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Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 - Estava fazendo falta

O sedã ganhou opção de motor mais potente e câmbio automático de seis velocidades, que combina melhor com o amplo espaço interno, tanto para pessoas quanto para bagagens

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Por fora, o Cobalt 1.8 é praticamente o mesmo da versão 1.4 e as pequenas diferenças estão nos faróis com máscara negra e nas rodas de liga com desenho exclusivo

Depois do caminho desbravado pelo Renault Logan no mercado brasileiro, o segmento dos sedãs compactos de visual simples e amplo espaço não parou de crescer, despertando a cobiça da concorrência. Na mesma balada vieram Nissan Versa, Fiat Grand Siena e Chevrolet Cobalt, que é fruto de uma arquitetura global que foi inteiramente desenvolvida no Centro Tecnológico da General Motors no Brasil. Para se ter uma ideia de como a GM levou essa fórmula a sério, o seu sedã tem mais espaço interno do que o seu irmão mais sofisticado (o Cruze). O modelo foi lançado com opção apenas do motor 1.4 (com potências de 97cv, com gasolina; e de 102cv, com etanol), mas a própria marca já sabia que um sedã desse porte merecia também um propulsor mais potente e aproveitou o próprio lançamento para fazer uma apresentação estática do modelo que avaliamos agora, com motor 1.8 e câmbio automático de seis velocidades.

 

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ESTILO Para muitos, o design é um dos pontos fracos do Cobalt, que segue a mesma filosofia de estilo da marca, presente em modelos como Agile, Cruze, Montana, Malibu, entre outros. A crítica é que falta harmonia entre os grandes faróis com refletores e a grade dianteira em colmeia – com a gravatinha estampada na barra que a corta na parte de cima – e o resto do conjunto estilístico. Por outro lado, o perfil com a grande distância entre-eixos e a ausência de frios realça a robustez, a modernidade e a elegância, dando a impressão de um sedã de categoria superior. A traseira tem linhas simples e lanternas verticalizadas, com desenho em módulos retangulares. A LTZ 1.8 tem rodas de liga com desenho exclusivo e acabamento diamantado, faróis com máscara negra, defletor de ar na tampa traseira e lanternas traseiras com lentes transparentes.

 

HABITÁCULO Assim como as linhas externas, o acabamento interno também é simples. A cor marrom do painel, volante, console e painéis de porta contrasta um pouco com os detalhes em cinza imitando metal presentes no volante, base da alavanca de marchas e moldura do sistema de áudio e com os cromados das maçanetas internas, dos comandos do som e ar-condicionado, do pomo da alavanca de marchas e da lingueta da alavanca do freio de estacionamento. Os bancos são revestidos em tecido de toque agradável e prendem os corpos dos ocupantes, sendo que o do motorista regula em altura



DIGITAL O volante de três raios incorpora os comandos do som, Bluetooth e controle automático de velocidade. A buzina é difícil de ser acionada. No painel, somente o conta-giros é analógico. Os outros instrumentos são digitais e um pouco confusos, como o marcador do nível de combustível no tanque. Falta marcador de temperatura do motor. Freios ABS e airbag duplo são itens de série mas não há (nem como opcionais) apoio de cabeça nem cinto de três pontos para quem senta no meio do banco traseiro.

FOLGADO Mas o que vai atrair mesmo o cliente é o amplo espaço interno, proporcionado pela generosa medida entre-eixos (de 2,62m) e capaz de acomodar com conforto cinco adultos e toda a bagagem deles em uma viagem bem longa de férias. Na frente, motorista e passageiro viajam com muito conforto, e quem senta no banco de trás pode esticar com folga as pernas, mesmo se tiver estatura elevada. O porta-malas acomoda 563 litros (isso repreenta 100 litros a mais que a do Cruze), e caso o dono ache pouco, o banco traseiro rebate em 1/3 e 2/3, o que pode ampliar ainda mais esta capacidade. Por outro lado, faltam ganchos para a fixação da carga e rede para prender pequenos objetos, além de uma cobertura interna da tampa, o que contribuiria para melhorar a aparência.

As lanternas traseiras têm lentes transparentes e a tampa, um pequeno defletor



RODANDO Se olharmos apenas os valores de potência, dá até para pensar que a mudança do motor 1.4 para o 1.8 não foi muita coisa, pois o primeiro rende 102cv com etanol, enquanto o segundo gera 108cv com o mesmo combustível. Mas, na prática, a diferença de 6cv e (mais importante ainda) de mais de 4kgfm no torque (falando apenas de etanol) faz muita diferença na hora de empurrar um sedã que pesa mais de 1.100 quilos. A diferença é sensível, principalmente quando o carro está carregado e se liga o ar-condicionado. Mas o câmbio automático de seis velocidades demora um pouco para reagir aos comandos do acelerador, mesmo usando o kick-down (pressionado o pedal até o fundo para a redução de marchas); e as trocas manuais são feitas por meio de botão na alavanca de marchas, o que não é muito prático. Para um carro com essa proposta, a suspensão deveria ser menos barulhenta e absorver melhor as imperfeições do piso. A direção está bem calibrada para manobras e altas velocidades e os freios são muito eficientes. A visibilidade traseira ruim é compensada pelos sensores de estacionamento traseiro, que ajudam bastante na hora de estacionar.

 

Sedã em revista


 

Ficha técnica
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.796cm³ de cilindrada, oito válvulas, desenvolve potências máximas de 106cv (gasolina) e 108cv (etanol) a 5.400rpm e torques máximos de 16,4kgfm (gasolina) e de 17,1kgfm (etanol) a 3.200rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio automático de seis marchas

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira independente, do tipo McPherson, com braço de controle ligado a haste tensora e barra estabilizadora; e traseira semi-independente, com eixo de torção e barra estabilizadora / 6 x 15 polegadas, em liga leve / 195/65 R15



DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
A discos ventilados na frente e tambor na traseira, com sistema ABS e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem)

CAPACIDADES
Do tanque, 54 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 471 quilos

 

Confira o teste feito por Emílio Camanzi:

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EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Conforto/conveniência: abertura por controle remoto da tampa do porta-malas na chave do tipo canivete, acionamento elétrico de vidros, retrovisores e travas, ar-condicionado, desembaçador do vidro traseiro, direção hidráulica, coluna de direção com regulagem de altura, sensor de estacionamento traseiro, rádio com CD player com MP3, entradas auxiliar e USB e Bluetooth.

Segurança: protetor de cárter, alarme antifurto, airbags frontais para motorista e passageiro, freios ABS com EBD e faróis e luzes de neblina.

Aparência: vidros verdes, maçanetas externas e retrovisores na cor da carroceria, aerofólio na tampa traseira, acabamento em tecido aveludado nos painéis de porta, faróis e lanternas escurecidas, barra cromada na traseira e rodas em liga leve de 15 polegadas.

OPCIONAIS
Câmbio automático e controle automático de velocidade.

NOTAS (0 A 10)
Desempenho 8
Espaço interno 9
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 8
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 7
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 8

QUANTO CUSTA
A versão topo de linha (LTZ) com motor 1.8 e câmbio manual tem preço básico sugerido de R$ 46.990. Com câmbio automático, pintura metálica e controle automático de velocidade, sobe para R$ 50.950. A versão de entrada, a
LT 1.8 manual, parte de R$ 43.690.


AVALIAÇÃO TÉCNICA
ACABAMENTO DA CARROCERIA
A qualidade final da pintura não é boa, apresentando alguns pontos com impurezas e imperfeições no verniz. A tampa do porta-malas tem montagem razoável. O capô está desnivelado na união com as bases das colunas A e as quatro portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria. As portas incorporam friso protetor. As quatro extremidades dos para-choques estão desalinhadas em relação à carroceria. NEGATIVO

VÃO DO MOTOR
O capô tem ótimo ângulo de abertura e é sustentado por vareta manual. Para essa motorização, o resultado do isolamento acústico é discreto em relação ao habitáculo. O acesso à manutenção é satisfatório. A sistematização dos vários componentes está bem feita e o acesso aos itens de verificação constante é fácil. POSITIVO

ALTURA DO SOLO
Não foram observadas interferências com o solo. Existe chapa protetora em aço para toda a zona inferior do conjunto motopropulsor. POSITIVO

CLIMATIZAÇÃO
Sistema não tem opção de regulagem diferenciada de temperatura para condutor e passageiro, nem difusor de ar no final do console central para os passageiros de trás. O conjunto apresentou um bom funcionamento e está bem vedado. POSITIVO

FREIOS
Apresentaram um bom comportamento dinâmico e o ABS está bem calibrado. O pedal de freio tem boa sensibilidade. Em frenagem de emergência simulada sobre asfalto seco e terra batida, a desaceleração com manutenção da trajetória foi boa. O freio de estacionamento atuou normalmente. POSITIVO

