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Fiat Freemont Precision 2.4 16V - No ritmo da família

Amplo espaço interno e diferentes possibilidades de configurações são os principais atrativos do utilitário-esportivo. Mas o motor é limitado e compromete o desempenho

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Para quem não sabe, o Freemont é o Dodge Journey com a logomarca da Fiat e algumas poucas modificações. O utilitário-esportivo é o primeiro resultado prático da parceria entre a montadora italiana e a Chrysler e chegou ao mercado brasileiro para concorrer em um segmento até então não explorado pela Fiat. Trata-se de um modelo ideal para quem quer amplo espaço e versatilidade, já que transporta até sete pessoas e possibilita diferentes configurações dos bancos, aumentando ou diminuindo a área para bagagens. O pecado fica por conta do motor e o câmbio automático de quatro marchas, que não proporcionam um bom desempenho para o carrão.

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Eletrônica segura o grandalhão

O visual do Fiat Freemont não é seu ponto forte, mas também não compromete. Na carroceria do utilitário-esportivo predominam linhas retas e formas robustas, bem ao estilo americano. A frente é marcada por faróis retangulares, com duplo refletor, e grade tipo colmeia, com detalhe cromado. Na parte inferior do para-choque, uma saliência imita um quabra-mato e nas extremidades os faróis de neblina completam o conjunto. Os para-lamas têm molduras salientes nas bordas das caixas de rodas e as laterais são lisas com vinco na parte superior. O Freemont tem a linha de cintura elevada e o teto arqueado, com descaída na traseira. Lá atrás, as lanternas grandes invadem as laterais e o spoiler dá um discreto toque de esportividade.

ESPAÇO Aqueles que têm família grande podem ver no Fiat Freemont uma excelente opção, pelo menos no que diz respeito ao quesito espaço. O modelo tem a configuração de sete lugares, com três fileiras de bancos. Com a terceira montada, o espaço para bagagem fica muito limitado no porta-malas. Mas se os dois últimos bancos são escamoteados, a área é ampliada e atende bem uma família de cinco pessoas. O espaço interno é bom até a segunda fileira, já que na terceira os bancos são baixos e fica difícil acomodar as pernas para quem tem mais de 1,70m. É ideal para crianças. O acesso à terceira fileira também não é fácil, apesar de a segunda deslizar para frente e o encosto rebater, mas os mecanismos são pesados e exigem força. Por outro lado, o encosto da segunda fileira é reclinável e os assentos contam com child booster, uma elevação que permite que as crianças usem o cinto de segurança. 



PRATICIDADE O carro tem diferentes porta-trecos, uns no assoalho e outro sob o assento do passageiro da frente. O banco do motorista tem ajustes elétricos, inclusive lombar e o volante pode ser regulado em altura e distância. E no quesito segurança, cintos de três pontos retráteis e apoios de cabeça para todos os ocupantes, além de seis airbags. O acabamento interno inclui couro de boa qualidade, material emborrachado no painel e detalhes cromados. Os instrumentos têm fundo preto e vermelho, com visor digital e computador de bordo que mostra consumo médio e modo econômico de dirigir. Na tela central sensível ao toque é possível ajustar o som, ar-condicionado e conectar o telefone móvel.

DESEMPENHO Com tudo isso e mais alguma coisa, o Freemont acaba ficando pesado para o motor 2.4 16V, desenvolvido em parceria pela Chrysler e a Mitsubishi. O propulsor é fraco para o carrão e só se garante no embalo. O câmbio de quatro marchas também deixa a desejar, apesar de proporcionar trocas suaves e sem trancos. O modelo merecia um motor com mais torque e potência e um cãmbio de pelo menos seis marchas. Com sete pessoas e peso, seu desempenho fica bem limitado. Dá conta de levar a família, mas em um ritmo mais lento. As respostas em arrancadas e retomadas exigem atenção. O computador de bordo registrou consumo de 4,9km/l na cidade e 9,5km/l na estrada.



