O Fiat Punto tem uma característica intrínseca ao mundo do automóvel, a beleza e harmonia das formas da carroceria. O desenho do carro, que deu vida nova à Fiat na Europa, é do mestre Giugiaro. Faróis alongados e a grade frontal impressionam e dão aspecto agressivo ao carro, com linhas limpas e cintura alta, lanternas no alto da coluna, como na primeira geração, lançada em 1993. É difícil não dizer que o Punto é bonito.
Mercado
O Punto é um hatch compacto, mas no Brasil está em patamar superior ao do Palio e concorre com os chamados compactos premium, VW Polo e Citroën C3. Nesse segmento, os modelos têm mais conteúdo e acabamento melhor. O Punto não foge à regra e o sucesso na Europa não é por acaso. A versão ELX é equipada de série com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, entre outros. Se as linhas da carroceria seduzem, o interior não decepciona. Os arremates são bem-feitos e o plástico do painel central e de portas não é do tipo emborrachado, mas passa sensação de qualidade.
Interior
Os comandos estão bem posicionados e ao alcance do motorista. Volante tem regulagem em altura, distância e boa empunhadura. As formas do habitáculo sugerem espaço interno limitado, principalmente por causa das laterais superiores arredondadas do banco traseiro. Mas três pessoas se acomodam lá atrás. Ocupantes de estatura acima de 1,80 m têm sensação de claustrofobia. Os bancos são forrados em tecido de tear fino. Detalhe incomum são os pequenos bolsos colocados na parte lateral dos encostos dos bancos, úteis para chaves, telefones e pequenos objetos.
Segurança
São três apoios de cabeça escamoteáveis no banco traseiro. Afinal, o passageiro do meio não está imune às conseqüências de acidente. Mas falta o cinto central traseiro de três pontos. Airbag duplo frontal e ABS são opcionais vendidos em conjunto por R$ 2,9 mil. Os freios são eficientes. A calibragem do sistema de suspensão é ótima e concilia conforto e estabilidade. O Punto contorna curvas com precisão incrível. Não há sustos nem comportamento imprevisível. As imperfeições do piso são transferidas em níveis aceitáveis para o habitáculo.
Dirigindo
A sensação do motorista é de estar no meio do carro. Isso porque a coluna A (dianteira) é típica de monovolumes, com falso quebra-vento e pára-brisa mais inclinado, o que aumenta a visibilidade. Por isso, o motor invade o habitáculo e é ruidoso, principalmente em alta rotação e com álcool. O motor 1.4 é pouco para o Punto por causa do peso de 1.150 kg, equivalente ao de modelo médio. No caso do Punto, o motor precisa ter mais torque (força) e potência para proporcionar bom desempenho. A diferença com álcool e gasolina é mínima, apenas um cv a mais de potência e 0,01 kgfm de torque para o derivado da cana. O consumo registrado no computador de bordo, com cinco ocupantes e bagagem, foi apenas regular: cerca de 12,5 km/l na estrada com gasolina e 9,5 km/l com álcool. Na cidade, 5,5 km/l com álcool e 9km/l com gasolina.
O destaque do Punto é o prazer de dirigi-lo. O carro está sempre à mão e transmite segurança. A visibilidade traseira fica um pouco prejudicada pela coluna A, mas é compensada pelos retrovisores bem dimensionados, que possibilitam ao motorista visão total. Os ruídos internos são poucos e abafados. Pode-se dizer que o Punto é silencioso. Na unidade testada, havia apenas um ruído agudo vindo do cinto de segurança lateral traseiro. Decepciona a capacidade limitada do porta-malas. Deveria ser maior.
Leia mais e assista ao teste do Punto no Veja Também, no canto superior direito desta página.