O Corolla brasileiro terá novidades no segundo semestre deste ano. A informação é do presidente da Toyota do Brasil, o japonês Koji Kondo, que confirmou ao Vrum atualizações para o sedã médio ainda neste ano. Embora Kondo e a Toyota despistem, trata-se da reestilização recém-aplicada nos mercados europeu e norte-americano. O design frontal do Corolla ficou mais agressivo, com faróis afilados e grade inspirada na linguagem de estilo da nova geração do Prius e do crossover C-HR, este por sua vez “estudado” para o mercado brasileiro.
A apresentação do Toyota Corolla 2017 poderá ocorrer no Salão do Automóvel de São Paulo, que acontece em novembro em novo endereço: o São Paulo Expo.
A despeito do sucesso da 11ª geração do Corolla, lançada no país há dois anos, a Toyota pretende manter o domínio do modelo, que detém sozinho 45% do segmento. Até porque vem aí a 10ª geração do Civic, programada para entre agosto e outubro. A estratégia da Honda é “subir de categoria” o principal concorrente do Corolla, que diga-se de passagem evoluiu muito no campo visual, bastante criticado no atual Civic: de linhas musculosas, o novo modelo realmente passa a impressão de ser um carro maior.
Fora o rosto repaginado, o Corolla finalmente terá controle de estabilidade e tração, recurso de segurança bastante cobrado por causa da sua faixa de preço – se todos os seus concorrentes tem, por que o Toyota não? Os atuais motores 1.8 de 144cv e 2.0 de 154cv (com etanol) e as opções de câmbio manual e automático do tipo CVT devem ser mantidos.
E O C-HR? Outra novidade nos planos da Toyota para o Brasil é o crossover C-HR. Chamado por muitos de o anti HR-V da Toyota, o utilitário apresentado no último Salão de Genebra se daria muito bem aqui pelo seu moderno design, mas esbarra, segundo Kondo, na pequena capacidade do porta-malas e espaço interno aquém da realidade brasileira. A própria Toyota, por outro lado, admite “estudá-lo” para o nosso mercado. A nova plataforma modular global do crossover, a TNGA, é a mesma do Prius, cuja fabricação também já foi cotada para o Brasil. A fabricação do C-HR começa esse ano na Turquia, seguida dos EUA em 2017.
Para daqui a quatro anos, Kondo disse ainda que a Toyota do Brasil planeja ainda um novo modelo. Que pode ser a nova geração do Etios ou, por causa dos efeitos da recessão, o próprio C-HR. O grupo Toyota obteve em 2015 recorde de produção em todo o mundo, com 10,15 milhões de unidades. Desse total, 378 mil Toyota e Lexus foram vendidos na América Latina e Caribe. O Brasil respondeu por 47% do continente.
ÂNIMO A crise econômica que atinge diretamente a indústria automobilística nacional não desanima os japoneses, que acreditam não só na recuperação do mercado, como no potencial crescimento da população economicamente ativa no Brasil em 10% até 2020. A visão otimista é reforçada pelo aumento de participação da Toyota no mercado nacional. As vendas foram de 5,6% em 2014 para 6,8% no ano passado (166 mil unidades produzidas), com acréscimo de 8,6% de janeiro a março de 2016.
"Adotamos medidas para manter a flexibilidade de produção e aumentar o volume de exportações para Argentina, Uruguai e Paraguai", explicou Kondo, ao se referir a atual produção do Etios e do Corolla.
A previsão da Toyota para este ano é de que o mercado brasileiro de veículos produza cerca de 2 milhões de unidades, contra as cerca de 2,57 milhões de 2015.