Num segmento tão competitivo quanto o dos compactos, quem não se mexe fica para trás. E, como o Fiesta está completando cinco anos (tempo médio que dura um modelo sem entrar no bisturi) desde o lançamento, em 2002, a Ford resolveu submetê-lo à plástica somente na dianteira. Os novos hatch e sedã chegaram ao mercado no mês passado, mas como modelos 2008. As novas linhas abandonam o estilo new edge, que influenciou um grande número de modelos da linha de passeio da marca (Ka, Focus, Mondeo, entre outros), e começam a incorporar a nova filosofia de design da montadora: a Knetic (Cinética), que se inspira no dinamismo da energia em movimento. Ela foi inaugurada com o carro-conceito Iosis, apresentado em 2005, no Salão de Frankfurt.
Frente
As principais mudanças se concentraram na frente. O capô mais alto e com vinco fluidos dão ar mais imponente. A grade dianteira continua do tipo colméia, mas agora tem formato retangular e se integra ao novo pára-choque. Mais modernos, os novos faróis são de dupla párabola e melhoraram em 10% o campo de visão de motorista. Os indicadores de direção foram deslocados para os cantos superiores externos do conjunto, melhorando a visibilidade para outros motoristas que trafegam ao lado. De perfil, a única alteração são as rodas de liga, que ganharam novo desenho (de cinco raios), que dá mais esportividade ao carro. A traseira é idêntica ao modelo anterior, e continua com o estilo new edge, contrastando com a frente, inspirada no Knetic.
Habitáculo
Por dentro, a alteração mais significativa está no painel de instrumentos, que foi redesenhado e agora tem marcadores de temperatura do motor e de combustível analógicos, que são bem mais fáceis de ler do que os anteriores, digitais e pequenos demais. Outras mudanças visíveis são as saídas de ar do sistema de ventilação, que foram herdadas do pequenino Ka têm mais vazão e são mais fáceis de manipular; e as novas padronagens de tecidos dos bancos e painéis de porta. Segundo a Ford, o desenvolvimento do novo Fiesta incluiu atenção especial ao isolamento acústico. O resultado é perceptível, mas o nível de ruídos ainda continua alto e incomoda em calçamentos. Uma alteração importante, mas que não aparece, foi o aumento da capacidade do tanque de combustível (de 45 para 54 litros), que garante 20% a mais de autonomia.
Acabamento
Embora tenha mudado na aparência, um dos pontos negativos do carro continua sendo o acabamento, com plásticos mais encaixados, de qualidade duvidosa; console malfixado; pára-sóis sem luzes de cortesia; costuras malfeitas; entre outros. Por outro lado, o espaço interno é uma das qualidades do carro. Mas o banco traseiro acomoda com conforto apenas dois adultos, pois quem senta no meio, além de ficar espremido, é incomodado pelo console central e não conta com apoio de cabeça. A capacidade do porta-malas (de 478 litros) é digna de elogios. Outro ponto positivo é o câmbio, que tem engates macios e precisos e curso curto.
Fôlego
O motor 1.6 flex tem bom rendimento, mesmo em baixas rotações, e melhora de forma perceptível com álcool. O sistema flex funciona de forma perfeita, mesmo a partida a frio em temperaturas mais baixas. O propulsor utiliza o sistema de transmissão por corrente do virabrequim para o comando de válvulas. Isso aumenta a confiabilidade e não exige manutenção, mas o barulho que o sistema emite incomoda bastante. Outro ponto forte do Fiesta Sedan é a boa estabilidade, mesmo em pisos irregulares e curvas bem fechadas, e sem sacrificar o conforto. Embora a coluna de direção do modelo avaliado não tivesse regulagem de altura, foi fácil encontrar uma boa posição de dirigir, com boa visibilidade.
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