O 307 Sedan traz como principal característica o DNA expressivo da Peugeot: a frente com desenho agressivo, com faróis em forma de olhos de felino e vincos acentuados no capô, além de uma grande boca embutida no pára-choque. A fórmula de sucesso que começou com o compacto 206 foi transferida para outros modelos da marca e deu muito certo, principalmente com o 307 hatchback. Mas, quando a montadora resolveu produzir o modelo sedã, faltou criatividade no desenho da traseira.
Estilo
É fácil perceber que o estilo da traseira não tem nada a ver com a frente ousada. A impressão que se tem é de que, quando o 307 foi projetado, não se pensou na carroceria sedã, que acabou sendo feita às pressas. O desenho é convencional, com lanternas traseiras comuns em outros modelos. O carro é produzido na Argentina e, no Brasil, tem como principais concorrentes o Chevrolet Astra Sedan, Ford Focus e Volkswagen Bora, também vendidos com motor 2.0 e câmbio automático. Apesar de toda modernidade do desenho da dianteira, o sedã tem o mesmo problema do hatchback: a aba do pára-choque é muito baixa e raspa fácil em entradas de rampas. Além disso, a traseira alta e a terceira coluna larga dificultam a visibilidade.
Interior
Por dentro, o 307 Sedan é um carro honesto, com acabamento de boa qualidade e material emborrachado no painel. O espaço interno é bom, mas no banco traseiro o conforto é limitado a duas pessoas, pois quem vai no meio fica mais apertado. O porta-malas é grande e ainda tem um compartimento extra junto ao estepe, que fica no bojo do assoalho. Os bancos da versão testada (Griffe) são acolchoados e revestidos em couro. O do motorista tem regulagem manual de altura. O volante tem boa pega e pode ser ajustado em altura e profundidade. Um problema recorrente nos modelos da Peugeot, presente também no 307 Sedan, é o excesso de ruídos internos.
Informações
Os instrumentos do painel com fundo branco facilitam a visualização, e os comandos em geral estão bem localizados. O 307 Sedan tem visores diferentes no painel, e neles é possível obter várias informações. No visor central, são fornecidos os dados do computador de bordo, como consumo médio, autonomia e distância percorrida. Junto ao conta-giros digital, o motorista vê um mostrador que indica a marcha engatada. Durante o teste, o computador de bordo apresentou um consumo médio de 6,5km/l.
Desempenho
O conjunto mecânico é destaque nesse sedã. O motor 2.0 16V foi modificado e passou a apresentar melhor desempenho, com bom torque em baixas rotações. Aliado ao propulsor, o câmbio automático seqüencial de quatro marchas (Tiptronic System Porsche) também contribui para uma boa condução. A transmissão se adapta ao jeito de dirigir do motorista, visando tirar melhor aproveitamento da força do motor. Além disso, é possível fazer trocas manuais e ainda existe a tecla S, o que tornam as respostas mais rápidas, tanto nas arrancadas quanto nas retomadas. As trocas de marchas são suaves e a relação da transmissão satisfaz. Quando o carro foi apresentado à imprensa na Argentina, em agosto, pareceu ser um pouco mais lento, certamente devido à altitude da província de Jujuy.
Dirigibilidade
As suspensões privilegiam a estabilidade, garantindo firmeza em curvas, mas transferem as imperfeições do solo para o interior do carro, causando certo desconforto. O sistema de freios, com ABS, assistência de frenagem de emergência e repartidor eletrônico de frenagem, garante total eficiência, sem desvio de trajetória. A direção hidráulica variável também foi bem calibrada, facilitando o trabalho do motorista em manobras e garantindo segurança em velocidades elevadas.