EQUILIBRADO Para manter o carrão na mão, muita eletrônica. Controles de estabilidade, tração e anticapotamento garantem uma direção segura. As suspensões proporcionam conforto, com discreta inclinação da carroceria, filtrando bem as imperfeições do solo. Se o motorista não exagerar na velocidade, o Freemont faz curvas com segurança. O sistema de freios também se garante com a eletrônica, já que conta com ABS conjugado com sistemas de distribuição da força de frenagem e auxílio à frenagem de emergência. A direção é bem calibrada, mas o diâmetro de giro dificulta as manobras em espaços reduzidos.

 

Emílio Camanzi já testou o Freemont para o Vrum na TV. Confira! 

 

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NA BALANÇA Na prática, o Fiat Freemont é o modelo ideal para quem se preocupa mais com a boa acomodação da família e da bagagem. Não faltam conforto e espaço. O desempenho fica em segundo plano. Mas para que pressa quando se está em família.

Traseira tem linhas mais retas, com grandes lanternas e spoiler



 

AVALIAÇÃO TÉCNICA

Acabamento da carroceria
A qualidade de pintura é boa. As quatro portas apresentam pontos de desnivelamento entre si e a carroceria. A tampa traseira e o capô estão descentralizados. A chave que abre a tampa do gargalo do tanque de combustível fica inserida dentro do corpo da chave de ignição especial, o que não é prático no dia a dia. REGULAR



Vão do motor
O capô é sustentado, quando aberto, por vareta manual e tem bom ângulo de abertura. O resultado da insonorização do vão em relação ao habitáculo é limitado com o motor em alta rotação e situação de kick-down, devido à transferência de ruídos para o habitáculo. O acesso à manutenção é razoável. Os itens de verificação permanente têm boa identificação e manuseio. REGULAR

Altura do solo
Não tem de série chapa protetora em aço para toda a zona inferior do motopropulsor, que tem boa distância em relação ao solo. Não foram notadas interferências com o solo ao transpor quebra-molas usuais, saídas de garagem com desnível e trafegar sobre piso irregular de terra batida, apesar dos 2,89m de entre-eixos. POSITIVO

Rodas de liga leve aro 17 polegadas calçadas com pneus 225/65



Climatização
É automático digital. Apresentou bom funcionamento. O tempo gasto para climatizar o habitáculo com sensação de conforto foi bom, depois de deixar o carro trancado sob o sol por meia hora. A caixa de ar está bem vedada à admissão de gases/fumaça vindos de fora na função recírculo. São quatro os difusores de ar no painel, somados a mais dois para os passageiros da segunda fileira de bancos e mais dois para os da terceira fileira, todos no teto, que têm ainda ajuste e regulagem independentes. POSITIVO

Freios
Apresentaram bom comportamento dinâmico na cidade e em rodovias. O ABS tem boa calibragem e atuou com eficiência. O pedal de freio tem boa sensibilidade e o freio de estacionamento é por comando a pedal, com função on/off. POSITIVO

Câmbio
É automático de quatro marchas (merecia um câmbio com seis marchas, como no Dodge Journey) e tem opção de uso manual sequencial com toques na própria alavanca principal. No quadro de instrumentos há display informando o modo e marcha selecionados. Apresentou bom funcionamento e as relações de marchas atendem razoavelmente na dirigibilidade no uso misto. As trocas são suaves e têm resposta aceitável em kick-down. POSITIVO

Motor
É um quatro cilindros com 2,4 litros e cabeçote com arquitetura de 16 válvulas e distribuição por corrente. O torque máximo ocorre em rotação mais alta (4.500rpm) e a potência máxima é de 172cv (comando Dual VVT na admissão e escape). A performance é razoável, mas sem brilho esportivo, devido aos 1.809 quilos em ordem de marcha do automóvel. As retomadas de velocidade e aceleração satisfazem para uma utilização familiar, na qual tem um rendimento justo. Com o veículo carregado com carga útil de cinco adultos mais bagagem (400 quilos) e fazendo-se uso do ar-condicionado, a perda no rendimento é notória e em algumas situações de subida chega a ser lento. REGULAR

