O mercado brasileiro tem suas particularidades. Além da disputa acirrada de sedãs compactos, ele também é marcado pela presença maciça de picapes derivadas de veículos de passeio, que representam segmento bastante atraente, com modelos das quatro grandes montadoras. E a General Motors vinha perdendo terreno nessa disputa, exatamente por não ter uma opção mais barata da Montana, que somente era vendida com motor 1.8. A montadora investiu no desenvolvimento do propulsor 1.4 EconoFlex, o mesmo do Prisma, que ficou mais potente e econômico, e passou a equipar, este ano, toda a linha Corsa, incluindo a picape.
Estilo
A Montana ainda tem visual que pode ser considerado competitivo para o segmento, representado em sua maioria por consumidores jovens. Suas linhas, herdadas do Corsa, ainda não envelheceram; e detalhes, como faróis com máscara negra, molduras pretas dos pára-lamas, barra de proteção do teto na cor preta, ponteira cromada do escapamento e rodas de liga, realçam seu aspecto esportivo. Outro detalhe característico da picape da GM são os apoios laterais para os pés, que permitem melhor acesso à caçamba.
Carga
É verdade que a maioria dos consumidores desse tipo de veículo raramente transporta carga, no sentido comercial da palavra. Mas é preciso considerar que esse público também tem suas necessidades, como levar Jet ski, moto, asa delta, entre outros. Por isso, a capacidade da caçamba conta, e muito. A Montana pode transportar 549 quilos (mais dois ocupantes de 70kg cada) e tem espaço suficiente para acomodar uma bagagem aventureira (são 1.143 litros, até a altura das laterais). Para prender tudo isso, o motorista dispõe de dez ganchos, sendo seis na borda e quatro internos. Capota marítima e proteção da caçamba estão entre os acessórios disponíveis.
Por dentro
O estepe fica embaixo da caçamba, e é protegido contra furto pela fechadura (com chave) da tampa traseira, que impede o acesso ao parafuso que libera a bandeja. A solução preserva espaço na caçamba e no habitáculo, mas a operação de troca de pneu é suja e complicada. A cabine oferece conforto para dois adultos. Encontrar uma boa posição de dirigir não é fácil, pois a coluna de direção não é ajustável e a regulagem de altura do banco do motorista é opcional. A visibilidade traseira é muito ruim, devido ao pequeno vidro e às duas barras de proteção da cabine, embora os retrovisores sejam de bom tamanho. O espaço atrás dos bancos é suficiente para acomodar bagagem de casal em viagem de férias.
Equipamentos
Um dos pontos positivos da nova versão da picape é a regulagem interna elétrica de altura dos fachos dos faróis, que é fundamental em um veículo de carga, para evitar o ofuscamento da visão dos motoristas que trafegam em sentido contrário. Em termos de conforto, a Montana 1.4 tem bom pacote de opcionais (ver lista de equipamentos na página 8) mas, em se tratando de segurança, faltam freios ABS e airbag duplo, que não estão disponíveis. Vidro da janela traseira corrediço ajuda a aliviar o calor.
Motor
É um dos destaques dessa versão da Montana. A GM fez excelente trabalho no desenvolvimento do motor 1.4, que recebeu coletor de admissão em material plástico (que possibilitou uma redução de 35% no peso do conjunto, em relação ao feito em alumínio), nova calibração (que permite partidas em ambientes de até oito graus Celsius, sem o auxílio da gasolina) e acelerador eletrônico. Com isso, a potência e o torque aumentaram, dando fôlego suficiente para a picape passear ou trabalhar, com bastante economia, pois o propulsor é um dos mais econômicos da categoria. O câmbio ajuda, com engates macios, embora nem tão precisos; e relações de marcha bem dimensionadas. A suspensão oferece boa estabilidade, sem sacrificar tanto o conforto. Mas o nível interno de ruídos é elevado.
Leia mais e assista ao teste da Montana Econo.Flex no Veja Também, no canto superior direito desta página.