Lotação máxima: dois ocupantes. Além das proporções reduzidas, esse é o ponto em comum entre o Smart ForTwo, que chegou oficialmente por aqui no ano passado, e a Romi-Isetta, lançada no Brasil em 1956. Como o primeiro estava em poder de Veículos para testes, pedimos a um colecionador da capital que cedesse o outro modelo para um breve e descompromissado comparativo, que mostra o peso de quase 50 anos de diferença.
Geladeira
O formato arredondado, a porta frontal e a maçaneta dão à Romi-Isetta um simpático aspecto de geladeira antiga. Se você estacionasse esse modelo no lugar da geladeira da vovó, ela certamente procuraria ali por algum alimento. Ou então instale dois faróis redondos nas extremidades de uma geladeira antiga, leve-a até a garagem e o vovô vai pensar que ganhou o carrinho como presente. Curiosamente, a empresa que começou a produzir o modelo, a italiana Iso, fabricava motocicletas e também geladeiras.
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Como é tendência atual, o ângulo do para-brisa do Smart é parecido com o do capô, estilo herdado dos monovolumes. Interessante é que na Isetta o ângulo entre esses componentes é naturalmente idêntico porque estão integrados na porta do veículo. As duas portas do ForTwo proporcionam conforto para entrar no carro, enquanto no subcompacto antigo a entrada frontal é estranha e um pouco desconfortável devido à pequena altura do teto.
Conforto
E conforto não era bem o que o motorista da Isetta sentia ao dirigir. A perna esquerda ficava espremida entre o volante e a alavanca de câmbio. Para trocar as marchas, era preciso usar a mão esquerda, e as posições de cada velocidade ainda eram invertidas, com a primeira para trás. No Smart, todo o conforto: boa posição para dirigir e câmbio automatizado de cinco marchas. Estranha é a ignição do carro, que fica no console central.
Era comum que as Isettas tivessem teto solar com fechamento em tecido. No Smart o motorista não consegue sentir o vento entrando na cabine, mas a claridade e o visual da rua podem ser admirados pelo teto transparente, em policarbonato. Enquanto as janelas do primeiro carrinho são corrediças, no outro os vidros são amplos e elétricos.
Motor
Nos dois modelos, o motor está localizado na traseira, mas o acesso na Isetta é pela lateral direita. No ForTwo, chega-se ao motor por uma tampa, no assoalho do porta-malas. Enquanto no Smart cabem otimistas 220 litros de bagagem, esse espaço na Isetta é mínimo porque qualquer volume que esteja acomodado atrás do banco compromete a visibilidade traseira. Para melhorar essa condição, na época era usado um bagageiro na parte externa.
A Isetta começou usando motor de motocicleta, mas depois evoluiu para um de quatro tempos, com apenas um cilindro e 247cm³ de cilindrada. Com o tempo, esse motor evoluiu até chegar aos 600cm³. O motor de 298cm³ de cilindrada, por exemplo, tinha 13cv de potência e velocidade máxima de 90km/h. No Smart, que também tem tração traseira, o propulsor é de 999cm³ de cilindrada e tem três cilindros em linha, 12 válvulas, 84cv de potência e máxima limitada em 145km/h.
As dimensões dos subcompactos são semelhantes, mas o ForTwo é maior em comprimento (mais 44cm), largura (mais 21cm), altura (22cm) e entre-eixos (mais 36cm). A Isetta pesa 360kg, quase a metade do Smart, que tem 700kg. Enquanto o Smart é equipado com pneus de 15 polegadas, a Isetta usa de 10. A particularidade da Isetta é justamente o conjunto de rodas traseiro trazer bitola menor que o dianteiro. Muitos até acham que a Isetta tem apenas uma roda traseira.
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