A segunda geração do Jeep Compass fez sua estreia mundial no Brasil. Trata-se do terceiro modelo fabricado na planta da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) em Goiana (PE), depois do irmão menor Renegade e da picape Fiat Toro. O utilitário-esportivo tem porte médio. A título de comparação, o Compass tem 18cm de comprimento e 6cm de distância extre-eixos a mais que o compacto Renegade. Existem versões flex – com motor 2.0 Tigershark de até 166cv de potência e 20,5kgfm de torque (abastecido com etanol) – a partir de R$ 99.990, e diesel, caso da unidade testada. Testamos a versão Longitude, a de entrada com a motorização diesel.
Trata-se do já conhecido motor MultiJet II, um 2.0 turbodiesel que demonstra bom fôlego para carregar os mais de 1.700 quilos do SUV. Para ficar perfeito, o câmbio de nove marchas não deixa faltar nenhum degrau enquanto o veículo ganha desempenho rapidamente. O motor tem ótimo torque, sendo 80% disponíveis já aos 1.500rpm. O Compass é aquele tipo de veículo que basta acelerar e ele não demora a responder adequadamente. Para quem gosta de esquentar a cabeça, é possível trocar as marchas manualmente pela alavanca de câmbio ou por aletas localizadas próximas ao volante.
O utilitário-esportivo está bem preparado para pequenas aventuras fora do asfalto, a começar pela tração 4x4, com direito a reduzida. Também é possível otimizar a tração para diferentes tipos de pavimentação: areia, neve ou lama. Dentro do circuito do teste “enfrentamos” um bom trecho de lama e o Compass se comportou muito bem. Para quem for abusar do veículo, recomenda-se calçar as rodas com pneus mais adequados para o fora de estrada.
O modelo também conta com o auxilio de descida em ladeira, para não perder tração ao transpor pavimentos instáveis. Toda a parafernália do fora de estrada é facilmente comandada por um seletor localizado no console. A suspensão tem bom acerto, garantindo segurança nas curvas e um nível muito bom de conforto, ainda mais se tratando de um SUV. O toque de requinte é o freio de estacionamento elétrico, acionado por um botão.
DENTRO O interior recebeu acabamento e montagem corretos, com material emborrachado no painel e portas, plástico de bom aspecto, tapetes acarpetados e um belo tecido no forro do teto. De série, os bancos são revestidos com tecido, porém, os da unidade testada tinham revestimento em couro (opcional). O banco de trás tem bom espaço, acomodando com conforto dois passageiros, já que o central é atrapalhado pelo túnel do assoalho. Em compensação, esse ocupante tem direito a cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça.
A visibilidade traseira deixa a desejar, já que o vidro de trás é achatado e a coluna C é bastante larga. Para compensar, é bom ficar atento à câmera de ré e ao sensor de estacionamento traseiro. O porta-malas tem espaço razoável e, se precisar levar um objeto mais volumoso, é possível rebater o encosto do banco traseiro, que cria uma superfície plana.
Na lista de equipamentos, o Compass Longitude fica devendo rebatimento elétrico dos retrovisores, ajustes elétricos ao menos para o banco do motorista e regulagem de altura para o banco do passageiro. Já os itens que se destacam são saídas de ar disponíveis também para o banco traseiro, destravamento das portas e partida do motor sem chave (apenas presencial), o conjunto ótico com a função Cornering, que ilumina o lado para o qual o veículo vira, e a tela configurável do painel de instrumentos (que projeta desde o velocímetro digital e o computador de bordo, até a pressão dos pneus).
CONCORRENTES Como concorrentes das versões a diesel do Compass, a Jeep escalou modelos premium, como o Audi Q3 – cuja versão mais em conta Attraction custa R$ 142.990 e traz motor 1.4 turbo de 150cv e 25,5kgfm – e o BMW X1, com preço inicial de R$ 166.950 na versão sDrive20i, com motor 2.0 flex turbo de 192cv e 28,5kgfm. Sim, esses modelos não trazem motorização a diesel no Brasil, porém a marca americana usou o critério de preço no lugar do técnico para defini-los. Essa é a estratégia para a Jeep dizer ao mercado: “Nosso SUV tem motor a diesel e ainda é mais barato que os concorrentes”. Assim como o fabricante tem o direito de se posicionar, nós temos onde discordar. Além de não considerarmos justa a comparação de um veículo a diesel com outro flex ou a gasolina, o posicionamento da Jeep é diferente das marcas alemãs citadas.
CONECTIVIDADE
Sem desviar a atenção
O sistema multimídia Uconnect funciona a partir de uma tela tátil de 8,4 polegadas e traz tudo para entreter e auxiliar o motorista. O destaque são os comandos por áudio, que permitem que o motorista mantenha o foco na direção. Assim, é possível dizer um endereço, uma estação de rádio ou o nome da pessoa que você está precisando telefonar que o sistema agiliza. As mídias disponíveis são rádio, duas entradas USB, uma entrada auxiliar e Bluetooth (com streaming). A tela do painel de instrumentos exibe informações auxiliares de navegação. O volante conta com teclas de telefonia e comandos por voz. A tela central também traz informações do ar-condicionado digital e projeta a imagem da câmera de ré.
FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, turbodiesel, 16 válvulas, 1.956cm³ de cilindrada, que desenvolve potência máxima de 170cv a 3.750rpm e torque máximo de 35,7kgfm a 1.750rpm
» TRANSMISSÃO
Tração 4x4 com reduzida; e câmbio automático de nove marchas
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, McPherson, com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora; e traseira, McPherson, com rodas independentes, links transversais/laterais e barra estabilizadora / 7 x18 polegadas (liga leve)/ 225/55 R18
» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
» FREIOS
Discos ventilados na frente e sólidos na traseira, com ABS e EBD
» CAPACIDADES
Peso, 1.717 quilos; porta-malas, 410 litros; tanque, 60 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 400 quilos.
» DIMENSÕES
4,41m de comprimento, 1,82m de largura, 1,64m de altura e 2,63m de entre-eixos
» DESEMPENHO
Velocidade máxima, 194km/h; aceleração até 100 km/h, 10 segundos
» ÂNGULOS
De ataque, 28,7 graus; de saída,
31,9 graus
» CONSUMO
Cidade, 9,8km/l; estrada, 11,4km/l
EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Freios ABS com EBD, airbags dianteiros, volante ajustável em altura e profundidade, apoia-braço com porta objetos, ar-condicionado digital, banco do motorista com regulagem de altura, câmera de estacionamento traseira, cinto de segurança traseiro central de três pontos, computador de bordo, controle eletrônico anticapotamento, controles de tração e estabilidade, controle de estabilidade para trailer, direção elétrica, encosto de cabeça traseiro central, estepe de uso emergencial, faróis e lanterna traseira de neblina, freio de estacionamento elétrico, assistente de partida em rampa, Isofix, luzes de rodagem diurna, piloto automático, sistema multimídia com navegação, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, rack de teto, retrovisores externos elétricos, rodas de liga leve aro 18 polegadas, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos nas quatro portas do tipo um toque.
» OPCIONAIS
Pacote Premium (R$ 3.700), bancos revestidos em couro, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, retrovisor eletrocrômico, sistema de som premium de 506W; kit Segurança (R$ 3.200), airbags de joelho, laterais e de cortina; pintura perolizada (R$ 2.100).
NOTAS
» Desempenho 9
» Espaço interno 8
» Porta-malas 7
» Suspensão/direção 8
» Conforto/ergonomia 8
» Itens de série/opcionais 8
» Segurança 9
» Estilo 8
» Consumo 8
» Tecnologia 8
» Acabamento 8
» Custo/benefício 7
QUANTO CUSTA?
O Jeep Compass 2.0 Diesel AT9 4x4 Longitude tem preço inicial de R$ 132.990. Com os opcionais, a versão testada custa R$ 141.990.