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Uma volta no Fiat Panda a hidrogênio - Com todo o gás

Abastecido por energia gerada pela combinação de átomos de hidrogênio e de oxigênio, compacto elétrico polonês mostra que o futuro da mobilidade não tem apenas uma saída

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Foto:

Do Rio de Janeiro - Em busca da viabilidade comercial, os modelos elétricos aparecem em variações no tipo de motorização e de fonte de energia. Uma pluralidade que ficou clara no Bibendum Challenge, evento sobre mobilidade sustentável realizado no Rio de Janeiro entre 31 de maio e 3 de junho, no qual a Fiat exibiu o Panda movido a hidrogênio. Revelado em fevereiro de 2006, o compacto se vale de um motor elétrico, alimentado pela energia gerada pela combinação de átomos de hidrogênio e de oxigênio.

SIMPLIFICANDO
Na prática, o sistema comprime o oxigênio ambiente, desumidificando o ar e o refrigerando, para controlar os gases reagentes. A reação gera basicamente calor e água, expelida como vapor. A energia resultante alimenta um motor elétrico convencional, que gera 60 quilowatts, o equivalente a 81,5cv. Potência suficiente para carregar os 1.400kg deste Panda (contra 840kg de um convencional) de zero a 50km/h em cinco segundos, com velocidade máxima limitada a 130km/h.

Veja mais fotos do Fiat Panda movido a hidrogênio!

Face a um elétrico convencional, alimentado unicamente por baterias, a grande vantagem está no tempo de abastecimento, que pode levar apenas cinco minutos, contra até 8 horas, gasto por um modelo alimentado por eletricidade. Com autonomia superior a 200 quilômetros, o hidrogênio permitiria até viagens, se não demandasse instalações de abastecimento especiais. Em relação aos combustíveis fósseis, o hidrogênio é bem mais eficiente, com aproveitamento de 65% da energia, contra apenas 22% daquela que é gerada pelo diesel. O consumo fica em torno de 10g de hidrogênio por um quilômetro.

DIRIGINDO
Externamente, o modelo é um Panda como outro qualquer. Altinho e simpático, o carro parece um “primo” do novo Uno. O indício de que se trata de um carro com propulsão alternativa está no barulho de alívio de pressão, que lembra um pouco uma pequena locomotiva. O espaço interno mostra-se suficiente para quatro pessoas – o banco traseiro é cortado por um console central. De resto, todo o sistema motriz fica debaixo do piso, beneficiado pela plataforma elevada (o piso fica 7cm mais alto). Um dos tanques de hidrogênio fica no túnel central, enquanto o outro se encontra embaixo do banco traseiro. Feitos em materiais compostos, ambos armazenam hidrogênio a uma pressão de 350bar, o suficiente para comprimir 110 litros em apenas 2,4kg.

Por fora, este Panda não se diferencia do modelo europeu lançado em 2003



Ligado, não se ouve ruído. O modelo acelera com firmeza, beneficiado pelo torque instantâneo dos elétricos. Em movimento, ouve-se apenas o compressor sugando o oxigênio do ar, sem se ressentir da umidade do Rio de Janeiro. Em ambientação, o Panda se aproxima de um carro convencional, enquanto o comportamento é de um elétrico. Pena que seja produzido apenas para frotas de teste, com valor que ultrapassa centenas de milhares de euros.


(*) Jornalista viajou a convite da Michelin