Com linhas ultrapassadas e mecânica desatualizada, estava mesmo difícil para o Vectra sobreviver em um segmento tão competitivo e cheio de novidades quanto o dos sedãs médios, no qual competem concorrentes de peso, como Citroën C4 Pallas, Ford Focus, Honda Civic, Hyundai Elantra, Kia Cerato, Peugeot 408, Renault Fluence, Toyota Corolla e Volkswagen Jetta. Para conseguir se destacar em uma vitrine tão disputada, a General Motors optou por uma solução global (vendida em mais de 70 países), com plataforma e carroceria inteiramente novas: o Cruze, que chega em duas versões de acabamento (LT e LTZ).
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Do jeito que vier são seis
Com motor 1.8 Ecotec, o novo Chevrolet Cruze tem duas opções de câmbio, ambas de seis velocidades, mas a transmissão automática não tem opção de troca no modo esportivo.
Como fruto de um projeto global, o Cruze tem linhas modernas que misturam um pouco de cada tendência de alguns dos principais mercados do mundo. A equipe de designers responsável pelos desenhos externo e interno estava baseada na Coreia do Sul, mas os pitacos vieram de outros centros da GM sediados na Alemanha, Estados Unidos, Austrália e Brasil.
GENÉTICA De frente, fica fácil identificar o DNA Chevrolet do Cruze, com a já propagada grade em colmeia com formato em V, moldura cromada e uma barra da cor da carroceria, com a gravatinha estampada no meio. Completam o visual frontal os vincos acentuados nas laterais do capô e os faróis, cujo desenho acompanha a curvatura do para-lama dianteiro. A frente tem boa altura e não raspa em entradas e saídas de rampa. De perfil, o que mais chama a atenção no sedã é a curvatura do teto, em forma de arco, que dá personalidade ao carro. As rodas de liga com vários raios e detalhes em plástico imitando metal nas capas dos retrovisores, nas maçanetas e na base da moldura dos vidros reforçam a elegância da versão avaliada, a topo de linha LTZ.
EQUILÍBRIO As linhas da traseira estão bem incorporadas ao conjunto. A barra cromada acima da placa é mais uma pitada de sobriedade. As lanternas estão niveladas com a superfície da carroceria, são de bom tamanho e têm elementos circulares e desenho recorte que invade a tampa do porta-malas. Sensores de estacionamento ajudam bem nas manobras em marcha a ré, já que a visibilidade traseira não é das melhores. O porta-malas tem bom acesso e capacidade razoável para um sedã médio, mas falta rede para prender pequenos objetos. Detalhe interessante: existe uma alavanca destacada (na cor branca) para abertura interna do compartimento de bagagens, caso alguém seja vítima de um sequestro relâmpago. O banco traseiro bipartido melhora a capacidade de carga.
Confira o teste feito por Emílio Camanzi:
INTERIOR Na versão LTZ, o acabamento interno mistura cinza claro, presente no revestimento dos bancos em couro, no centro do painel e em parte dos painéis de porta; a cor preta, que predomina nos plásticos da parte de cima e de baixo do painel; e cinza imitando plástico no painel central, no volante, nas maçanetas, nos aros das saídas de ar e nos comandos do some do ar-condicionado. O volante de três raios tem boa pega e incorpora os comandos do som e do controle automático de velocidade, mas a buzina é difícil de ser acionada. A coluna de direção regula em altura e distância. Com iluminação azul-gelo, painel tem boa visualização de dia e de noite. Bancos acomodam bem o corpo, mas a regulagem do encosto é por alavanca e não por botão giratório, que é mais prático.
CONFORTO O espaço interno proporciona conforto para quatro adultos, pois o passageiro do meio do banco traseiro é incomodado pelo apoio de braço embutido no encosto e pelo túnel central. Destaque para o sistema multimídia, com tela de sete polegadas no painel central, que não é do tipo touch screen mas exibe de forma bem clara dados dos sistema de som, navegação e de entretenimento. O interior do Cruze é farto em porta-trecos, com espaço para garrafas nas portas, porta-luvas com boa capacidade e iluminação, suporte para óculos, entre outros. Bancos dianteiros têm porta-revistas no costado. O pacote de segurança é um dos destaques, incluindo de série na LTZ airbags duplo frontal, laterais e de cortina; freios ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) e PBA (assistência de frenagem de pânico); controle de tração estabilidade, três cintos e três apoios de cabeça no banco traseiro e sistema Isofix para fixação de cadeirinha infantil.
RODANDO O motor 1.8 Ecotec é sem dúvida uma evolução em relação ao do Vectra, mas não chega a empolgar. É preciso lembrar que o Cruze pesa quase 1.400 quilos. O casamento com o câmbio automático de seis marchas também carece de um pouco mais de afinação, já que proporciona respostas um pouco lentas. Com isso, as acelerações e retomadas são apenas razoáveis. Mas, por outro lado, em altas rotações, o fôlego é mais do que suficiente e não deixa a desejar nessa condição. Com álcool, ar ligado e três adultos, o computador de bordo registrou um consumo de 6,2km/l. A suspensão é um pouco barulhenta, não absorve bem as irregularidades, mas garante boa estabilidade em qualquer situação. A direção é bem calibrada tanto para manobras quanto para velocidade elevadas.