Um dos carros de maior sucesso no mercado nacional é o Honda Fit, pois é avesso a oficina e fácil de vender. A confiabilidade e versatilidade continuam sendo o destaque na terceira geração, que é maior do que as anteriores em todos os sentidos. O Fit beira os quatro metros de comprimento e a distância entre-eixos de três centímetros maior (2,53m contra 2,50m anterior) torna o habitáculo mais espaçoso. A capacidade de carga (passageiros %2b bagagem) limitada das outras gerações não se compara aos bons 419kg do modelo atual. A altura mínima em relação ao solo aumentou e o carro não esbarra tanto em quebra-molas quanto as outras gerações.
Os faróis retangulares estreitos tornam o Fit semelhante ao Civic e o prolongamento das lanternas traseiras identifica a geração. O conjunto está mais espalhafatoso por fora e também no interior da versão testada, a EXL, topo de linha. O azul dos quadros de instrumentos não passa despercebido. Os plásticos do painel central continuam duros, mas os encaixes e os arremates benfeitos são característica da marca.
VERSATILIDADE É sempre destaque do Fit. O banco traseiro rebate facilmente com leve toque no comando do encosto do banco. Não exige esforço. Tudo é leve no Fit, inclusive a tampa do porta-malas. Os comandos estão ao alcance das mãos. Incomoda a falta de regulagem lombar nos encostos dos bancos, que não equipa nem a versão mais sofisticada. A capacidade do porta-malas é coerente com o tamanho do carro.
DIRIGINDO A direção leve e precisa torna o ato de dirigir extremamente agradável. O carro transmite a sensação de leveza e é sempre prazeroso estar ao volante. O diâmetro de giro pequeno torna as manobras mais fáceis. A suspensão privilegia a estabilidade e o rodar em piso liso. O Fit devora curvas e nem parece ser um carro alto. Mas isso tem preço: a suspensão traseira, a exemplo das gerações anteriores, transfere excessivamente as imperfeições do solo para o habitáculo. O desconforto é inevitável. O carro é duro e a pancada seca é ouvida e sentida. Os pneus de perfil baixo contribuem para isso. A visibilidade lateral traseira é limitada pela largura da coluna C.
O câmbio CVT de infinitas relações de transmissão, abandonado na segunda geração, está de volta e com conversor de torque, o que torna mais rápidas as respostas aos comandos do acelerador. E o funcionamento está menos ruidoso. O consumo registrado no computador de bordo foi de 6,3km/l na cidade com etanol e de 7km/l com gasolina. Na estrada, conseguimos 11km/l com etanol e 15,5km/l com gasolina, dentro dos limites de velocidade previstos por lei.
PERDEU O que a Honda economizou na versão EXL foi suprimir os freios traseiros a disco, substituindo-os por tambor, que é mais barato. Quando questionados, os fabricantes têm resposta pronta: “70% da frenagem está concentrada no eixo dianteiro”. Mas quando há discos de freio no eixo traseiro, eles não perdem tempo: “É muito mais seguro e eficiente”. O Fit permanece sem indicador de temperatura do motor. Há apenas a luz espia, que acende depois da fervura do líquido de arrefecimento do motor. Aí, já era.
AVALIAÇÃO TÉCNICA
Acabamento da carroceria
A pintura contém imperfeições no verniz. As portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria. REGULAR
Vão do motor
É pequeno e o motor preenche bem o espaço. O acesso à manutenção é aceitável. O resultado da insonorização é discreto com o motor em alta rotação. O capô tem bom ângulo de abertura e é sustentado aberto por vareta manual. Os itens de verificação constante têm fácil acesso e identificação. REGULAR
Altura do solo
Não tem proteção para cárter e câmbio. As interferências com o solo não foram significativas com carga útil máxima (419kg). REGULAR
Climatização
É por comando manual e funciona bem. Não há difusor de ar específico para os passageiros de trás nem opção de regulagem de temperatura diferenciada para condutor e passageiro. Está bem vedado. Os comandos têm fácil acionamento e manuseio. POSITIVO
Freios
O sistema está bem dimensionado nos dois eixos, proporcionando um comportamento dinâmico eficaz e seguro. Depois de uso constante em descida longa e sinuosa foi boa a resistência térmica. O ABS está bem calibrado e o pedal de freio tem boa sensibilidade. POSITIVO
Câmbio
É do tipo CVT, com modo de uso sport e reduzido. As infinitas relações de marchas atendem bem ao rendimento do motor e peso do veículo, proporcionando dirigibilidade satisfatória e confortável no uso misto. No quadro de instrumentos, display informa a marcha e tipo de uso do câmbio. As respostas em kick-down são razoáveis. O câmbio CVT é superior em funcionamento, conforto e na condução em relação ao automático com cinco marchas. POSITIVO
Motor
O rendimento é praticamente igual com etanol ou gasolina. O desempenho satisfaz bem. As retomadas de velocidade e aceleração são eficientes para o peso de 1.101kg. O sistema Flex, que não tem reservatório auxiliar de gasolina, funcionou bem com somente etanol no tanque com partida a frio imediata, manutenção da marcha lenta e uma aceleração progressiva. POSITIVO
