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Sem IPI, preço de carro zero deve subir de 3,5% a 7%

A Fenabrave aposta em um aumento menor, na faixa de 2,5% para os modelos equipados com motor 1.0

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A médica Alessandra Caetano efetuou a compra do automóvel que queria ainda na quarta-feira. Se forsse hoje, pagaria quase R$ 2,5 mil

Os brasileiros que quiserem comprar um carro a partir desta quinta-feira devem ficar atentos. Com a volta total da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que estava em 3% para carros flex e nesta quinta já retornou para 7%, o preço dos veículos vai aumentar. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), com a volta do IPI total, os carros zero 1.0 vão ficar 2,5% mais caros. Mas as concessionárias de Belo Horizonte apostam em um aumento maior, de 3,5% a 7%, dependendo do modelo.

De acordo com Dálcio Amorim, gerente de vendas da Líder BH, o aumento dos preços já era esperado ? e não apenas pela volta total do imposto. ?As montadoras já têm reajustado os preços em cerca de 0,5% a cada mês?, explica. O diretor comercial da Minas France (Renault), Marcelo Rolfs, afirma que, assim como outras fabricantes, a Renault vai reajustar os preços, já que isso não ocorreu no início do ano, como de costume. "Com a volta total do IPI, os carros 1.0 da Renault terão um aumento de 4% e os veículos 1.6 ficarão cerca de 3,5% mais caros. Essas estimativas poderão ser confirmadas com a virada do mês", ressalta.

Os estoques das principais concessionárias da capital já estão pequenos, considerando-se que o volume de vendas em março foi bem acima do esperado. Na Minas France, em março houve um aumento de 80% nas vendas em relação a fevereiro. "A linha Sandero foi a mais vendida. Nossa tentativa ainda hoje é adquirir alguns carros e conseguir manter o preço com o desconto do IPI para causar um impacto menor aos nossos clientes", diz. O supervisor de vendas da BH And one (Ford), Bruno Brandão, acredita que, com a volta total do IPI, o preço dos veículos pode subir em até 7%. As vendas em março na concessionária foram 50% maiores que fevereiro. Ele ainda defende a possibilidade de promoções para conseguir manter as vendas em abril.

A médica Alessandra Flávia Caetano Correia aproveitou o último dia de vendas com desconto no IPI para comprar um modelo EcoSport na BH For. "Acredito que vou levar o carro hoje (ontem) mesmo. Hoje (ontem) ele custa R$ 56,5 mil e, amanhã (hoje), fica R$ 2,5 mil mais caro. Não vou esperar mais e ficar no prejuízo", salienta. O engenheiro Eduardo Fernandes Tavares também garantiu seu EcoSport na semana passada e foi na quarta-f3eira à concessionária buscá-lo. "Desta vez, tenho certeza que a medida de incentivo fiscal não mais será prorrogada. Os preços vão aumentar e quis aproveitar a facilidade da compra", explica. O engenheiro civil Pedro Resende não acredita em um aumento significativo dos preços dos veículos a partir de abril, mas ainda assim foi à Minas France garantir o seu. "Estou negociando o Renault Logan 1.6, que até agora sai a R$ 35 mil. O preço está valendo a pena", disse.

"Desta vez tenho certeza que o incentivo não será prorrogado", afirma Eduardo Tavares com a mulher Ângela



Recorde

Segundo dados da Fenabrave, a venda de veículos bateu recorde em março antes mesmo de o mês terminar. Até o dia 29, foram comercializadas 453.780 unidades, que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. O resultado é 29,86% acima do registrado em fevereiro, quando as vendas somaram 349.433, e foi impulsionado pela redução de IPI, que terminou quarta-feira.

De acordo com estimativas da Fenabrave, o setor deverá negociar em março, no total, 508.593 unidades, que resultarão em um crescimento de 45,55%. E, no acumulado, o crescimento global foi de 8,3% no trimestre. Para o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, a volta do IPI aos patamares originais não deve alterar significativamente os resultados esperados para o setor este ano, quando a entidade projeta crescimento de 8,8%. "Segundo as nossas projeções, será o melhor mês da história para os segmentos de automóveis, comerciais leves e caminhões, mostrando que o governo acertou ao reduzir a alíquota do IPI para os veículos e também a redução significativa do custo do Finame para caminhões", afirma.