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Chevrolet Captiva V6 3.0 AWD - Seis com seis

Crossover da GM ganha motor com injeção direta, mais potente e econômico, e câmbio automático de seis marchas, além de câmera para ajudar nas manobras em marcha a ré

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Foto:

 

Assim como os utilitários-esportivos, os crossovers — modelos que misturam características de perua e utilitário — também caíram no gosto do consumidor brasileiro e atualmente a concorrência é pesada. Para aproveitar essa onda, a General Motors resolveu trazer do México (leia-se imposto zero), em 2008, o Chevrolet Captiva, que desembarcou inicialmente apenas na versão com motor V6. O sucesso levou a GM a trazer também uma opção de entrada, equipada com motor 2.4 e preço mais em conta. Agora, para continuar competitivo, o modelo passou por uma atualização tecnológica, principalmente na versão mais cara, que ganhou motor com injeção direta, câmbio automático de seis velocidades e muitos itens de conforto.

 

Visual continua o mesmo 

 

Um dos principais atrativos do Captiva, na opinião dos consumidores, é o design. Suas linhas modernas e equilibradas agradam a quem quer um carro que mistura elegância e esportividade. Na frente, destaque para a grade que já se transformou num DNA da marca, com moldura cromada e barra horizontal ostentando a gravatinha. Os faróis de duplo refletor e o apêndice em material plástico, imitando metal no para-choque, completam o visual moderninho. De perfil, o modelo parece um utilitário-esportivo, embora a linha de cintura alta denuncie que se trata de um crossover. Também chamam a atenção as rodas esportivas (bem vazadas); as entradas de ar nos para-lamas; e as maçanetas e barras do teto cromadas. Na verdade, como o conjunto vem agradando bastante, a única novidade externa é a barra cromada na tampa do porta-malas da versão V6, para diferenciá-la da 2.4.

 

Confira a galeria completa de fotos do Chevrolet Captiva 3.0 V6 AWD!

 

POR DENTRO O acabamento interno é de boa qualidade, com predominância da cor preta e detalhes em plástico imitando metal no volante, na base da alavanca de câmbio, nos puxadores e maçanetas internas das portas, nos aros das saídas de ar (que são em três no centro e no alto do painel). Os bancos são forrados em couro, assim como o volante, o apoio de braço central dianteiro e a alavanca de marchas. Os assentos dianteiros são curtos e não apoiam bem as pernas. O banco do motorista tem todas as regulagens elétricas, exceto a lombar (muito útil em viagens longas), que é manual. Com as regulagens em altura e distância da coluna de direção, fica fácil encontrar um boa posição de dirigir. O volante de três raios tem boa pega e incorpora os comandos do som e do controle automático de velocidade, mas a buzina é difícil de ser acionada.

ESPAÇO O Captiva oferece conforto para cinco adultos, sendo que o banco traseiro acomoda três adultos sem aperto. Apenas o passageiro do meio é incomodado pelo apoio de braço embutido e pela extensão do console central. O problema maior do espaço interno está no porta-malas, cuja capacidade (de 361 litros, usando até a cobertura) não combina com a proposta familiar do carro. Quando se levanta o piso fica fácil entender o porquê essa limitação: o estepe, que é de emergência (menor do que o conjunto de uso) toma um espaço enorme. Uma das boas novidades é o sistema que filma a parte de trás do carro e projeta as imagens no canto esquerdo do retrovisor interno, facilitando bem as manobras em marcha a ré, já que a visibilidade traseira não é das melhores, embora os retrovisores externos e interno sejam de bom tamanho. O freio de estacionamento passou a ter acionamento elétrico. O pacote de segurança é bem completo, mas a GM resolveu economizar em “palito” e deixou o passageiro do meio sem apoio de cabeça, embora o mesmo tenha a proteção do cinto de três pontos.

Passageiro do meio do banco traseiro não tem a proteção do apoio de cabeça



RODANDO O novo motor V6 3.0 tem injeção direta e sete cavalos a mais que o V6 3.6 anterior. Mas o torque máximo é menor e aparece em uma rotação muito elevada (5.100rpm), o que prejudica um pouco as retomadas de velocidade e arrancadas. O novo câmbio de seis velocidades é suave e tem tecla Eco, que troca as marchas em rotações mais baixas, reduzindo de forma significativa o consumo de combustível, que é elevado. Mas a troca manual é feita por botão que fica mal localizado (no pomo da alavanca de marchas), tornando a operação desconfortável. A suspensão favorece mais o conforto, sacrificando um pouco a estabilidade. Não dá para abusar em curvas muito fechadas e de piso irregular com os controles de tração e estabilidade desligados. A tração integral ajuda na estabilidade e no fora de estrada, que seria um obstáculo mais fácil se a frente fosse mais alta e os pneus, mais apropriados para a terra.

