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De queridinho a patinho feio: confira o teste do novo Hyundai HB20 com motor 1.0 turbo

Testamos a versão topo de linha do hatch compacto, que traz novidades polêmicas no visual, bom conjunto mecânico e pacote de equipamentos de série com recheio caprichado

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De queridinho a patinho feio: confira o teste do novo Hyundai HB20 com motor 1.0 turbo
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação


O Hyundai HB20 mudou, mas para alguns não agradou. Ele é o segundo modelo mais vendido no mercado brasileiro e sempre fez sucesso, principalmente, pelo visual mais ousado e pacote de conteúdo. Mas agora, na nova geração, o hatch compacto causou certa polêmica, já que suas novas linhas decepcionaram uma parcela dos fãs. O certo é que de perto o novo HB20 é bem mais interessante e não decepciona no desempenho e nem no pacote de equipamentos, principalmente na versão topo de linha, testada pelo VRUM. Confira!


Apesar de ter mantido a plataforma anterior, mas com alguns reforços estruturais e com aumento nas dimensões (3cm na distância entre-eixos), o novo Hyundai HB20 chega com o visual modificado. Mantém a mesma proposta do estilo coreano, mas traz uma grade frontal mais ampla, com grande entrada de ar e moldura cromada, que tem sido um dos pontos principais das críticas. Os mais severos dizem que a nova grade deu ao hatch um aspecto triste, pra baixo. Realmente, o modelo ganhou um formato em cunha na frente, com a parte inferior do para-choque mais rebuscada, conferindo discreta esportividade. Ali, um elemento horizontal em preto une os dois nichos que abrigam os faróis de neblina.

A distância entre-eixos foi aumentada em 3cm, e a carroceria ganhou novos frisos


Os faróis têm desenho mais alongado, com um projetor e luz diurna de LED. Os cincos aparecem no capô e nas laterais, onde são mais marcantes. As janelas trazem uma moldura preta que se estende até a coluna C, transmitindo a ideia de desconexão do teto, que parece flutuante, com a parte inferior da carroceria. O teto tem um afundamento central, para otimizar o aspecto aerodinâmico. A traseira também foi modificada, ganhando vidro mais estreito e colunas mais largas, que comprometem a visibilidade. As lanternas traseiras têm novo desenho e agora ficam rente à carroceria, invadindo a tampa do porta-malas e as laterais, mas não usam LED.

Lanternas não têm mais as lentes em alto relevo, mas não usam LEDs


ESPAÇO O porta-malas, com 300 litros de capacidade, está na média do segmento, e conta com revestimento e iluminação. O estepe fica dentro do compartimento de bagagem, na parte inferior. A versão Diamond Plus, topo de linha, tem chave presencial, que pode permanecer no bolso, mas para abrir a porta é preciso apertar um pequeno botão de plástico na maçaneta, liberando as outras. Nos bancos dianteiros motorista e passageiro se acomodam com conforto, com assentos que apoiam bem as pernas e encostos com abas laterais e apoios de cabeça ajustáveis em altura. O banco do motorista traz ainda regulagem de altura e os comandos do painel e e portas estão bem localizados.

O volante conta com ajustes de altura e distância, e ainda trazem comandos para o áudio, telefone e controlador de velocidade, além de aletas para mudanças de marchas. O banco traseiro tem bom espaço, com assento que apoia bem as pernas, mas só para quem senta nas extremidades. No meio, as pernas ficam levantadas e não apoiam corretamente, apesar de o túnel do assoalho ser mais baixo. O console entre os bancos dianteiros invade um pouco o espaço traseiro e não traz entradas USB e nem saídas de ar-condicionado para quem senta no banco traseiro, que tem encosto bipartido e conta com todos os itens de segurança, inclusive Isofix para fixação de cadeiras infantis.

Interior tem acabamento na cor marrom com detalhes em azul, e comandos bem localizados


ACABAMENTO O acabamento interno é feito com plástico duro marrom no painel e nos painéis de portas, mas o material aparenta boa qualidade. Os bancos são revestidos em couro marrom com costura azul, e o mesmo material aparece também em detalhe nos painéis das portas. Outro detalhe em azul brilhante aparece na faixa que atravessa parte do painel, que tem desenho simples. O painel de instrumentos traz um conta-giros analógico e uma tela digital com o velocímetro, o marcador de combustível e o computador de bordo. Mas o acesso às informações é feito por meio de uma haste junto ao painel. Pouco prático.

Do lado esquerdo do painel o motorista tem teclas para ativar/desativar o stop&go, o controle de manutenção de faixa (que emite sinais sonoro e luminoso), o controle de estabilidade e o alerta de colisão frontal com frenagem automática. Um pacote de sistemas de auxílio à condução não muito comum neste segmento.

Banco traseiro tem bom espaço, oferecendo bom apoio para as pernas


DIRIGINDO O motor 1.0 turbo também passou por modificações e ganhou injeção direta de combustível, ficando ainda mais eficiente. O propulsor garante bom torque em baixas rotações, já a partir de 1.500rpm, proporcionando ao hatch agilidade no trânsito urbano. Responde bem às acelerações e proporciona retomadas de velocidade com segurança na estrada. Basta fazer o kick down (afundar o pé no acelerador) para ter uma reposta imediata. Mas quando o giro sobe, o motor tem funcionamento áspero.

O câmbio automático de seis marchas permite trocas na própria alavanca ou nas aletas atrás do volante, mas não conta com a posição S, que permite mudanças em giros mais altos. No modo manual, o câmbio deixa o hatch mais esperto, enquanto na posição D proporciona uma condução mais confortável, sem trancos nas mudanças e sem trocas desnecessárias. O modelo traz ainda o providencial assistente de partida em rampa, que não deixa o carro recuar em arrancadas em vias íngremes. Com etanol no tanque, o computador de bordo registrou um consumo de 7,4km/l em percurso misto cidade/estrada.

