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Vistoria incompleta em veículos novos pode estar lesando milhares na compra do carro zero

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Funcionário do Detran afirma que vistorias feitas em concessionárias de veículos novos não são realizadas de acordo com a lei. Essa denúncia está sendo investigada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Milhares de pessoas estariam sendo lesadas na compra de carro zero.

 

 

Por quatro anos, Lucas do Anjos foi responsável pela verificação de originalidade dos veículos no Detran do bairro Gameleira, em Belo Horizonte. Ele afirma que as vistorias feitas nas concessionárias por despachantes contratados é incompleta. Isso faz com que muitos consumidores levem para casa carros com problemas de identificação.



“Pode ser motor sem número, remarcado, adulterado ou com chassi adulterado. Você compra um carro achando que é 1.8, o carro vem 1.6”, afirma Lucas.

Cobrança ilegal

Se o problema não for identificado na hora da compra, o consumidor não consegue vender o veículo futuramente e ainda pode ser responsabilizado pelo erro. Além de tudo isso, o serviço feito nas concessionárias é mais caro.

Enquanto no Detran a taxa de vistoria é de cerca de R$ 106, nas revendedoras, há uma tarifa adicional de R$ 250. Segundo o delegado regional da federaçao nacional dos despachantes públicos, Antônio Lúcio da Silva, a cobrança é ilegal.

Atentados
Essa e outras denúncias de irregularidades nas vistorias e na emissão de documentos de veículos estão sendo investigadas pelos deputados estaduais. Está marcada para a quinta-feira da semana que vem uma audiência pública na Assembleia, onde serão reveladas algumas conclusões dessa investigação. Foram convidados, além dos despachantes, os representes das concessionárias e do Detran.

O funcionário Lucas dos Anjos conta que depois que começou a denunciar irregularidades, sofreu quatro atentados. Em um deles, foi baleado na perna. “Não vou permitir que essa sujeira, essa lama que desce lá de cima venha ameaçar minha família. Não vou me permitir ser humilhado por essa corja que administra mal e quer punir todos que apontam os erros deles”, afirma.