergência, volante com regulagem de altura, vidros dianteiros elétricos, computador de bordo, chave telecomando para abertura e fechamento das portas, comando interno de abertura do porta-malas, limpador e desembaçador do vidro traseiro, retrovisores externos com comando interno mecânico, rodas de aço estampado 5.5 x 14 polegadas com calotas integrais e pneus com baixa resistência a rolagem.

OPCIONAL
Kit Tech: chave canivete com telecomando, faróis de neblina, alarme, sensor de estacionamento traseiro, Cargo Box, banco do motorista com regulagem de altura, console de teto com espelho auxiliar, personalização interna (tecido dos bancos, alças de segurança traseiras e dianteira do lado do passageiro, apoio de pé para o motorista, bolsa porta-revista e porta-óculos), rodas de liga-leve de14 polegadas, retrovisores externos elétricos com sistema Tilt Down e setas de direção integradas. Live On: sistema de conectividade via Bluetooth e predisposição para rádio (2 alto-falantes dianteiros, 2 alto-falantes traseiros e antena).

QUANTO CUSTA
O Mobi Drive 1.0 GSR tem preço sugerido de R$ 44.780. Com o Kit Tech de opcionais (R$ 3.770) e o Live On (R$ 1.530), a unidade testada é vendida por R$ 50.080.

Porta-malas é pequeno e a desajeitada caixa organizadora é opcional


Notas (0 a 10)
Desempenho 7
Espaço interno 5
Porta-malas 5
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 6
Segurança 6
Estilo 7
Consumo 9
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 7