Vedação
Boa contra a poeira. POSITIVO

Nível de ruído interno
O efeito aerodinâmico é contido em alta velocidade, mas, ao trafegar sobre pisos irregulares, surgem vários pequenos ruídos no habitáculo. REGULAR

Suspensão
O conforto de marcha é razoável, com nível aceitável das transferências das imperfeições do solo para dentro. A estabilidade agrada numa utilização normal, com boa precisão em curvas de raios variados e inclinação moderada da carroceria. Numa utilização mais esportiva, exige maior sensibilidade e experiência do condutor. No limite da aderência lateral e estabilidade direcional atuaram com precisão os controles eletrônicos de tração, estabilidade e anticapotamento, proporcionando muita segurança. REGULAR

Direção
A coluna de direção tem ajuste em altura e distância, com um ótimo curso. Apresentou boa precisão na reta e em curvas e as cargas do sistema assistido estão bem definidas para o uso urbano e em rodovias. A velocidade do efeito-retorno é razoável, mas o diâmetro de giro é longo. A pressão dos pneus é única, com 36 libras, seja com somente condutor ou carregado. REGULAR

Iluminação
Tem sensor crepuscular. O quadro de instrumentos tem iluminação permanente. As luzes de cortesia estão nos para-sóis, porta-luvas, porta-malas e base inferior das portas dianteiras. No teto tem dois spots móveis, que servem de lanterna na zona anterior, mais dois na zona central com pequena lanterna conjugada, e mais dois spots para os passageiros da terceira fileira de bancos, sendo o resultado em iluminação satisfatório para a área interna. Os faróis são com dupla parábola, tem regulagem elétrica de altura e contam com auxílio de faróis de neblina embutidos no para-choque. O conjunto apresentou eficiência normal no baixo e no alto. POSITIVO

Limpador do para-brisa
Não tem sensor de chuva. A área de varredura é ótima no para-brisa e no vidro traseiro. As palhetas apresentaram boa qualidade e os esguichos são eficientes. É fácil o acesso ao reservatório de água instalado no vão do motor. POSITIVO

Estepe/macaco
O estepe é temporário e específico para pequenos deslocamentos e a baixa velocidade (máximo 80km/h). Está instalado por fora, abaixo do vão de carga, e sustentado por bandeja, que tem acionamento de basculamento/levantamento por meio de mecanismo instalado no porta-malas. A operação de troca não é limpa nem rápida. Os pontos de apoio do macaco estão nas soleiras e são cinco os prisioneiros fixos por cubo, que ajudam no apoio e centralização na troca. O conjunto roda/pneu de uso, quando danificado, não cabe no local do estepe e deve ser levado dentro do habitáculo. NEGATIVO

Ferramentas
Não tem. NEGATIVO

Alarme
Ao dar comando para travar as portas, por controle remoto, os vidros não sobem automaticamente. A chave de ignição é especial e não é preciso inseri-la no comutador de ignição, podendo ficar no bolso do condutor. A sua proximidade libera o botão no painel start/stop. Tem proteção perimétrica das partes móveis, mas não tem a volumétrica contra invasão pela quebra dos vidros. Tem função um toque nas portas dianteiras e o sistema antiesmagamento atuou bem. REGULAR

Volume do porta-malas
O declarado é 145 litros com a terceira fileira de bancos montada, o que foi confirmado, e de 580 litros sem a terceira fileira de bancos e com carga até o teto, sendo encontrado os 460 litros com o banco central na posição normal e sem ultrapassar os vidros vigias laterais e o encosto do banco traseiro.



Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan