Foi-se o tempo em que carro com motor 1.0 podia ser apelidado de "tartaruga", "empata", "freio de mão puxado" e coisas do gênero. A tecnologia evoluiu muito nos últimos anos e os motores de baixa cilindrada têm conseguido aumento significativo de potência e torque e redução, também expressiva, dos níveis de emissão de poluentes. E a GM seguiu o mesmo caminho dos outros fabricantes ao conseguir extrair ainda mais desempenho do seu VHC (do inglês Very High Compression), que já era um motor avançado tecnologicamente, e ao mesmo tempo atender as exigências da nova Resolução 315/02 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que entrou em vigor este ano e limita ainda mais as emissões veiculares.
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Na mesma
Se colocarmos um Celta 2009 ao lado de um 2010 vai ser difícil achar a diferença, pois o mais novo não mudou nada por fora. Uma das duas únicas novidades visíveis é a terceira luz de freio, que fica no alto do vidro traseiro e agora é de série em todas as versões. No mais, a carroceria continua a mesma. Mas a última reestilização, que mudou os faróis (que ficaram maiores e mais bonitos), as lanternas (que misturam elementos circulares e triangulares) e os para-choques (que foram redesenhados), ainda permanece atual. As calotas imitando rodas de liga também combinam bem com o restante do conjunto. Mas os pneus são chineses, da marca Champiro (na medida 165/70 R13), e são difíceis de serem encontrados para reposição.
Por dentro
O interior, na cor predominante preta, tem acabamento bem ruim. Os plásticos de painel e dos painéis de porta são de baixa qualidade e de aspecto ruim, e os porta-trecos das portas, bem apertados. Mas o ponto alto do mau acabamento são os apoios de cabeça fixos dos bancos dianteiros (inadmissível, pois até os de trás são reguláveis em altura). Por outro lado, o tecido que reveste os bancos é de bom gosto e de toque agradável. Mas o principal problema do motorista é a falta de espaço, já que o volante, que fica numa posição muito baixa e torto, e o banco não regulam em altura (muito menos em distância) e limitam muito o conforto para pessoas de maior estatura. O painel tem os instrumentos básicos, com números de fácil visualização. Ainda bem que a GM não optou por ocultar o mostrador de temperatura do motor, como fazem alguns concorrentes.
E de esperto
A outra única diferença visual externa, em relação ao Celta 2009, é uma pequena letrinha E (pintada de verde) que foi adicionada à sigla VHC, na parte de baixo da tampa traseira, mas que é a principal novidade do carrinho. Segundo a GM, o E vem de ecológico, econômico e energético. O primeiro motivo foi para atender os novos limites de emissões do Conama e os outros podem ser traduzidos em redução significativa do consumo e desempenho digno de elogios para um motor dessa cilindrada. O Celtinha encara subidas íngremes, arranca, acelera e retoma como "gente grande". Com esse aumento de desempenho, sobra um folegozinho extra para o uso do ar-condicionado. O câmbio também ajuda, com engates macios e precisos e relações de marcha bem escalonadas.
Autonomia
Uma mudança também oculta no novo Celta é o novo tanque de combustível. A capacidade passou de 47,8 litros para 54 litros. Juntando a redução do consumo com o aumento da capacidade do tanque, a autonomia pode chegar, segundo a GM, até 1.000 quilômetros. Outra mudança que não aparece é o novo acelerador eletrônico, que aposenta o cabo e melhora a dirigibilidade. A versão avaliada, a Spirit, agora tem como opcionais o ar-condicionado e a direção hidráulica, antes disponíveis apenas para a Super. Mas a direção é um pouco pesada em manobras, principalmente se considerarmos que o público feminino é fã do carrinho. A suspensão favorece a estabilidade e sacrifica um pouco o conforto. Em suma, o Celtinha convence pelo fôlego e avareza.
Vídeo: assista também ao comparativo entre o Celta e o Ford Ka
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