Promotores de Stuttgart, no sudoeste da Alemanha, entraram, nesta quinta-feira, no escritório da fabricante de carros de luxo alemã Porsche e apreenderam documentos para investigar uma suposta manipulação das ações da Volkswagen, dias depois de as duas empresas anunciarem detalhes de um acordo de fusão.
A investigação é dirigida contra o ex-CEO da Porsche Wendelin Wiedeking - sob cuja direção a empresa fez uma fracassada tentativa de controlar a Volks - e ao seu ex-diretor de finanças. "Na manhã da quinta-feira, oficiais promotores de Stuttgart entraram nos escritórios da companhia munidos de mandados de busca", confirmou a Porsche, em um comunicado que deixa transparecer poucos detalhes da investigação.
"Os promotores suspeitam de que houve desrespeito aos requerimentos de informação pública e manipulação de mercado", diz o comunicado.
Ações
No ano passado, sob a batuta de Wiedeking, a Porsche tentou comprar uma participação de 75% na Volkswagen, o que lhe daria o direito de controlar a rival maior. Na época, as ações da Volkswagen dispararam na bolsa de Frankfurt e houve comentários de que a Porsche, como acionista da VW, foi uma grande beneficiária da corrida aos papéis da rival.
Por falta de dinheiro, a Porsche nunca chegou aos 75% de participação na Volks - embora já tenha chegado aos 51% - e acabou altamente endividada. Na semana passada, as duas companhias anunciaram um acordo de fusão prevendo a união gradual das duas empresas até 2011. Pelo acordo, a Volks compraria inicialmente 42% da unidade de carros esportivos da Porsche até o final do ano.
Alguns dias depois, a Porsche anunciou um acordo com o governo do Catar para permitir a compra de 10% das ações ordinárias da Porsche SE, uma das empresas do grupo. Um segundo acordo daria ao governo do emirado direito de exercer opções em ações da Volks mantidas pela Porsche.