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Arredondando o médio - Avaliação técnica do Citroën C4

Citroën C4 hatch 1.6 16V Flex se saiu bem em nosso teste ergonômico

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Foto:

BOM

Freios
Estão muito bem calibrados e dimensionados para o peso do veículo e performance do motor. O ABS atuou com eficiência em frenagem de emergência sobre piso de baixo atrito e também seco. O pedal de freio tem boa sensibilidade e as reações do sistema estão bem balanceadas nos dois eixos.

Câmbio
A qualidade de engate é boa em precisão e maciez. O curso da alavanca é razoável, assim como o ruído do trambulador. Para essa motorização e peso de 1.200 quilos (em ordem de marcha), que representa 92 quilos a menos do que a versão 2.0, as relações de marchas/diferencial atendem bem na dirigibilidade usual, tanto na cidade quanto em rodovias.

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Motor
Sua performance satisfaz, com uma dirigibilidade eficiente no uso misto e retomadas de velocidade e aceleração eficientes para a cilindrada (1.6 litro) e peso do veículo. Para um multiválvulas, a condução também é boa em baixos regimes de rotação. O sistema flex funcionou bem e não existe diferença de rendimento entre os dois combustíveis.

Vedação
Boa contra água e poeira.

Suspensão
Não tem controle dinâmico de estabilidade. O conforto de marcha é superior em relação à versão com motor 2.0, conseguindo filtrar melhor as transferências das imperfeições do solo para dentro. A estabilidade é muito boa no contorno de curvas de raios variados, com ótima precisão e mínima inclinação da carroceria.

Direção
As cargas do sistema assistido satisfazem em conforto e maciez, no uso urbano, sendo firme e com boa sensibilidade em rodovias. A precisão na reta e em curvas é muito boa. A velocidade do efeito retorno é boa, assim como o diâmetro de giro em manobras. O conjunto não apresentou ruídos significativos em curvas sobre calçamento e terra irregular.

Iluminação
O sistema não tem sensor crepuscular. Existe luz de cortesia no porta-malas, porta-luvas e para-sóis. Os faróis são eficientes, têm duplo refletor e lâmpadas halógenas e regulagem elétrica de altura do facho em função da carga transportada. A iluminação do habitáculo (na área do teto) satisfaz, com duas lanternas, sendo uma na parte da frente, com duplo spot fixo integrado, e outra na parte de trás.

Motor 1.6 16V flex tem bom fôlego, mesmo em baixas rotações


Limpador de para-brisa
Não tem sensor de chuva. Ao esguichar água no para-brisa, do tipo spray em V, palhetas de boa qualidade, que trabalham cruzadas, varrem uma boa área. No vidro traseiro, o sistema é também eficiente. O acesso ao reservatório de água dentro do vão do motor é fácil.

Alarme
Ao dar comando por controle remoto, inserido na própria chave de ignição, que é codificada, os vidros sobem automaticamente se o motorista continuar pressionando a tecla. O sistema anti-esmagamento funcionou bem. O veículo tem proteção volumétrica no habitáculo e perimétrica das partes móveis.

REGULAR

Vão do motor
Existem isolantes acústicos na parte interna do capô e painel de fogo, sendo o resultado razoável em relação ao habitáculo. O motor 1.6 16V preenche bem o vão e invade a cobertura do painel de fogo, limitando o acesso à manutenção de vários componentes. O capô tem sustentação, quando aberto, por meio de vareta manual. Os itens de verificação constante têm fácil identificação e manuseio.

Altura do solo
Tem chapa em aço vazada para toda a parte inferior do conjunto motopropulsor. Toca com freqüência o solo, na parte da frente (base do pára-choque dianteiro e proteção do motor), piorando quando o veículo está com carga útil de 400 quilos. Nessa condição, também raspa a área central do chassi ao passar sobre pisos com imperfeições e ao transpor quebra-molas salientes.

Climatização
Apresentou funcionamento razoável e não tem regulagem de temperatura diferenciada para condutor e passageiro. Para os passageiros de trás, existe difusor de ar no final do console central, por onde não sai ar climatizado e sim com temperatura ambiente, acionado por ventilação elétrica, com quatro velocidades. Não tem controle de recírculo de ar no volante. No veículo avaliado, ocorreu fuga de ar climatizado para a base inferior do pára-brisa (sem estar selecionada essa opção), embaçando o mesmo, atrapalhando o campo de visão.

Estepe/macaco
O estepe, que está instalado dentro do porta-malas, no assoalho, tem roda em aço e pneu diferente dos de uso, tanto em medida como fabricante e índice de velocidade (195/65 R 15 H - Pirelli x 205/55 R 16 V - Michelin). Ao usar o estepe em uma viagem, o veículo terá o seu comportamento dinâmico alterado, sendo necessário diminuir o ritmo e buscar auxilio rápido em uma borracharia. Essa solução para o Brasil não é prática, devido à baixa qualidade de manutenção das vias públicas. A operação de troca é normal.

RUIM

Acabamento da carroceria
As quatro portas estão desniveladas entre si e à carroceria. O capô tem montagem razoável, mas a tampa traseira está descentralizada. A qualidade final da pintura não é boa, pois contém alguns pontos com impurezas e imperfeições.

Nível interno de ruídos
O efeito aerodinâmico inicia-se a 110 km/h e, somado aos ruídos no habitáculo, quando o carro passa sobre pisos irregulares , incomoda, deixando a desejar.

Ferramentas
Não tem.

EXTRA

Volume do porta-malas
O declarado pela fábrica é de 320 litros, confirmado pela nossa medição, com o banco traseiro na posição normal e com a tampa do bagagito fechada.

(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan.