Os sedãs médios estão em alta no mercado nacional e o Pallas chega para se juntar à turma. As linhas da carroceria são o destaque do Pallas, que chama a atenção por onde passa. Pallas é o nome da deusa da mitologia grega, símbolo da sabedoria e da verdade. Os faróis enormes são herdados do conceito C-Air Lounge, exibido no Salão de Paris de 2002. As formas das lanternas traseiras grandes se assemelham aos faróis. O desenho da tampa traseira foge ao convencional e torna o carro diferente. A grade frontal é a mesma de toda a linha Citroën. Essa é a nova onda da indústria automobilística mundial em busca de identidade em seus modelos. Os fabricantes procuram unificar toda a linha, do menor ao maior modelo da marca.
Interior
Se as linhas da carroceria causam furor, o interior também chama a atenção. No volante, estão reunidos diversos comandos - ar-condicionado, rádio, controlador de velocidade etc - e o miolo central é fixo, somente o aro se movimenta. Puro charme, mas é funcional. O espaço traseiro no habitáculo é bom para as pernas. O Pallas é derivado do C4 hacth, mas a distância entre-eixos é maior, como no Mégane hatch, que não é vendido no Brasil, e sedã. Mesmo assim, três ocupantes ficam apertados no banco traseiro. Isso se deve ao formato do assento e às colunas traseiras bastante inclinadas para dentro na parte superior. Além disso, o couro liso não prende os corpos dos ocupantes, que deslizam nas curvas.
O painel de instrumentos é digital, com o tacômetro (conta-giros) sobre o volante e grafia que dificulta a leitura. O velocímetro fica no centro do painel de bordo e nem sempre agrada a todos, pois é fácil se distrair. Outro detalhe que chama a atenção é a inclinação da coluna A (dianteira), igual à de monovolume. Basta observar a distância da parte superior do painel central para a extremidade inferior do pára-brisa. É que o motor invade o interior e o motorista e passageiro da frente ficam mais afastados. A sensação é a de estar no meio do carro.
Conforto Incomoda bastante a transferência das imperfeições do solo para o interior do veículo. O sistema de suspensão não absorve as irregularidades que são mais sentidas pelos ocupantes do banco traseiro. Além disso, há ruídos. A caixa de direção transmite vibração para o volante em curvas sobre piso irregular, gerando desconforto.
Não faltam na versão topo de linha do Pallas itens de conveniência e conforto: há até perfumes de odores diferentes para climatizar o ambiente, além dos porta-objetos.
Segurança
A versão testada é a topo de linha e há muitos itens de segurança, como freios ABS, airbags frontais, controle eletrônico de estabilidade, entre muitos outros. Porém, falta apoio de cabeça central no banco traseiro. Incoerência, por ser mais simples e barato. A visibilidade traseira é ruim, mal dos sedãs, e dificulta as manobras. Os freios são muito eficientes e o sistema ABS é equipamento de série.
Dirigindo
O que mais incomoda no Pallas é a calibragem pesada da direção. Enquanto a do Renault Mégane é leve demais, a Citroën carregou a mão. Há o meio termo. O carro é firme e contorna curvas facilmente. Mas a frente é baixa e raspa em rampas. Os comandos estão bem posicionados e o motor 2.0 tem torque e potência suficientes para conferir bom desempenho. O senão é o câmbio automático seqüencial de apenas quatro velocidades. O sistema é inteligente e interpreta as intenções do motorista, mas fica faltando uma marcha, e há queda de rotação entre a segunda e a terceira marcha. Há a sigla S, de esportivo, em que as marchas são trocadas em rotação mais elevada. Mas as retomadas de velocidade deveriam ser mais rápidas. Às vezes, ocorre tranco forte no engate da segunda para primeira marcha na troca automática.
Enfim, o Pallas chama a atenção pelo desenho da carroceria e a garantia é de três anos.