UAI

Recife terá projeto inédito de carro compartilhado

Projeto PortoLeve, no Recife,é o primeiro do Brasil de compartilhamentos de carros. Sistema será similar ao que já ocorre com bikes em algumas cidades

Publicidade
Foto:

Modelo será adesivado. Equipe do Vrum projetou a marca do PortoLeve nas portas

O primeiro passo para um futuro no qual residentes das grandes cidades brasileiras poderão usar os smartphones para planejar itinerários com carros compartilhados será dado no Recife. A capital pernambucana vai ser a primeira cidade do país a implementar um sistema de carros de aluguel, nos moldes das bikes, para viagens de curta e média distância. O serviço funcionará através do projeto PortoLeve e deve ter início em maio. Até lá, o Porto Digital, que responde pela ação, realiza estudos de trajeto e de custo que vão definir o tempo de uso dos veículos e o valor diário ou mensal a ser pago pelos usuários.

 

Inicialmente, o objetivo era colocar carros elétricos nas ruas para serem usados pela população. Como o carro elétrico ainda não tem legislação específica para circulação nas vias de grandes cidades nem é ofertado em concessionárias no país, o Porto Digital optou por tirar o projeto do papel com veículos movidos a gasolina e a álcool. A ideia é migrar para os elétricos no segundo semestre deste ano, quando deve sair a regulamentação do uso desses veículos nos país. Serão disponibilizados três carros modelo Fiat 500 para serem compartilhados. A cor do carro ainda não foi definida, mas ele terá a identidade visual do PortoLeve, usada nas bicicletas do projeto. Cada veículo vai transportar até quatro pessoas.

 

Os carros poderão ser retirados e devolvidos em seis estações: em frente ao C.E.S.A.R., perto do prédio do Porto Digital, no Bairro do Recife; na Estação Central do Recife, no bairro de São José, na Rua Capitão Lima, em Santo Amaro e nos shoppings RioMar e Tacaruna. “A lógica da liberação será a mesma das bicicletas. Como é pioneiro no país, vamos testar se o sistema de carros é viável e se ele será bem assimilado pela população”, pontuou Calheiros. Segundo ele, a expectativa é atrair 200 usuários na fase inicial.

Adepto das bicicletas partilhadas, o engenheiro de sistemas Henrique Foresti, 36, espera o lançamento do projeto. “Um dos grandes problemas da mobilidade do Recife é a quantidade de carros com uma pessoa dentro. Acredito que esse serviço será positivo”. Com o tempo, o modelo recifense poderá ser “exportado” para outras cidades do país. “O objetivo é diminuir o número de carros nas ruas, principalmente do Bairro do Recife”, ressaltou Calheiros. 

 

“Devemos trocar pelo próprio Fiat 500 elétrico até o fim do ano”, informou o diretor de Inovação e Competitividade do Porto Digital, Guilherme Calheiros. Os carros foram cedidos em comodato (empréstimo sem ônus) pela Fiat. Os recursos do projeto vêm do governo do estado e do Ministério da Ciência e Tecnologia. “O orçamento do sistema ainda está sendo fechado, por isso não sabemos o valor que será cobrado ao usuário. Além disso, estamos realizando estudos para definir o tempo de uso de cada carro, que deve variar entre 30 e 60 minutos”, completou a gerente de projetos do Porto Digital, Cidinha Gouveia. Caso ultrapasse esse tempo, será cobrado um valor adicional para cada meia hora excedente.
 

O Vrum detalhou o modelos que será utilizado, o Fiat 500, que passará nas mãos de condutores com perfis bem diferentes. Ideal para pequenos deslocamentos – e com roteiro limitado a seis estações – o 500 compartilhado é mais que um pequeno subcompacto, mas uma grande alternativa de diversão.

 

É DIFERENTE?
Não. "Os carros serão adesivados e não terão alterações mecânicas", de acordo com a assessoria de imprensa da Fiat. O motor é o 1.4 EVO 8V flex. Porém, uma intervenção será realizada no compacto para instalação de um software, que fará parte do contexto do projeto. É provável que o modelo tenha o câmbio mecânico de entrada, mas muitos elementos que agregam valor. Para quem só teve modelos mais "pelados" será uma oportunidade de curtir até um passeio diferente com esse charmoso Fiat. Com um detalhe: dois passageiros grandes irão sofrer no banco traseiro, mas no caso de uma a duas crianças, o percurso ficará divertido.

 

 

 



PREÇO
O projeto ainda não definiu o valor dos trajetos, mas a primeira informação é que o Fiat 500 aumentou de preço (o que sempre foi uma pedra no sapato do carro). Quando lançado no Brasil, importado da Polônia, a unidade chegava perto dos R$ 70 mil, depois começou a vir do México e passou a ser vendido a partir dos R$ 39,9 mil. Agora, o Fiat 500 custa R$ 44.390. Conhecido pelas inúmeras versões apresentadas em todo o mundo, o compacto pode até passar dos R$ 70 mil (o topo Cabrio automático, com kit adicional).

SUBSTITUTO
A expectativa é grande com a chegada do Fiat 500 elétrico até o final do ano para substituir o 500 básico no Projeto PortoLeve. A má notícia é que não há previsão dessa versão entrar em produção, de acordo com a própria Fiat. O modelo elétrico comporta os mesmos quatro ocupantes, porém tem duas grandes vantagens. A primeira é o consumo mas possibilitará redução no custo do serviço. E o segundo é o motor bem mais silencioso do que o a combustão.

 

CONSUMO
O modelo é – segundo o Inmetro – um dos subcompactos mais econômicos do Brasil. Suas médias de consumo dentro do ciclo urbano são 7,2 km/l com etanol e 11 km/l com gasolina, na versão Cult. Só que o usuário do 500 compartilhado não precisará se preocupar com isso, porque abastecimento e manutenção do veículo ficarão a cargo do Porto Digital.