Vedação
Boa contra água e poeira. POSITIVO
Nível interno de ruídos
O habitáculo não é silencioso em piso de calçamento, terra e asfalto deteriorado. O efeito aerodinâmico é evidente em velocidades mais altas e inicia-se a 100km/h. NEGATIVO
Suspensão
A estabilidade agrada pela boa precisão, rapidez e pouca inclinação da carroceria nas curvas com raios variados, feitas em velocidades usuais. O conforto de marcha teve até algum ganho em relação à versão anterior, mas sobre piso irregular normal (cidade/estrada) as transferências das imperfeições do solo para dentro são evidentes, contribuindo muito os pneus da série 55. REGULAR
Direção
O sistema tem fina calibração, resultando em um dos componentes mecânicos que dá um prazer na condução. A velocidade do efeito-retorno é ótima e o diâmetro de giro satisfaz. O sistema tem assistência elétrica com cargas muito bem definidas, que privilegiam o conforto com baixo esforço no uso urbano e em manobras apertadas, e uma boa sensibilidade com reações equilibradas em rodovias. É boa a precisão na reta e em curvas, além de baixo ruído do conjunto em curvas sobre paralelepípedo e terra. A coluna de direção tem regulagem em altura e distância. POSITIVO
Iluminação
Não tem sensor crepuscular. O grupo óptico dianteiro tem construção com parábola única e apresentou resultado normal em iluminação no baixo e no alto, mas não há regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. O quadro de instrumentos tem iluminação permanente e de fácil leitura. Há luz de cortesia somente no porta-malas nesta versão EXL topo de linha. No habitáculo tem dois spots fixos na parte da frente do teto, que não tem função lanterna, e uma lanterna na parte central com resultado razoável em iluminação. O console central e interruptores elétricos instalados nos painéis de porta têm fácil identificação, exceto os da regulagem dos espelhos retrovisores. REGULAR
Limpador do para-brisa
Ao esguichar dois jatos de água do tipo spray em V no para-brisa o sistema entra em funcionamento automático e as palhetas de qualidade varrem uma área aceitável. No vidro traseiro, o sistema é eficiente. O reservatório d’água tem fácil acesso e identificação dentro do vão motor. Não tem sensor de chuva. REGULAR
Estepe/macaco
O estepe, que agora é do tipo temporário e com velocidade limitada, fica no assoalho do porta-malas. O dilema desse estepe é a redução do ritmo de viagem e conserto do pneu danificado imediatamente, o que nem sempre é possível. Essa solução não é prática nem funcional e não gera nenhum ganho no volume do porta-malas. A operação de troca é normal. NEGATIVO
Ferramentas
Tem uma chave de fenda combinada com Philips. POSITIVO
Alarme
A chave de ignição é codificada e há proteção perimétrica das partes móveis, mas não tem a volumétrica contra a invasão do habitáculo pela quebra dos vidros. Apenas o vidro do condutor tem função um toque, onde o sistema antiesmagamento atuou normal. Ao dar comando para travar as portas, os vidros não sobem automaticamente. REGULAR
Volume do porta-malas
O declarado pela fábrica é de 363 litros e o encontrado com o banco traseiro na posição normal e com a tampa do bagajito fechada foi de 316 litros.
Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan: www.danieltecnodan.com.br
FICHA TÉCNICA
» Motor
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.497cm³ de cilindrada, que desenvolve 115cv (gasolina) e 116cv (etanol) de potência máxima a 6.000rpm e torques máximos de 15,2kgfm (g) e 15,3 (e) a 4.800rpm
» Transmissão
Tração dianteira, com câmbio CVT de infinitas relações de transmissão
» Suspensão/roda/pneus
Dianteira, independente, do tipo McPherson; e traseira, com barra de torção / 6 x 16 polegadas (em liga leve) / 185/55 R16
» Direção
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica regressiva
» Freios
Discos na dianteira e tambor na traseira, com ABS e EBD (distribuição eletrônica de frenagem)
» Peso
1.101 quilos
» Capacidades
Tanque, 45,7 litros; de carga (passageiros e bagagem), 419kg
EQUIPAMENTOS
» De série
Airbag duplo frontal, antena no teto, ar-condicionado digital, aviso sonoro de faróis acesos, coluna de direção ajustável em altura e distância, banco traseiro bipartido, terceira luz de freio, farol de neblina, para-brisa degradê, rádio CD MP3/WMA com SVC e conexão P2 integrado no painel, retrovisores elétricos com sinalizador de direção, acabamento do volante em couro com controles de áudio, revestimento dos bancos em couro, soquetes para cabo USB e de alimentação para acessórios 12 volts, display de informações no painel, controle automático de velocidade, ABS e EBD, imobilizador eletrônico de motor, trava de segurança central dos vidros dos passageiros, entre outros.
» Opcionais
Não há
NOTAS (0 a 10)
Desempenho 9
Espaço interno 10
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 9
Segurança 8
Estilo 8
Consumo 7
Tecnologia 8
Acabamento 9
Custo/benefício 8
QUANTO CUSTA?
O Honda Fit 1.5 ELX tem preço sugerido de R$ 65.900