Herdados do modismo americano, os utilitários-esportivos já estão bastante difundidos no Brasil. Esse tipo de veículo evoluiu bastante nos últimos anos, pois, no início, eram apenas carrocerias montadas em chassi de picape. Atualmente, já têm plataformas específicas, visando à melhoria da segurança e do comportamento dinâmico. Essa evolução desembocou também na fusão com outros tipos de veículos. Nesse sentido, surgiram os crossovers, que misturam características de utilitário-esportivo com as de perua, com vocação mais para o asfalto do que para a terra. E o Murano foi o primeiro representante dessa geração a chegar ao Brasil.
Estilo
Embora o carro seja de marca japonesa, suas linhas foram traçadas nos Estados Unidos, mais precisamente na Califórnia, onde está um centro de estilo da Nissan. E essa influência americana fica clara nas generosas dimensões externas, que, embora esbanjem imponência, são pouco práticas no trânsito urbano, exigindo, por exemplo, vagas e espaço maiores para manobras. Detalhe: o carro não tem sensor de estacionamento.
Agressivo
Mas o Murano não chama a atenção apenas pelo porte avantajado, seu design é bastante agressivo. Na frente, destacam-se a enorme grade cromada, misturando barras verticais e horizontais; o recorte da tampa do motor, em forma de cunha; e os faróis trapezoidais, que seguem a curvatura do pára-lama. De perfil, o que mais impressiona é o fim da linha de cintura, que forma uma peça triangular; e a coluna C, que fica ‘escondida’ pelo vidro. O efeito é interessante. A traseira também reserva surpresas, como as lanternas (verticalizadas) que, assim como os faróis, acompanham a curvatura do pára-lama. Também chamam a atenção as duas ponteiras cromadas de escape, numa pitada de esportividade.
Interior
O crossover tem habitáculo um pouco mais sóbrio, misturando tons de preto (nos bancos em couro, painel e forrações em geral) com cinza imitando metal (presente nas molduras do painel central, aros do volante, computador de bordo, CD Player, ar-condicionado, base da alavanca de marchas e painéis de porta). O espaço interno é amplo. Três adultos se acomodam sem se apertar, e com espaço de sobra para as pernas, no banco traseiro, que tem encosto regulável. Mas quem se senta no meio é incomodado pelo apoio de braço central, que fica embutido, e tem apoio de cabeça de ação limitada, devido à pouca altura. O porta-malas é apenas razoável, para as dimensões do veículo, mas, como o banco traseiro rebate de um a dois terços, o espaço aumenta bastante.
Tecnologia
O Murano tem muita tecnologia. Para possibilitar boa posição de dirigir, o carro tem duas posições de memória para regulagens elétricas do banco, retrovisores e pedais, além da coluna de direção ajustável em altura. Destaque ainda para o eficiente ar-condicionado e o sistema de som, de altíssima qualidade. O pacote de segurança é bem completo, incluindo desde airbags do tipo cortina até apoios de cabeça ativos. Já o destravamento do freio de estacionamento, no próprio pedal de acionamento, é ruim e pode induzir o motorista a erro. Ao tentar pressioná-lo mais, pode acabar liberando o veículo. O certo seria o destravamento manual, como na maioria dos carros que têm freio de pé.
Combinação
A mistura do motor V6 3.5 (de 231 cv) com o câmbio automático, do tipo CVT, é uma combinação perfeita para o prazer de dirigir. Basta encostar o pé no acelerador, para o crossover reagir com vigor. Se o motorista quiser respostas mais rápidas, é só deslocar a alavanca de marchas para a direita e alterar o modo de troca (das seis marchas) para manual. As trocas e o funcionamento do motor são suaves. O consumo de combustível é elevado. A suspensão privilegia o conforto, mas, com o controle de estabilidade (ESP) desligado, o motorista deve ter bastante atenção em curvas fechadas.
Leia mais e assista ao teste do Murano no Veja Também, no canto superior direito desta página.