Rio de Janeiro - A onda de elétricos cada vez ganha mais corpo. Na marola, surgem novas tecnologias e soluções. É o caso do Will, um conceito construído pela francesa Heuliez para o Salão de Paris de 2008. O modelo foi um dos mostruários da tecnologia Smart Wheel da Michelin, apresentada pela primeira vez no conceito Hy-Light, no Challenge Bibendum de 2004. O sistema se vale de um motor elétrico embutido no conjunto pneu/roda.
Ou seja, cada uma das rodas do carro conta com um gerador, em versões com tração dianteira, traseira ou integral, como é o caso do Will. O Active Wheel incorpora ainda os elementos da suspensão, tudo concentrado dentro do aro da roda.
Primeiro contato
Embaixo do capô, eletrônicos dominam o espaço. Ao se tentar ligar o carro, nota-se que o veículo já estava ligado, repousando silenciosamente. Em uma curta volta em um circuito montado no estacionamento do complexo de exposições Riocentro, o Will se mostrou muito bem acertado. O equilíbrio dinâmico apurado, incomum entre os elétricos, é de fazer inveja a outros modelos convencionais.
Todas as vantagens do sistema descritas pela Michelin podem ser aferidas na prática. Não há perdas de transmissão, cardã, escapamento, entre outros elementos. O comportamento em curvas é beneficiado por essa simplicidade. Basta acelerar ainda que no início da trajetória e com o piso encharcado pela chuva para o Will cumprir o trajeto imaginado.
A aceleração é linear, mas há um pequeno "buraco" entre o ato de se pisar no acelerador e a resposta do carro, que não conta com a mesma prontidão de alguns elétricos mais bem dispostos. Mas isso é passageiro e logo o compacto ganha ímpeto, auxiliado pela potência equivalente a 40 cv em cada roda e pelo peso. Sem baterias, o Will marca 900 kg. O peso do "pack" de baterias varia de acordo com a autonomia planejada. Para 100 km, são 100 kg e para 300 km, o peso total pode chegar a 1.200 kg.
Graças ao conjunto mecânico concentrado nas rodas e ao conjunto de baterias instalado no túnel central, o espaço para passageiros não foi comprometido. Uma garantia a mais de usabilidade para os carros equipados com a tecnologia, que podem ganhar o mercado em menos de dois anos.
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