Qualquer consumidor minimamente ligado no mercado de carros sabe que os preços subiram bastante nos últimos anos. Os motivos são diversos: vão desde a crise de semicondutores até a alta nos custos das matérias primas, causado pela instabilidade no cenário internacional. Porém, esse fenômeno não acontece somente no Brasil: em todo o planeta, os valores dos automóveis estão em disparada.
É o que mostra uma pesquisa divulgada pela consultoria Jato Dynamics. De acordo com o estudo, as maiores altas nos preços dos carros ocorreram nos Estados Unidos e na Europa. No primeiro desses mercados, o custo de um sedan zero-quilômetro saltou de uma média de US$37,9 mil em 2015 para US$43,3 mil 2022: aumento de 14%, que totaliza US$5.400 (valor que equivale a cerca de R$28,4 mil).
Porém, a situação mais delicada é a do mercado europeu, onde os preços dos carros subiram ainda mais: por lá, a alta foi de 24%. Segundo a Jato Dynamics, o valor médio de um automóvel com motor a gasolina por lá, em 2015, era de 35.500 euros. Neste ano, já está em 44.100 euros: a alta, portanto, foi de 24%, ou de 8.600 euros em valores brutos.
Carros elétricos colaboraram para alta nos preços
No continente europeu, o mercado que apresentou a maior alta foi a Noruega: no país escandinavo, os preços dos carros subiram inacreditáveis 63% entre 2015 e 2022. No Reino Unido, os valores dos veículos zero-quilômetro também sofreram uma elevação expressiva, de 43%. Por outro lado, no mesmo período, a França registrou a menor alta, de "apenas" 12%, seguida pela Espanha, com 15%.
No caso da Noruega, uma das causas da alta nos preços foi uma normativa que determina a redução nas vendas de carros a combustão, em prol de modelos elétricos. Já no Reino Unido, a desvalorização da Libra Esterlina é apontada entre as responsáveis pelo fenômeno.
Inclusive, a demanda por carros elétricos, de acordo com o estudo, está diretamente relacionada à alta nos preços na Europa. É que, no Velho Continente, esses modelos substituirão, por força de lei, os similares a combustão ao longo dos anos. Porém, o custo de produção deles ainda é significativamente maior.
Consequentemente, os fabricantes têm comercializado carros elétricos principalmente nos segmentos superiores do mercado, de modo a repassar os custos aos preços finais. Por isso, muitos países europeus têm concedido incentivos fiscais a esses veículos.
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