Quem tem mais de 50 anos e curte carros e as coisas relacionadas a eles, certamente deve se lembrar de alguns objetos do passado que marcaram época e ajudam a contar a história da indústria automotiva. As montadoras estamparam suas marcas e os nomes de seus automóveis em diferentes suvenires, muitas vezes disputados por aficionados e preservados por zelosos colecionadores.
Da simples caneta aos bonés, ainda usados como brindes no setor, muito já se fez para promover o lançamento de um automóvel. No passado, valia tudo para divulgar a marca do novo produto, mesmo que fosse em uma faca de cozinha ou em outro utensílio qualquer. E como não lembrar dos emblemáticos calendários, pequenos ou grandes, com fotos de carros ou de mulheres nuas, que enfeitavam as paredes de borracharias e oficinas? Algumas dessas peças de publicidade caíram em desuso, mas continuam habitando a lembrança de muitas pessoas.
TESOURO Recentemente, procurando um objeto no armário de meu pai, encontrei uma antiga maleta, estilo James Bond, que ele preserva por décadas. Dentro dela, além do cheiro de mofo, está uma interessante e preciosa coleção de chaveiros, brindes muito comuns no passado. Revirando aquelas pequenas relíquias, fui levado a uma viagem nos tempos da infância, revendo marcas de diferentes produtos e segmentos, muitas delas que já nem existem mais.
Passei, então, a separar os chaveiros do setor automotivo, que trouxeram lembranças do período em que meu pai trabalhava em uma concessionária Volkswagen e, depois, de quando eu trabalhei na oficina dele. Bons tempos em que a expressão “respirar automóvel” não era apenas ser leitor assíduo de revistas especializadas, mas também de sujar as mãos de graxa e óleo e cheirar muita fumaça.
E observando os chaveiros, percebe-se a criatividade e a riqueza de detalhes que alguns deles trazem. Os mais comuns, de plástico e com as logomarcas impressas, eram usados em larga escala pelas concessionárias, oficinas e lojas de autopeças. Mas outros eram mais elaborados, forjados em metal e com desenhos em relevo.
Componentes automotivos foram reproduzidos em miniaturas e usados como chaveiros, caso das velas de ignição de uma famosa marca. Tem também um pequeno amortecedor que se comprime como o original. Uma marca de óleo lubrificante reproduziu as latas de seus principais produtos da época, enquanto o fabricante de embreagem fez um chaveiro com um disco e o platô. Naquela época, a imagem do Fusca foi usada em larga escala para ilustrar chaveiros, comprovando que o modelo era mesmo referência no setor.
Mas, atualmente, os chaveiros estão sumidos do mercado e deixaram de ser usados como peças de divulgação das marcas no setor automotivo. Em um mundo no qual a mídia eletrônica passou a ser a ferramenta principal para vender produtos, não é de se estranhar que os chaveiros viraram objetos de coleção. É a evolução natural das coisas!