A direção com assistência elétrica foi bem calibrada, com cargas bem definidas para manobras e em velocidades mais elevadas, garantindo segurança. O diâmetro de giro é bom e facilita as manobras de estacionamento, que são otimizadas pela câmera de ré e sensores. As suspensões são mais firmes e transferem um pouco das irregularidades do solo para a cabine, mas sem ser desconfortável. Por outro lado, garantem boa estabilidade em curvas. O sistema de freios, com discos e tambores associados à eletrônica, atuaram de maneira segura e eficiente.

Porta-malas tem 300 litros de capacidade, contando com revestimento e iluminação


CONCORRENTES O Hyundai HB20 é vendido na versão de entrada 1.0 Sense (motor aspirado) por R$ 46.490, na intermediária 1.6 Vision por R$ 57.990, e na topo de linha 1.0 TGDI Diamond por R$ 73.590. Já a Diamond Plus, a mais completa, chega aos R$ 77.990 trazendo todos os equipamentos citados como itens de série. Ela concorre com o novo Chevrolet Onix 1.0 turbo Premier, que será lançado ainda este ano, mas que tem preço de R$ 71.580, com seis airbags, sistema multimídia MyLink 3 com OnStar e Wi-Fi, controle de velocidade de cruzeiro, chave presencial, faróis automáticos, câmera de ré, carregador wireless para o celular, rodas de 16 polegadas, luz de posição e lanternas em LED, assistente de estacionamento semiautônomo e sensor de ponto cego.

Já o VW Polo 200 TSI Highline, por R$ 76.990, traz assistente de partida em rampa, sensor de estacionamento traseiro, controle automático de velocidade, quatro airbags, ar-condicionado digital, controle eletrônico de estabilidade (ESC), controle de tração (ASR) e bloqueio eletrônico do diferencial (EDS), luz diurna em LED ao lado dos faróis de neblina, rodas de liga leve de 16 polegadas, sistema de som touchscreen Composition Touch com App-connect, e volante multifuncional revestido em couro com shift paddles. O Hyundai hb20 é um pouco mais caro, mas é bem completo e tem garantia de cinco anos.


CONECTIVIDADE
A versão Diamond Plus do novo Hyundai HB20 é a mais completa e vem equipada com central multimídia blueMedia, com tela tátil de oito polegadas, flutuante, conectividade com smartphone por Apple CarPlay e Android Auto, conexão Bluetooth com streaming de áudio, acesso à agenda e histórico de chamadas, além de MP3 Player, conexões USB e auxiliar, comandos de áudio e Bluetooth. Tem ainda duas entradas USB no console, uma para carregamento rápido de celular, mas não tem USB para os passageiros do banco traseiro. A navegação é feita por meio de aplicativos e a tela projeta a imagem da câmera de ré com boa definição.


FICHA TÉCNICA


MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 998cm³ de cilindrada, flex, turbo, que desenvolve potência máxima de 120cv (com gasolina e etanol) a 6.000rpm e torques máximos de 17,5kgfm (g/e) a 1.500rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio automático de seis velocidades com trocas manuais sequenciais

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/ de liga leve de 5,5 x 15 polegadas/185/60 R15

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva

FREIOS
Com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES
Do tanque, 50 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 419 quilos


EQUIPAMENTOS


DE SÉRIE
Faróis com projetor e light guide de LED, faróis de neblina, lanternas Clear Vision, rodas de liga leve diamantadas de 15 polegadas, maçanetas externas cromadas, painel de instrumentos com tela digital Supervision Cluster Evoluti, bancos revestidos em couro marrom, volante revestido em couro, airbags frontais e laterais, freios ABS com EBD, controle de estabilidade (ESP), controle de tração (TCS), sinalização de frenagem de emergência (ESS), assistente de partida em rampa (HAC), monitoramento de pressão dos pneus (TPMS), sistema de alerta e frenagem autônomo, alerta de mudança de faixa, câmera de ré, monitoramento da traseira via câmera (DRVM), alarme perimétrico e volumétrico com sensor de inclinação, ar-condicionado digital, direção elétrica progressiva, vidros elétricos dianteiros e traseiros com funções one touch (descida e subida) e antiesmagamento, abertura e fechamento dos vidros elétricos por meio da chave, travas elétricas nas portas e porta-malas, travamento automático das portas e do porta-malas a 20km/h, retrovisores externos com ajuste elétrico e luz indicadora de direção, retrovisores externos com rebatimento elétrico, banco do motorista com ajuste de altura, volante com regulagem de altura e profundidade, computador de bordo com sete funções, luz de teto central, tomada de 12V no console, acendimento automático dos faróis (sensor crepuscular), sensor de estacionamento traseiro, faróis com funções welcome e escort, piloto automático e limitador de velocidade, banco traseiro bipartido 60:40, chave presencial Smart Key com telecomando de travamento das portas e porta-malas, partida do motor por botão, alavancas no volante para troca de marchas, sistema Stop&Go de parada e partida automática do motor, USB para carregamento rápido de celular, central multimídia blueMedia e antena tipo barbatana.

OPCIONAIS
Pintura metálica e perolizada


QUANTO CUSTA
O Hyundai HB20 1.0 TGDI Diamond tem preço sugerido de R$ 73.590. Já a Diamond Plus, mais completa, sobe para R$ 77.990.


Notas (0 a 10)
Desempenho 9
Espaço interno 8
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 8
Segurança 9
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 8