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Rivalidade entre os pilotos de Fórmula 1 Niki Lauda e James Hunt chega às telas

Longa 'Rush: no imite da emoção' deve agradar ate quem não é carteirinha das máquinas

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação


O automobilismo sempre foi fonte de boas histórias para o cinema, mas depois de clássicos como 'Grand Prix' (1966), de John Frankenheimer; 'Le Mans' (1971), de Lee Katzin; e 'Winning', (1969), que iniciou uma história de amor entre Paul Newman e as pistas, os dois pareciam ter rompido relações. Bobagens como 'Dias de trovão' ou 'Driven' só fizeram o apaixonado pela velocidade torcer o nariz para qualquer projeto que ameaçasse dar as caras nas telonas. O documentário 'Senna', de Asif Kapadia, foi um primeiro passo na direção oposta.

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Pois Ron Howard não escolheu o caminho mais simples ao realizar 'Rush: no imite da emoção'. Diferentemente dos antecessores ilustres, optou por contar uma história verídica e mergulhar no passado. Num dos duelos mais marcantes da história da Fórmula 1, certamente não o maior, mas o mais dramático. E o mínimo que se pode dizer é que o espectador, seja fã de carteirinha das máquinas ou não, não vai se decepcionar ao longo das duas horas de filme.

Drama na pista


Howard entendeu o essencial: a disputa pelo título mundial de 1976 é uma história de homens, mais que de máquinas. Cenas de pista há, e muitas, e a reconstituição da época beira a perfeição – alguns patrocinadores em versão 2013 e a insistência no uso de pistas inglesas para reproduzir Paul Ricard ou Interlagos (aliás, a prova brasileira é revivida em flashes com direito ao “Ê baiana”, de Clara Nunes, numa caracterização nada exagerada) – são os únicos senãos. Efeitos especiais também há, mas usados com moderação, numa preocupação clara em não distorcer o espírito da época. E o uso das cenas reais ajuda a aumentar a veracidade da trama.

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O diretor mostra que soube beber da fonte: a la Frankenheimer, opta por cortes rápidos, imagens distorcidas e tremidas, nada da assepsia das transmissões atuais dos GPs. As informações de cada corrida, os resultados, a classificação aparecem em caracteres imensos, com um quê de psicodelia, a trilha sonora se vale de algumas preciosidades da época – Jimmy Cliff com seu 'Many rivers to cross' ambienta a cena de um dos porres monumentais de James Hunt, ao saber que havia perdido o volante na Hesketh no fim de 1975. A câmera passeia pelos escapamentos, invade os motores, se fecha nos pedais ou no painel, compõe o todo a partir dos detalhes. E o subir e descer das válvulas do V8 Cosworth é uma referência nada discreta às travessuras sexuais do inglês.



Aliás, Hunt é interpretado de forma mais que correta por Chris Hemsworth. O Thor de 'Os Vingadores' não teve a chance de conviver com o verdadeiro Hunt (ele morreu em 1993), mas encarnou à perfeição o estilo playboy do piloto, cuja maior preocupação era se divertir, dentro ou fora das pistas, num carrossel de bebida, drogas, mulheres e adrenalina. Daniel Brühl, por sua vez, conseguiu vencer seu grande desafio: interpretar Niki Lauda, uma lenda das pistas, mais viva do que nunca, e sem exagerar nas tintas. Os meses de convivência e observação deram ao espanhol (filho de pai alemão), de 'Bastardos inglórios', um gestual e um sotaque perfeitos, aprovados pelo interpretado. E pouco importa que o desfecho da disputa seja mais do que conhecido, pois 'Rush: no imite da emoção' mostra que o grande barato é a dicotomia entre inconsequência e rigor; irresponsabilidade e disciplina. E como caminhos tão diferentes levam os protagonistas a duelar até o fim.

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