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Produção mundial da Toyota cresce 96,7% em março ante março de 2009

Base fraca de comparação compensa efeito negativo do recall mundial da montadora

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Por Marcílio Souza


Tóquio - A produção global da Toyota cresceu 96,7% em março na comparação com igual mês do ano passado, para 773.297 unidades, depois de ter registrado um aumento de 82,7% em fevereiro. A base fraca de comparação ajudou a compensar o efeito negativo do recall mundial de mais de 8,5 milhões de veículos.

A produção doméstica cresceu 115,2% em março ante igual mês de 2009, para 347.281 unidades, o quinto mês seguido de ganhos. A produção no estrangeiro avançou 83,8%, para 426.016, o oitavo ganho mensal seguido nessa base de comparação.

Em todo o ano fiscal terminado em março, a produção doméstica caiu 5,5%, para 3,207 milhões, e a estrangeira aumentou 9,7%, para 4,072 milhões.

Os dados não surpreenderam o analista Yoshihiro Okumura, da Chibagin Asset Management. Ele disse que os subsídios governamentais para a compra de carros eficientes podem estar ajudando as vendas, mas afirmou que a produção deverá sofrer quando esses subsídios vencerem no segundo semestre.

Na semana passada, a Moody's cortou o rating de dívida de longo prazo da Toyota para Aa2, afirmando que o recall levanta dúvidas sobre a lucratividade do grupo pelo menos até 2012.

Ainda assim, o jornal Nikkei informou em sua edição de sábado que a montadora japonesa poderá registrar um lucro operacional de até 50 bilhões de ienes (US$ 531 milhões, o equivalente a R$ 971 milhões) no ano fiscal terminado em março de 2010, depois de amargar no ano fiscal passado um prejuízo operacional de 461,01 bilhões de ienes. A Toyota disse que o número da reportagem "não se trata de algo que tenha sido formalmente divulgado" e acrescentou que publicará seu resultado em 11 de maio.

Também nesta segunda-feira, a unidade Toyota Motor Credit informou que está oferecendo um bônus de US$ 775 milhões (R$ 1,35 bilhão) lastreado em crédito automotivo. A transação é coordenada pelo JPMorgan Chase, Barclays Capital e Bank of America Merril Lynch. O setor tem sido um dos mais atuantes no mercado de emissões lastreadas por ativos. Dos US$ 20 bilhões emitidos neste ano até o momento, cerca de R$ 35 bilhões, um pouco mais da metade veio do setor automotivo. As informações são da Dow Jones.