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Dodge Journey SE V6 2.7 - Mexicano sem pimenta

Crossover ganha versão menos equipada para conquistar aqueles que apreciam estilo imponente e amplo espaço interno, mas não querem desembolsar muita grana por isso

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Para dar mais competitividade ao crossover Journey, a Dodge traz do México outras duas versões que se juntam à SXT, até então a única opção comercializada no mercado brasileiro. Primeiro, veio a opção R/T, que, ao contrário de outros modelos da marca, não tem caráter esportivo. Nesse caso, a sigla significa mais equipamentos (rodas de liga leve; teto solar elétrico; bancos com aquecimento; sistema de áudio com 30 Gb de memória, bluetooth, comando de voz e controle para Ipod; câmera traseira de estacionamento; computador de bordo) e acabamento refinado (maçanetas cromadas, rack de teto, revestimento em couro nos bancos e alavanca de câmbio). Depois, chegou a versão SE, de entrada, que perdeu alguns equipamentos, como a terceira fila de bancos e rodas de 19 polegadas, para atrair outra faixa de consumidores de crossovers, que preferem os concorrentes Chevrolet Captiva e Honda CR-V.

Veja a galeria completa de fotos do Dodge Journey SE 2.7!

ESTILO Geralmente, um dos pontos positivos dos modelos do Grupo Chrysler é o design, quase sempre inovador e distante do lugar-comum. No caso do Journey, o que mais se destaca nas linhas é a imponência, ou seja, o carro não passa despercebido. Na frente, a tradicional grade em cruz, os faróis de duplo refletor de formato horizontalizado e o spoiler, que dá a aparência de um carro rebaixado, garantem um aspecto bem esportivo. Na versão SE, as rodas são em aço e de 16 polegadas, mas as calotas têm desenho bonito, que imitam bem as de liga leve. De perfil, a linha de cintura alta e ascendente e os para-lamas salientes garantem um ar jovial. As linhas da traseira são mais recortadas, com destaque para as grandes lanternas e o defletor no alto da tampa do porta-malas.

POR DENTRO Outro atrativo do Journey é o amplo espaço interno. A versão SE perdeu os dois bancos da terceira fila e transporta cinco pessoas (em vez de sete, das outras versões), mas com muito conforto. O banco traseiro acomoda três adultos sem se acotovelarem, com direito a esticar as pernas e a regular o encosto. O porta-malas também é bem espaçoso e leva até 758 litros, se o motorista enchê-lo do piso até o teto. No entanto, para pequenos objetos, embora haja compartimentos sob o piso. A capacidade do porta-malas ainda pode ser ampliada, pois o banco traseiro tem regulagem longitudinal. Infelizmente, o estepe fica do lado de fora, sob o assoalho, tornando a tarefa de troca bem suja e complicada.

ACABAMENTO Os carros da Chrysler nunca primaram pelo bom acabamento. E com esse crossover não é diferente. Percebe-se que a qualidade dos plásticos poderia ser bem melhor, principalmente num veículo dessa categoria. O painel de instrumentos, dividido em três compartimentos quadrados, de fácil visualização, destoa do conjunto estilístico, parecendo um pouco ultrapassado, mesmo com a iluminação verde com efeito de profundidade. Ponto negativo: o extintor de incêndio fixado no chão incomoda o passageiro da frente. Mesmo perdendo equipamentos, a versão SE tem, de série, muitos itens de conforto, como porta-luvas duplo refrigerado, uma quantidade bem razoável de porta-trecos (até no assoalho da segunda fileira de bancos e abaixo do assento do banco dianteiro), controle automático de velocidade, entre outros. O pacote de segurança também continua bem completo, com ABS, airbags, controle de tração e estabilidade e apoios de cabeça dianteiros ativos.

RODANDO Embora seja equipado com um V6, de 185cv de potência (motorização comum a toda linha Journey vendida no Brasil), o motor é a conta de empurrar esse crossover, que pesa quase duas toneladas (1.940 quilos). Quem julgar, pela aparência, que o carro tem desempenho esportivo pode desistir. O câmbio automático de seis velocidades, com possibilidade de trocas manuais, também não ajuda, pois, embora proporcione mudanças suaves, não tem opção de troca esportiva. A suspensão tem bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, mas é bom destacar que o Journey é um carro voltado para o asfalto e na terra parece um peixe fora d’água, apesar de sua aparência sugerir o contrário. Outro ponto negativo é o diâmetro de giro grande, que dificulta as manobras na cidade, principalmente para um carro que tem quase cinco metros de comprimento. Também falta sensor de obstáculo traseiro, já que a visibilidade nesse sentido não é das melhores.

VEREDICTO O Journey é um carro para quem busca um espaço familiar, tanto para os ocupantes quanto para as bagagens; mas com um razoável pacote de equipamentos de conforto e, principalmente, de segurança. Esse crossover é um carro bastante seguro. O que pesa contra é a falta de um desempenho mais esportivo, a pouca agilidade no trânsito urbano e o nível de acabamento, que poderia ser melhor num carro dessa categoria.

Confira o teste ponto a ponto do Dodge Journey SE 2.7.

Versão mais simples do Journey abandona as rodas de liga leve