Lançado em 2007, o Citroën C4 Pallas passou por alterações apenas em 2008, quando passou a ser equipado com a aguardada motorização flex. Para 2010, o sedã médio ganhou algumas pinceladas em desenho interno e na lista de equipamentos, mantendo preço competitivo. Pequenas modificações para tentar aumentar a média mensal de vendas do Pallas, que marcou uma média de 1.495 unidades/mês em 2008 e caiu para 1.002 em 2009 e 946 carros mensais no primeiro semestre de 2010. Uma média inconsistente, que vai de um patamar mínimo de 674 em janeiro ao pico de 1.168 modelos em junho. Números que não fazem justiça ao sedã.
Para se conhecer as mudanças da linha 2010 do C4 Pallas é necessário entrar no carro. Um conhecedor do modelo não tarda a dar falta do conta-giros sobre a coluna de direção, que migrou para o painel, como nos monovolumes da linha C4 Picasso e Grand C4 Picasso. A outra é menos perceptível, já que fica coberta por uma tampinha junto ao freio de mão: a entrada USB para o sistema de som. No demais, o carro permanece o mesmo, com o característico teto em arco e os faróis e lanternas espichados.
APELO TECNOLÓGICO O pacote tecnológico é um dos principais chamarizes do sedã argentino, desde o seu lançamento. Na versão Exclusive, o carro vem completo pelo preço inicial de R$ 69.930, com itens como direção assistida, ar-condicionado dual zone, bancos em couro, CD/MP3, volante multifuncional, câmbio automático, airbags frontais, freios ABS com EBD, entre outros.
Opcionais mesmo apenas a pintura metálica, que é um item compulsório por R$ 950 (não há opção de pintura sólida) e o chamado Pack Technologique, que adiciona airbags laterais e do tipo cortina, alarme, banco do motorista elétrico, faróis de xenônio direcionais (mudam o facho de acordo com a posição do volante) com limpadores e controles eletrônicos de tração e de estabilidade. Com tudo isso, o C4 Pallas Exclusive chega a R$ 76.230, um valor ainda acessível face às versões completas dos rivais. O Toyota Corolla Altis 2.0 16V sai por R$ 88.250, enquanto o Honda Civic EXS 1.8 16V tem preço sugerido de R$ 88.750.
MÍNIMO ESFORÇO São justamente os itens de comodidade que seduzem no uso cotidiano. Ao se trancar as portas, os espelhos retrovisores se recolhem. Para lidar com os 4,77 metros de comprimento e 1,77m de largura, há sensores de estacionamento na dianteira e traseira. A proximidade de obstáculos é apresentada graficamente em uma tela LCD no console. Ainda há sensores de luminosidade e de chuva. Veja a galeria completa de fotos do Citroën C4 Pallas Exclusive!.
O ar-condicionado tem duas zonas de ajuste, além de difusor traseiro. Um toque charmoso é o perfumador, que espalha uma fragrância pelo ambiente. O conforto dos passageiros é garantido pela ampla distância entre-eixos de 2,71m. Mas o ocupante central tem mobilidade limitada das pernas por causa do console central. O porta-malas também é espaçoso, com 580 litros.
BELEZA INTERIOR A textura estriada do painel e das portas dá um toque adicional de requinte. O painel de instrumentos é centralizado em uma lâmina digital. Embora exija um pouco de visão periférica, o quadro é completo e exibe as principais informações, mas fica devendo conta-giros maior.
Nos 20 botões do cubo fixo do volante é possível acionar variadas funções, desde a iluminação interna ao recirculador de ar, além dos já triviais controles de som e de velocidade. Parece difícil se habituar, mas logo se torna natural. Com dois raios, o volante permite uma boa pega nos espaços demarcados. A regulagem de altura e distância faz coro com os amplos ajustes elétricos do banco do motorista.
DISPOSIÇÂO FAMILIAR O motor imprime desempenho adequado ao C4 Pallas, sem ser esportivo. A razão está no peso elevado, superior a 1.400kg, e no câmbio automático, que também influenciam a média de consumo de 5km/l de álcool na cidade.
Veja, no vídeo abaixo, o teste do C4 Pallas feito por Emílio Camanzi.
A caixa automática AL4 permite mudanças sequenciais por toques na alavanca, mas fica devendo as aletas no volante, presentes nos monovolumes, e uma quinta marcha. As passagens são feitas sem trancos, mas as respostas sofrem um atraso, minimizado no modo Sport, que também retém as marchas.
A direção eletro-hidráulica é macia em baixas velocidades, o que ajuda nas manobras, mas ganha peso e precisão em altas. A suspensão, independente nos dois eixos, consegue segurar bem o três volumes em curvas de variados raios, com o auxílio dos pneus 215/55 em rodas aro 16 e com a vigilância das salvaguardas eletrônicas, que tratam de corrigir desvios. Apenas em pisos degradados é sentida uma certa aspereza do acerto, mas nada que chegue a quebrar a placidez do sedã, que mira nos topo de linha.
FICHA TÉCNICA
Motor
Dianteiro, transversal, 1.997 cm³, quatro cilindros em linha, flex, 143cv (gasolina) e 151cv (álcool) a 6.000rpm e torque máximo de 20,4kgfm (g) e 21,6kgfm (a) a 4.500 rpm
Transmissão
Tração dianteira e transmissão automática sequencial de quatro marchas, com controles eletrônicos de estabilidade e de tração
Direção
Com assistência eletro-hidráulica e pinhão e cremalheira.
Freios
Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com sistema ABS (antitravamento) com EBD (distribuidor eletrônico de frenagem) e AFU (sistema de auxílio a frenagem de emergência).
Pneus
Rodas de liga leve de 16 polegadas, pneus 215/55.
Dimensões (metros)
Comprimento: 4,77; largura: 1,77; altura: 1,51; distância entre-eixos: 2,71.
Capacidades
Tanque de combustível, 60 litros; porta-malas, 580 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 431 kg.
Peso
1.409 kg
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