CÂMBIO
O conjunto é automático, com seis marchas. As trocas são suaves e as respostas em kick-down, razoáveis. O quadro de instrumentos tem display informando o modo selecionado e a marcha. Existe opção de uso manual sequencial, colocando-se a alavanca em M. As trocas são feitas por meio de tecla instalada no pomo. POSITIVO

MOTOR
É o antigo 1.8 8V, com algumas melhorias. Apresentou um bom rendimento e uma dirigibilidade agradável no uso misto (estrada/trânsito urbano), mas sem destaque dinâmico. O funcionamento com o novo câmbio automático de seis velocidades é positivo. A aceleração e retomadas de velocidade satisfazem para a proposta desta versão. Rende um pouco melhor quando se usa somente etanol. O sistema Flex funcionou bem. POSITIVO

VEDAÇÃO
Boa contra água e poeira. POSITIVO

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS
O efeito aerodinâmico inicia-se a 100km/h, mas é aceitável em alta velocidade. O habitáculo não é silencioso quando se trafega sobre piso de paralelepípedo, terra e asfalto ruim. REGULAR


SUSPENSÃO
O conforto de marcha está mal definido, assim como a pressão homologada dos pneus, pelo nível das transferências das imperfeições do solo para dentro. A estabilidade é boa e contorna curvas com precisão satisfatória e inclinação moderada da carroceria. REGULAR

DIREÇÃO
Apresentou boa precisão em reta e curvas e as cargas do sistema assistido estão bem definidas. O diâmetro de giro é longo e o efeito retorno tem boa velocidade. A GM homologou em 35 libras a pressão dos quatro pneus, esteja o veículo com apenas o condutor ou com carga máxima. REGULAR

ILUMINAÇÃO
Falta sensor crepuscular. Existe luz de cortesia no porta-malas e porta-luvas. Os faróis têm refletor único e o motorista tem auxílio de faróis de neblina embutidos no para-choque, mas não há ajuste interno para a altura dos fachos. O conjunto apresentou eficiência normal no baixo e no alto. No habitáculo há uma lanterna simples pequena, com dois spots fixos na zona frontal do teto e outra na posterior, com resultado razoável para a área interna. O quadro de instrumentos tem iluminação permanente, mas os interruptores elétricos nos painéis de porta não têm identificação noturna nem com os faróis ligados. REGULAR

ESTEPE/MACACO
O estepe é temporário e específico para pequenos deslocamentos, com velocidade máxima limitada a 80km/h. Ele está instalado dentro do porta-malas, no fundo do assoalho. O kit de troca está encaixado abaixo do aro e a operação de troca é normal. NEGATIVO

LIMPADOR DE PARA-BRISA
O sistema de limpeza tem palhetas eficientes e bons esguichos. A área varrida no para-brisa é bem ampla. O acesso ao reservatório d’água, instalado dentro do vão do motor, é fácil. Não tem sensor de chuva. POSITIVO

FERRAMENTAS
Tem uma chave de fenda combinada com Phillips. POSITIVO

ALARME
A chave de ignição é codificada e tem proteção perimétrica das partes móveis, mas falta a volumétrica (dentro do habitáculo) contra invasão através da quebra dos vidros. O sistema não tem função “um toque” nos vidros, que não sobem automaticamente quando se aciona o comando para travar as portas. REGULAR

VOLUME DO PORTA-MALAS
O declarado pela fabrica é 563 litros, o mesmo encontrado na nossa medição.

Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan

www.danieltecnodan.wordpress.com

Quem senta no meio não tem apoio de cabeça e nem cinto de segurança de três pontos


Palavra de especialista
Sangue novo
DANIEL RIBEIRO FILHO
ENGENHEIRO
Quando se fala em comportamento dinâmico, o Cobalt com motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas é outro automóvel, quando comparado com a versão 1.4. O ganho no torque é expressivo com o acréscimo de 4,1kgfm (atuando a 3.200rpm), e o de potência máxima, nem tanto (105cv no 1.4 e 108cv no 1.8 usando apenas etanol). A sua condução é prazerosa e traz conforto para o condutor. O rendimento é bom com ar- condicionado ligado e quatro adultos. Mas o consumo não é baixo, principalmente com etanol. O estilo da carroceria tem gosto duvidoso e as novas lanternas traseiras e o desenho das rodas de liga leve não contribuem para a harmonia do conjunto. Não tem sentido técnico a adoção de estepe temporário no Brasil, devido à cultura do brasileiro e à baixa qualidade de ruas e rodovias. O ótimo volume do porta-malas não é prejudicado quando o conjunto de uso roda/pneu danificado é colocado no local específico dentro do porta-malas.