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Fiat Linea LX 1.9 16V Flex Dualogic - Comportamento latino

Ao se dirigir o sedã, fica clara a origem italiana do projeto, afirmada no ajuste de suspensão e no ronco do motor

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Embora tenha sido projetado em conjunto com a parceira da Fiat na Turquia, Tofas, o Linea deixa claro que a sua ascendência é italiana. Essa origem fica evidente na sonoridade mais rouca do propulsor em giros superiores a 3.500 rotações. Nesta faixa, o 1.9 responde sonoramente, com um rugido metálico que remete a motores de maior litragem, ainda que com alguma aspereza. Uma sonoridade que pode agradar os fãs de modelos peninsulares, mas que não ajuda no conforto acústico em velocidades de cruzeiro.

Na prática, os 5 cv a menos que as versões HLX e Absolute (quando abastecidas com álcool) não tolhem o desempenho do carro. Na versão avaliada, o motor faz tabela com a caixa Dualogic. No modo manual ou esportivo - acionado por meio de um botão no quadro da alavanca - o câmbio responde com trocas feitas no limite. Assim, o carro marcou 11,7 segundos na aceleração de zero a 100 km/h, um desempenho compatível com a classe e proposta do três volumes. São números que não chegam a contradizer o ronco advindo do escapamento, mas também apontam que, se o comprador espera um desempenho realmente esportivo, é melhor olhar com carinho para a versão T-Jet, que cobra R$ 72.390 pelo ímpeto do motor 1.4 T-Jet de 152 cv.

Férias para o pé esquerdo


No uso cotidiano, o câmbio não apresenta a mesma suavidade de uma caixa automática convencional, principalmente se estiver no modo automático, que apresenta trocas demoradas. Os trancos sentidos nas passagens podem ser minimizados ao se aliviar a pressão sobre o acelerador no momento das trocas, um traquejo que pode, até mesmo, eliminar a sensação por completo. Mas, com o trânsito cada vez mais congestionado das grandes cidades, não é difícil se habituar ao Dualogic e curtir as merecidas férias dadas ao pé esquerdo que o câmbio robotizado proporciona. Uma vantagem que explica a preferência dos compradores do modelo pelo Dualogic, presente em 60% dos Linea.

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A opção de trocas manuais combina com o caráter esportivo proporcionado pelo ronco do motor e pela associação entre direção precisa e direta, auxiliada pelo volante de ótima pega e diâmetro, e suspensão bem calibrada. O sistema McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira não maltrata os ocupantes em pisos imperfeitos, mas não deixa o Linea molenga por isto. Ainda que possam parecer pequenas para o porte do modelo, as rodas aro 15 com pneus 195/60 não deixam o carro desviar do rumo projetado.

O conjunto faz do Linea um carro na mão em todas situações, neutro no limite. As inserções em curva são equilibradas e, em frenagem, a frente do carro não embica em excesso. Um comportamento italiano no espírito, mas que não chega a emocionar com números vorazes. Nem no gasto com o combustível, já que o consumo médio registrado no computador de bordo entre cidade e estrada foi de 7,3 km/l de álcool.

Acomodação para quatro


Em matéria de bem-estar, o motorista é beneficiado pela boa posição de dirigir, propiciada pelos ajustes do banco e do volante, que conta também com regulagem de altura e de profundidade. O espaço interno acomoda quatro passageiros adultos, ainda que um quinto ocupante vá apertado no banco traseiro. Em compensação, todos os ocupantes contam com apoio de cabeça ajustável e cinto de três pontos retrátil. O porta-malas com 500 litros de capacidade declarada acomoda, por sua vez, as malas sem apertos.

O requinte interno esperado em um modelo médio está presente no revestimento opcional de couro nos bancos, complementado pelo mesmo acabamento no volante. O painel e as portas são texturizados, o que aplaca em parte o tato rígido das peças. A qualidade geral de montagem e encaixes é boa e não se ouve ruídos incômodos de rodagem.

Os passageiros traseiros não contam com tanto espaço para cabeça e ombros, mas estão seguros com cintos de três pontos e apoios de cabeça



O grande destaque em interatividade fica por conta do sistema Blue&Me, que permite o acionamento de funções do celular por meio de comandos vocais ou por teclas no volante. Desenvolvido pela Microsoft, o dispositivo também pode ser agregado ao navegador por GPS, que indica o caminho selecionado por meio de indicações pictográficas em uma tela entre o velocímetro e o conta-giros ou orienta o motorista com instruções dadas por uma voz feminina. Tudo para agradar um público que conta com múltiplas opções no segmento. E também para atrair, com o aceno de um preço mais acessível, interessados no sedã da Fiat.

Fiat Linea LX 1.9 16V Flex Dualogic

MOTOR

Dianteiro, transversal,1.838 cm³, quatro cilindros em linha, bicombustível, de 127 cv de potência a 5.750 rpm (ambos combustíveis) e torque máximo de18,1/18,6 kgfm a 4.500 rpm.

TRANSMISSÃO
Tração dianteira e transmissão manual automatizada de cinco marchas.

DIREÇÃO

Com assistência hidráulica e pinhão e cremalheira.

FREIOS
Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com sistema ABS (antitravamento) com EBD (distribuidor eletrônico de frenagem) como opcional.

CAPACIDADES
Tanque de combustível, 70 litros; porta-malas, 500 litros; capacidade de carga, 400 kg.

PESO
1.315 kg

DESEMPENHO DECLARADO   
Aceleração até 100 km/h ? 10,8s
Velocidade máxima: 185 km/h