A principal novidade da linha 2018 da Hilux é a versão Challenge, que entrou no lugar da antiga SR, a mais acessível na configuração com motor diesel e câmbio automático. Com estilo jovial e esportivo, os acabamentos cromados tradicionais deram vez ao preto em elementos como a grade, para-choques, retrovisores, santantônio, rodas e até na inscrição com o nome do modelo. A versão só é vendida com carroceria branca ou vermelha (que soma R$ 1.650 ao preço do veículo), ambas com adesivos na caçamba. Para deixar o modelo com cara de mau, os faróis e lanternas ganharam máscara negra, os estribos têm aspecto rústico e os pneus são do tipo todo terreno.
O interior segue neste estilo. Os bancos são revestidos em tecido, com costuras em vermelho, quebrando a habitual sisudez do couro, que está discretamente presente nos painéis de porta, descanso de braço e volante. O painel também traz uma faixa vermelha que deixa o interior mais despojado. O acabamento sugere qualidade, mas o tecido do teto não tem bom aspecto. Os tapetes de borracha se enquadram no uso fora de estrada da picape. O espaço para os passageiros é bom, mas o central não viaja com conforto devido ao túnel central.
Com o banco e o volante ajustáveis, motoristas de qualquer estatura encontram uma boa posição para dirigir. O habitáculo tem bons porta-trecos nas portas, sob o apoio de braço e no console. São dois porta-luvas, sendo o de cima climatizado, mas falta iluminação. Como o assoalho da picape é alto, o acesso ao interior é facilitado pelos estribo e várias alças de apoio. Em se tratando de uma picape de cabine dupla, a caçamba tem bom espaço para carga. O compartimento traz protetor e ganchos para fixar a carga. O santantônio é item de série, mas se quiser uma capota marítima é preciso comprar como acessório. A tampa pode ser trancada. O para-choque traseiro tem uma parte rebaixada que forma um degrau para acessar a caçamba.
RODANDO A “conversa” entre o motor 2.8 turbodiesel e o câmbio automático de seis marchas é afinada. Com todo torque disponível aos 1.600rpm, a picape está pronta para enfrentar qualquer situação. Existem duas programações especiais para o conjunto mecânico. Enquanto o Power Mode dá ênfase ao desempenho, o Eco Mode visa reduzir o consumo de combustível. Como na maioria das picapes, a suspensão repassa muito as irregularidades do solo para o habitáculo. Durante nosso teste, a Hilux demonstrou bom equilíbrio, mas vale lembrar que o modelo tem um problema histórico de estabilidade em manobras bruscas (Teste do Alce).
A tração nas quatro rodas, assim como a reduzida, são comodamente acionadas a partir de um seletor no painel. Durante o teste no fora de estrada a picape se comportou muito bem, mostrando boa altura em relação ao solo e ângulos de ataque, saída e rampa favoráveis. Para se livrar de enrascadas, o bloqueio do diferencial traseiro transfere a força das rodas sem tração para as que estão firmes sobre o solo.
FAZEM FALTA Mesmo não se tratando de uma versão de topo, alguns itens fazem falta num veículo que custa mais de R$ 160 mil, como o velocímetro digital, a luz de rodagem diurna, dois itens simples que fazem toda a diferença para o motorista, além controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, rebatimento elétrico dos retrovisores, vidros elétricos tipo um toque (só disponível para o motorista), iluminação no botão de travar as portas e espelho no para-sol do motorista. Quanto ao conteúdo, a versão Challenge se destaca pelo sistema multimídia, ajuste elétrico do facho dos faróis, ar-condicionado digital, controle de velocidade de cruzeiro e faróis com acendimento automático.
CONCORRENTES Na mesma configuração mecânica do modelo em teste – motor a diesel, câmbio automático e tração 4x4 –, a Chevrolet S10 se enquadra a partir da versão LTZ, que passa um pouco do preço médio dos concorrentes. Em compensação, a picape é bastante equipada, trazendo rodas de 18 polegadas, bancos em couro, partida remota do motor, controles de tração e estabilidade, além de alertas de colisão frontal e saída de faixa. Em contrapartida, a Nissan Frontier oferece já na versão de entrada, abaixo do valor médio dos concorrentes, um pacote interessante de itens de série, com controles de tração e estabilidade, saídas de ar-condicionado para o banco traseiro, chave presencial para destravar as portas e dar partida no motor. A Ford Ranger disponível na mesma faixa de preço da Hilux é equipada com o motor 2.2 a diesel, o menos potente. A picape da Ford se destaca pelos 7 airbags e controles de tração e estabilidade de série. Já a Volkswagen Amarok Trendline é mais em conta que a Hilux e traz mais conteúdo.
