Ao ser lançado no final do ano passado, o Bravo chegou com a proposta de uma novidade esportiva, sofisticada e prazerosa para encarar o nosso trânsito diário, sem os exageros dos legítimos esportivos. A verdade é que se dependesse apenas do motor, o hatch da Fiat conseguiria suprir as expectativas sem surpresas adicionais, afinal, um motor 1.8 com 132 cv (etanol) não faria feio em um compacto, certo? Mas a combinação com o câmbio automatizado Dualogic deixou o Bravo manco, colocando toda a ‘bravura’ a perder.
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O Vrum dirigiu a versão ‘Essence’ Dualogic e concluiu que as ligeiras mudanças que a Fiat fez no câmbio desde que ele foi adotado no Stilo, em 2008, mal deram para serem percebidas a fim de suavizar as trocas de marchas. Em ultrapassagens, por exemplo, o câmbio passa certa insegurança ao realizar uma troca durante a manobra. Isso ocorre porque, ao passar a marcha, o motor soluça, se for reduzir, a retomada é lenta. A sensação é como a abertura de um pára-quedas em queda livre, freando o rítmio da descida.
Com o tempo, o motorista se acostuma com os solavancos e soluços, adaptando-se ao câmbio. Uma das artimanhas para diminuir o desconforto do câmbio é aliviar o pé do acelerador no momento das trocas de marcha.
Entenda o sistema
O câmbio automatizado dualogic tem embreagem normal, mas não possui o pedal e o próprio sistema se encarrega de trocar a marcha de acordo com a necessidade acionando para você a embreagem existente. Além do modo automático, ele permite que as trocas sejam feitas na alavanca, seqüencialmente. Outras montadoras usam o mesmo tipo de câmbio. Na Chevrolet, por exemplo, ele se chama ‘Easytronic’ e equipa o Meriva 1.8. Já a Volkswagen o batizou de I-Motion, equipando o Gol, Voyage, Polo, Polo Sedã, Fox e SpaceFox, ambos com motor 1.6.
Embora pareça que esse sistema só tenha desvantagens, não é bem assim. O câmbio automatizado não rouba potência do motor e não aumenta o consumo, por isso é tão usado em motores menores, como o 1.6 da Volkswagen, 1.8 da GM e 1.6/1.8 na Fiat.. Além disso, o valor de um sistema de câmbio automatizado é mais barato e com manutenção mais simplificado do que a de uma caixa automática convencional.
Alternativa tradicional
Mas se você gostou do Fiat Bravo, não se importa de acionar manualmente a embreagem e quer se livrar dos inconvenientes do câmbio automatizado, a versão Essence com câmbio manual de cinco velocidades é a ideal.
Custando a partir de R$ 55.480, o Fiat Bravo Essence 1.8 16V Flex já vem com uma ampla lista de itens de série, como airbag duplo, ar condicionado, banco traseiro bipartido com três apoios de cabeça, alarme com acionamento na chave tipo canivete, computador de bordo, direção elétrica progressiva, faróis de neblina, freio a disco nas quatro rodas, sistema de som mp3, vidros elétricos nas quatro portas, piloto automático, saída de ar para o banco traseiro e rodas de ligaleve de 16 polegadas.
A unidade testada contava ainda com alguns opcionais, como câmbio automatizado Dualogic, bancos com revestimento em couro e ar condicionado de duas zonas.
Espaço
O motorista dirige com total conforto, facilmente achando a posição ideal para guiar graças à regulagem de altura e profundidade da coluna de direção. Já para quem vai no banco traseiro, o espaço é limitado, mas nada que desagrade os interessados em um veículo hatch.
Ainda neste semestre a Fiat deverá iniciar as vendas da versão T-Jet, com motor 1.4 turbo. Quando ele chegar, aí sim o compacto estará honrando o nome que tem.