Desde que foi lançado, há três anos no Brasil, o Hyundai HB20 sacudiu o concorrido segmento dos hatches compactos. Fez barulho e deixou a concorrência preocupada. Agora, passa pela primeira reestilização, que não chega a ser muito significativa, mas que renovou a imagem do modelo. Ficou com visual mais esportivo e ainda ganhou câmbio automático de seis marchas para fazer parceria com o eficiente motor 1.6. E para os que gostam de tecnologia, o hatch também traz como novidade uma central multimídia com vários recursos.
PLÁSTICA A Hyundai usou a velha fórmula para dar sobrevida a modelo de sucesso no mercado nacional. Fez modificações na frente do carro, sem alterar as linhas da carroceria. A grade dianteira ficou maior e ganhou formato hexagonal, com barras paralelas e moldura cromada, reforçando ainda mais as linhas recortadas do HB20. O para-choque também tem novo desenho, com saia mais baixa, que raspa facilmente em saídas de rampas. O desenho dos faróis permanece o mesmo, mas ganharam projetores e luzes de LED, ficando mais eficientes.
As laterais continuam com vincos marcantes e esta versão topo de linha, a Premium, conta com maçanetas das portas cromadas. O teto arqueado, com descaída acentuada na traseira, e o defletor de ar na parte alta da tampa do porta-malas favorecem o aspecto aerodinâmico e reforçam a esportividade no visual. As lanternas traseiras foram mantidas com o mesmo desenho de bumerangue e o para-choque teve o nicho que abriga a placa modificado. Nada muito significativo. Outro detalhe que não mudou é a visibilidade traseira ruim, que torna o sensor de estacionamento indispensável.
ESPAÇO Como a maioria dos hatches compactos, o Hyundai HB20 tem espaço interno ideal para quatro pessoas e o porta-malas, tamanho razoável. No banco traseiro, apesar do túnel no assoalho ser achatado, tem conforto para apenas duas pessoas, mesmo porque não tem o terceiro apoio de cabeça e o cinto de segurança central é abdominal. Os bancos dianteiros têm desenho anatômico, seguram bem motorista e passageiro, proporcionando relativo conforto.
Para encontrar a posição ideal de dirigir, o motorista conta com ajuste de altura do banco e regulagens de altura e distância do volante, que são itens de série nessa versão. Os comandos nas portas e no painel principal estão bem localizados, e os instrumentos são de fácil visualização. Uma pequena mancada foi cometida com a tecla de acesso ao computador de bordo, que ficou escondida no painel, atrás do volante. O acabamento interno abusa do plástico duro, mas tem boa aparência e é bem montado. O couro marrom nos bancos e painéis das portas é opcional e dá um toque de sofisticação.
DESEMPENHO O motor 1.6 do HB20 é o mesmo, mas passou por pequenas modificações internas para otimizar ainda mais o consumo de combustível, além de receber o sistema de partida a frio e-start, que elimina o arcaico tanquinho. A grande novidade é o câmbio automático sequencial de seis marchas, que proporcionou um desempenho ainda melhor. O motor tem bons torque e potência, com respostas imediatas às acelerações em arrancadas e retomadas. O câmbio contribui para a boa performance, aproveitando de forma eficiente a força do motor, fazendo as trocas de marchas no momento certo. Detalhe: sem trancos. E as trocas no modo sequencial garantem uma tocada mais divertida. O único porém é que, em altas rotações, o motor é ruidoso e chega a incomodar um pouco.
O hatch tem um comportamento dinâmico muito bom, com suspensões bem calibradas, favorecendo muito a estabilidade em curvas. É bem verdade que o carro é um pouco duro e chega a transferir as irregularidades do solo para dentro. A direção com assistência hidráulica garante facilidade nas manobras e segurança em velocidades mais altas. E os freios, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD), atuaram de forma eficiente. Na prática, o novo HB20 é uma opção interessante no segmento dos hatches e conta com um bom pacote de equipamentos e garantia de cinco anos.