A lei que regula a forma e a distância como os faróis devem iluminar não é exatamente simples. Não há apenas um parâmetro. A luz deve incidir de maneiras distintas, em diversos pontos da pista. Do lado do motorista, por exemplo, o facho deve ser mais curto, para evitar ofuscamento da visão do condutor que vem em sentido contrário. Já no lado direito, a luz deve chegar com mais intensidade, para permitir a leitura das placas de sinalização.
Todos os veículos, dos mais simples ao mais sofisticado, devem seguir a regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Carros mais caros e importados são equipados com luzes mais potentes, como xenônio, e alguns têm recursos sofisticados, como os faróis direcionais, que acompanham a trajetória do veículo.
Mas nada disso funciona, se o carro está com o porta-malas carregado. Nessa situação, a frente do veículo se levanta, o facho vai junto e o efeito mais comum é o ofuscamento da visão do motorista do veículo que trafega na pista oposta. Para evitar isso, a solução é regular a altura do facho do farol.
O ajuste não deve ser confundido com a calibragem feita em equipamentos apropriados em lojas especializadas e oficinas, por profissionais. A operação pode ser realizada de dentro do carro, quando há regulagem elétrica, ou pela haste próxima ao farol, no compartimento do motor. Porém, muitos modelos não têm nem mesmo a possibilidade da regulagem manual.
QUEM TEM
Chevrolet
Apenas o Classic é equipado com haste no farol, para regulagem manual. Celta, Prisma e Corsa não dispõem do equipamento. Zafira, Astra e Vectra têm regulagem elétrica em algumas versões como item de série, sendo opcional em outras.
Citroën
Nenhum modelo tem haste para regulagem manual de altura do facho. O C3 era equipado com regulagem elétrica até o ano/modelo 2005; o Xsara Picasso tem regulagem elétrica opcional. C4 dispõe de regulagem elétrica de série.
Fiat
Todos os modelos têm manopla para regulagem manual externa do facho dos faróis. No Stilo, a regulagem elétrica é de série em todas as versões.
Ford
Apenas a versão Ghia do Focus é equipada com regulagem elétrica. Os outros modelos não têm nem a manual
Honda
Nenhum tipo de regulagem.
Peugeot
É a única marca no Brasil em que todos os veículos, em qualquer versão de acabamento, são equipados de série com regulagem elétrica do facho de farol.
Renault
Clio, Logan, Sandero e Mégane têm haste para regulagem manual do facho.
VW
Família Gol, Fox e Polo não têm possibilidade de regulagem. No Golf, a regulagem elétrica é opcional. No Bora, há regulagem elétrica de série.
Toyota
Linha Corolla não tem nem a manual.
Análise da notícia
A segurança automotiva está em evidência e os fabricantes investem bastante para que os veículos protejam seus ocupantes de forma eficiente. As linhas frontais da carroceria estão mudando e ficando menos elegantes, para que o pedestre se machuque menos, em caso de atropelamento. A regulagem elétrica do facho do farol é item de segurança e não custa caro. Prova disso é que a Peugeot equipa todos os modelos, em qualquer versão, fabricados no Brasil, com o dispositivo. Mas todos os carros, independentemente da versão, deveriam ter, pelo menos, a regulagem manual, que é feita diretamente no farol, girando uma haste. Dá um pouco de trabalho, porque é preciso abrir o capô. Mas nem esse dispositivo simples equipa a maioria dos modelos nacionais. A guerra das luzes provoca muitos acidentes, e a legislação brasileira deveria ser menos frouxa e feita por quem conhece o setor, para, pelo menos, diminuir os gastos do governo com vítimas de acidentes. Um viva à Peugeot e que os outros sigam o exemplo. (Paulo Eduardo).
Segurança - Guerra das luzes
Regular altura do facho do farol com veículo carregado evita ofuscamento da visão dos motoristas na pista oposta. Mas a maioria de modelos nacionais não tem ajuste