CONECTIVIDADE
O sistema multimídia Toyota Play tem tela tátil de 7 polegadas. Entre as mídias disponíveis, destaque para e TV digital e leitor de DVD, mas a central ainda tem rádio, CD Player/MP3, Bluetooth (com streaming), entradas USB e auxiliar. Completam o sistema de informação e entretenimento navegação GPS integrada e telefonia.
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 2.755cm³ de cilindrada, turbodiesel, que desenvolve potência máxima de 177cv a 3.400rpm e torque máximo de 45,9kgfm entre 1.600rpm e 2.400rpm
TRANSMISSÃO
Tração 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida; e câmbio automático de seis marchas
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, com braços duplos triangulares e barra estabilizadora; e traseira com eixo rígido e feixe de molas de duplo estágio / 17 polegadas (liga leve) / 265/65 R17
DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
FREIOS
A discos ventilados na frente e tambores na traseira, com ABS e EBD
CAPACIDADES
Tanque, 80 litros; capacidade de carga (passageiro e carga), 1.000kg
EQUIPAMENTOS:
DE SÉRIE
Airbags frontais e de joelho (para o motorista); freios ABS com EBD; Isofix; apoios de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes; bloqueio do diferencial traseiro; acendimento automático dos faróis; ar-condicionado digital; banco do motorista com ajuste manual de altura; volante regulável em altura e distância; banco traseiro com assento rebatível; chave tipo canivete; compartimento refrigerado no painel; computador de bordo; console e descansa braço; controle de velocidade de cruzeiro; desembaçador do vidro traseiro; relógio digital; estribos laterais; protetor de caçamba; para-barro; tampa traseira com chave; retrovisores com ajustes elétricos; bancos revestidos em tecido; faróis de neblina; sistema multimídia Toyota Play com tela de 7"; 4 alto-falantes e antena no teto; rodas de liga leve de 17" na cor preta; santantônio exclusivo; interior com costuras vermelhas; painel com detalhes pretos e vermelhos; tapetes exclusivos.
OPCIONAL
Não há.
Quanto custa?
A picape Toyota Hilux Challenge é a versão de entrada na configuração com motor a diesel e câmbio automático, e tem preço sugerido de R$ 161.990.
Notas (0 a 10)
Desempenho 8
Espaço interno 9
Caçamba 9
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 6
Segurança 6
Estilo 9
Consumo 8
Tecnologia 8
Acabamento 8
Custo/benefício 7
TOYOTA HILUX x CONCORRENTES
TOYOTA HILUX 2.8 CHALLENGE x VW AMAROK 2.0 TRENDLINE x CHEVROLET S10 2.8 LTZ x FORD RANGER 2.2 XLS x NISSAN FRONTIER 2.3 SE
Potência (cv) 177 180 200 160 190
Torque (kgfm) 45,9 42,8 51 39,2 45,9
Dimensões (A x B x C) (m) (*) 5,35x1,85x1,81 5,25x1,95x1,83 5,369x1,87x1,83 5,35x1,86x1,82 5,25x1,85x1,83
(D x E) (m) (*) 3,08x0,28 3,09x0,22 3.09xND 3,22x0,23 3,15 x0,29
Ângulo de entrada/saída (graus) 31/26 30,6/22 30,7/16,1 28/26 31,6/27,2
Peso (kg) 2.130 2.036 2.042 2.116 1.954
Capacidade de carga (kg) 1.000 1.134 1.108 1.084 1.081
Consumo cidade (km/l) (**) 9 8,2 8 8,4 8,9
Consumo estrada (km/l) (**) 10,5 8,4 9,2 10,4 10,5
Preço (R$) 161.990 155.990 176.090 161.590 150.990
(*) A: comprimento; B: largura; C: altura; D: entre-eixos; e E: distância mínima do solo
(**) Dados dos fabricantes
ND – Não disponível