VEREDICTO Para quem gosta de crossover, o Captiva é uma opção interessante para esse segmento. As linhas são equilibradas e modernas e as listas de equipamentos de série de conforto e segurança são amplas, proporcionando uma boa relação custo/benefício. Mas não se esqueça que o porta-malas é limitado e que o modelo não tem o mesmo desempenho de um utilitário-esportivo no fora de estrada. 

Coluna de direção regula em altura e distância e painel central tem três saídas circulares de ar

 

AVALIAÇÃO TÉCNICA
ACABAMENTO DA CARROCERIA

A qualidade final da pintura é boa e as portas estão desniveladas em relação à carroceria. A folga fixa das portas dianteiras com os para-lamas são desiguais. A tampa do porta-malas está descentralizada e desnivelada no lado direito. O capô tem montagem razoável. REGULAR

VÃO DO MOTOR

O vão é pequeno, e o acesso à manutenção, limitado. A sistematização dos vários componentes é racional e tem aspecto limpo. Quando aberto, o capô é sustentado por duas molas a gás. O resultado do isolamento acústico é bom. REGULAR

ALTURA DO SOLO

Não tem, de série, chapa protetora em aço para o cárter do motor e do câmbio. A aba inferior do para-choque dianteiro, que é saliente, toca com frequência o solo ao trafegar sobre piso mais irregular, em passagem por desnível e em saídas de garagem. Os ângulos de ataque e saída são apenas aceitáveis para a proposta do veículo com tração integral. REGULAR

CLIMATIZAÇÃO

É por comando manual e tem modo automático. São seis difusores de formato circular no painel, que têm boa vazão de ar e angulação, mas não há saída específica para os passageiros de trás nem opção de regulagem de temperatura diferenciada para condutor e passageiro. O nível de ruídos de funcionamento é satisfatório e o sistema está bem vedado. REGULAR

FREIOS

Estão muito bem dimensionados e calibrados para o uso misto, seja com somente condutor ou com carga máxima. O freio de estacionamento é do tipo eletrônico. O pedal de freio tem boa sensibilidade e o ABS atuou com eficiência. Não ocorreu alteração de trajetória em frenagem simulada de emergência sobre piso de asfalto seco/molhado e terra batida, e o espaço percorrido até a imobilização foi coerente com a velocidade. POSITIVO

CÂMBIO

Há display no quadro de instrumentos informando o tipo de condução e marcha selecionada. O sistema de tração é permanente nas quatro rodas (AWD) e as relações de marchas atendem razoavelmente a dinâmica do veículo no uso na estrada e na cidade. As respostas em kick-down são imediatas, mas a progressividade da reaceleração é mais sentida depois das 4.500 rpm. A 110mk/h, em 6ª marcha no plano, o motor gira a apenas 2.000rpm. POSITIVO

MOTOR

O antigo 3.6 tinha uma curva de potência (261cv a 6.500 rpm) e torque (32,9kgfm a 2.100rpm) mais eficiente no uso misto em relação ao novo motor 3.0, que gera 268cv a 6.950rpm e 30,0kgfm a 5.100rpm, rotações essas muito pouco utilizadas numa dirigibilidade usual e dentro da lei, no uso urbano e em rodovias. Apresentou ótimo funcionamento, com excelente elasticidade e ausência de vibrações, além de silencioso. As retomadas de velocidade e aceleração são até razoáveis. Com o veículo carregado e ar-condicionado ligado, a perda no rendimento é aceitável. A velocidade máxima é limitada eletronicamente. POSITIVO



VEDAÇÃO

Boa contra água. POSITIVO

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS

Sobre piso de paralelepípedo, terra e asfalto malconservado, apresentou vários pequenos ruídos no habitáculo. O efeito aerodinâmico é satisfatório, mesmo em alta velocidade. REGULAR

SUSPENSÃO

Numa condução bem esportiva, a estabilidade é limitada e requer a atenção e experiência do condutor, pois o seu comportamento dinâmico em curvas de raio curto e médio (asfalto liso e terra batida) é bem alterado no contorno das mesmas, além da inclinação acentuada da carroceria. No limite da aderência lateral e da estabilidade direcional, atuaram com eficiência os controles eletrônicos de estabilidade e tração, que não devem ser desativados. O conforto de marcha é razoável, mas, em trechos com muitas irregularidades, o nível das transferências das imperfeições do solo é evidente. REGULAR

DIREÇÃO

Volante tem boa pega e coluna de direção regula em altura e distância com bom curso. A precisão na reta e em curvas é boa, e as suas reações são equilibradas. O diâmetro de giro em manobras de garagem e estacionamento é ruim, mas a velocidade do efeito/retorno agrada. O conjunto apresentou nível baixo de ruídos em curvas sobre piso de terra e calçamento numa utilização severa. Estão bem definidas as cargas do sistema assistido e os pneus homologados são melhores no asfalto. REGULAR

