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O Brasil está preparado para os carros elétricos?

Boris Feldman critica a afirmação do CEO mundial do grupo Stellantis, Carlos Tavares, que disse que os carros elétricos não são necessários no Brasil e que o certo é focar no híbrido flex

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O Fiat 500e é um dos carros elétricos que o grupo Stellantis comercializa no Brasil
O Fiat 500e é um dos carros elétricos que o grupo Stellantis comercializa no Brasil Foto: O Fiat 500e é um dos carros elétricos que o grupo Stellantis comercializa no Brasil

No Papo de Estúdio desta semana, os jornalistas Boris Feldman e Enio Greco conversam sobre a polêmica declaração do CEO mundial do grupo Stellantis, o português Carlos Tavares, que afirmou que os veículos híbridos, equipados com propulsor a combustão flex e também motor elétrico, são alternativas sustentáveis mais vantajosas para a realidade brasileira. Ele afirmou que os carros elétricos não são necessários no Brasil.

O argumento do executivo foi embasado no fato de que os híbridos flex permitem o aproveitamento do etanol nacional como opção de baixo custo e baixa emissão de poluentes. Mas Tavares foi além e afirmou que os carros elétricos, além de serem muito mais caros para a classe média, não fazem sentido se comparados com um veículo que pode rodar com 100% de etanol.

Carlos Tavares CEO mundial do grupo Stellantis em conferência
Carlos Tavares, CEO da Stellantis, acredita que os modelos híbridos flex são a solução para o Brasil

“Agora, a sociedade precisa [dos carros elétricos], o cidadão precisa? Minha avaliação honesta é que não, eles não precisam, porque vocês [brasileiros] têm uma solução muito boa para o planeta [o etanol]. Também há o fato de o Brasil ter grandes terras onde a produção de etanol não vai competir com a de alimentos, o que também é muito bom para o país. É uma tecnologia muito acessível e já teve investimento necessário. Então, por que você desperdiçaria os recursos da sociedade em algo que não é melhor para o planeta?”, disse Carlos Tavares.

Mas Boris Feldman discorda quando o CEO mundial do grupo Stellantis afirma que os carros elétricos não são necessários para o Brasil. “Na verdade, ele (Carlos Tavares) é que não está preparado para o Brasil, retruca o jornalista. Para Boris, o país tem que se preparar para o carro elétrico, pois é uma solução mundial que não tem mais volta.

Ele lembra que falta infraestrutura para recarga das baterias, componente que ainda tem o custo muito elevado, assim como o próprio carro elétrico. Boris disse ser a favor do uso do etanol como combustível limpo, mas questiona a eficiência do motor a combustão, que é de no máximo 40%. Já no motor elétrico a eficiência é de 95%.

Portanto, não há como desconsiderar o desenvolvimento de carros elétricos também no Brasil, pois os motores à combustão estão fadados a virarem peças de museu. Para Boris, o híbrido flex movido a etanol é uma boa solução imediata para o Brasil, mas ele cobra das montadoras e dos governos atitude para desenvolver carros elétricos de baixo custo e com infraestrutura eficiente para a recarga das baterias.

Confira toda a conversa com Boris Feldman e veja outros pontos abordados sobre o tema carros elétricos no Brasil. Se você também acha que o Brasil não está preparado para o carro elétrico, deixe seu comentário e curta o vídeo. E se ainda não se inscreveu no canal considere fazê-lo para receber notificações de novos conteúdos. Lembrando que o VRUM está também no Facebook, Twitter e Instagram.

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