ILUMINAÇÃO

O sistema tem sensor crepuscular. No teto há uma lanterna com duplo spot fixo no centro e plafonier na dianteira, também com duplo spot fixo, sendo o resultado da iluminação razoável para a área do habitáculo. Existe luz de cortesia somente no porta-malas e para-sóis. O quadro de instrumentos, console central e interruptores elétricos dos painéis de porta têm fácil identificação noturna. O grupo óptico dianteiro tem construção com duplo refletor, sendo eficiente no baixo e no alto, além de contar com auxílio de faróis de neblina embutidos no para-choque. Mas falta regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. REGULAR

LIMPADOR DO PARA-BRISA

Ao esguichar quatro jatos de água no para-brisa, palhetas de boa qualidade varrem uma área satisfatória. Há dois esguichos do tipo ducha no vidro traseiro, com ótima vazão, que evitam arranhar o vidro devido ao atrito da palheta com o acumulo de sujeira/pó. O sistema tem sensor de chuva. A identificação e manuseio do reservatório de água, que fica dentro do vão do motor, é fácil. POSITIVO

ESTEPE/MACACO

O estepe tem roda em aço e o pneu é do tipo temporário, com velocidade máxima de 80km/h (T 135/ 70 R16 contra 235/ 60 R17 dos pneus de rodagem). Sua utilização altera completamente o comportamento dinâmico do automóvel, que fica comprometido, principalmente em viagem longa. O reserva está instalado dentro do porta-malas, em fundo falso no assoalho. O kit de troca está ao seu lado (macaco, extensão de acionamento e chave de rodas). A operação de troca é normal e conta com auxílio de cinco prisioneiros fixos, por cubo, para um melhor apoio e centralização da roda. A roda/pneu de uso danificada/furada cabe no vão específico dentro do porta-malas, desde que se retire a cobertura pré moldada de isopor, que é grande e vai ocupar um bom espaço no porta-malas... Esse tipo de solução não é prática no Brasil devido à baixa qualidade das ruas, avenidas e rodovias. NEGATIVO

ALARME

O sistema tem chave de ignição codificada e proteção perimétrica das partes móveis (portas, capô e tampa traseira) contra abertura forçada, mas não tem a volumétrica, dentro do habitáculo, contra a invasão pela quebra dos vidros. Ao dar comando para travar as portas, por meio de controle remoto (não inserido na chave de ignição), os vidros não sobem automaticamente. REGULAR

VOLUME DO PORTA-MALAS

O declarado pela fábrica é 821 litros, mas o encontrado em nossa medição foi 361 litros, utilizando-se o plano superior do assoalho, porta-trecos laterais e com a cortina superior esticada.

(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.


FICHA TÉCNICA
MOTOR

Dianteiro, transversal, seis cilindros em V, 24 válvulas, 2.986cm³ de cilindrada, com injeção direta de gasolina, que desenvolve 268cv de potência a 6.950rpm e 30,6kgfm de torque a 5.100rpm

TRANSMISSÃO

Tração integral e câmbio automático de seis velocidades

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com barra de torção; e traseira, independente, com quatro braços articulados e barra de torção / 7 x 17 polegadas, em liga leve / P235/60 R17



DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

FREIOS
A disco nas quatro rodas, sendo ventilados da dianteira e sólidos na traseira, com ABS e EBD

CAPACIDADES
De carga (passageiros e bagagem), 490 quilos; tanque, 63 litros

EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Conforto/conveniência
- Direção hidráulica; vidros, retrovisores e travas com acionamento elétrico; rede para pequenos objetos no porta-malas; banco do motorista com regulagens elétricas; ar-condicionado automático; rack de teto; CD player com rádio, MP3, entrada auxiliar e 10 alto-falantes; bancos em couro; aquecimento nos bancos dianteiros; porta-óculos; computador de bordo; e freio de estacionamento com comando elétrico.

Segurança - Alarme antifurto, com acionamento remoto das travas, portas e porta-malas; sistema Isofix, para fixação de cadeiras infantis; controles eletrônicos de tração e estabilidade; monitoramento da pressão dos pneus; airbags frontais, laterais e de cortina; freios ABS; faróis de neblina; e câmera para auxiliar nas manobras em marcha a ré.

Aparência - Rodas de liga de 17 polegadas e apliques cromados nos para-choques.


OPCIONAL
Pintura metálica.

QUANTO CUSTA

O Chevrolet Captiva com motor V6 3.0 é vendido nas versões com tração dianteira (R$ 96.774) e com tração integral AWD (R$ 100.774). Com a pintura metálica, o preço sobe para R$ 102.267.

NOTAS (0 a 10)

 

Desempenho 8
Espaço interno 9
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 8
Segurança 8
Estilo 9
Consumo 8
Tecnologia 9
Acabamento 8
Custo/benefício 8

 

Traseira alta dificulta a visibilidade, mas novo sistema de câmera na traseira ajuda motorista nas manobras em marcha a ré