Rottach-Egern (Alemanha) - Como é que o prezado leitor define um sedã? Um automóvel tradicional, de quatro portas e traseira saliente? Está certo. Mas poderia ser também um sedã de duas portas, como o nosso Chevrolet Monza, que tinha o sedã de duas ou quatro portas.
E um cupê?
Se o prezado arriscou ser um carro com carroceria de duas portas e com o teto descendo suavemente, até a tampa do porta-malas, acertou em cheio. No Brasil, sedã e cupê foram bem exemplificados na linha Opala.
Mas, em 2004, a Mercedes-Benz misturou as bolas e jogou por terra essa classificação ao apresentar seu modelo CLS, que tem linhas típicas de um cupê, porém com quatro portas. Aliás, segundo muitos, o mais belo design da marca nos últimos 30 anos.
Pois não é que a Volkswagen não só adorou a idéia como resolveu copiá-la?
O Passat, um VW quase tão bem-sucedido quanto o Fusca e o Golf, era vendido apenas como sedã e perua. A marca resolveu então investir num cupê e adotou a velha política japonesa (ou nova chinesa…): 'Deu certo? Copia!'
E a receita resultou no Passat CC (Comfort Cupê). Um belíssimo automóvel de quatro portas com as linhas de um cupê. A semelhança com a Mercedes CLS é inevitável.
Fantasma
Mas, além da bela silhueta, a engenharia da VW caprichou no projeto e tem tecnologias pioneiras da marca. Com destaque para um sistema que mantém o carro dentro de sua faixa de rolamento na estrada. Dá até medo testar, mas pode-se tirar as mãos do volante: radares embutidos lêem as linhas pintadas no asfalto (contínuas ou interrompidas) e atuam (como fantasmas) no volante, evitando que o carro mude de faixa ou saia da estrada. Na reta ou na curva.
Outra novidade da marca inaugurada no Passat CC é o 'DCC' (controle de chassis). Uma tecla no console dá três opções ao motorista: comportamento normal, ou mais para o confortável (os norte-americanos vão adorar) ou esportivo, para os apaixonados pelo desempenho. Um computador ajusta a suspensão e a direção de acordo com a vontade do freguês.
Tem mais: na hora de encostar numa vaga, o Park Assist assume o volante e o motorista só se preocupa com acelerador e freio.
Quer mais? Assim como em modelos mais sofisticados, o Passat CC é equipado com o ACC, que freia e acelera automaticamente, para manter o carro a uma distância mínima do veículo que vai à frente. Trocando em miúdos: se o motorista cochila, o carro não bate no da frente…
Mas tem também pneus que se consertam sozinhos quando entra um prego ou parafuso e várias outras maravilhas que a eletrônica proporciona em termos de conforto e segurança.
Motorzão
O jeitão de esportivo do Passat vai muito além do jeitão: a versão topo de linha é que será exportada para o Brasil, com motor V6 de 300 cv e caixa automatizada de seis marchas (DSG) que dá desempenho quase de Porsche: acelera até 100 km/h em meros 5,6 segundos. A velocidade máxima é limitada em 250 km/h.
Além de toda a eletrônica que acerta a suspensão para deixar o carro colado no asfalto em qualquer curva, ainda tem a tração nas quatro rodas (permanente), que faz o motorista esquecer até que está dirigindo na chuva.
Além disso, deve ter tido briga entre os diretores da VW e da Audi, sua prima rica: além de abusar da tecnologia, o Passat ganhou também um acabamento interno primoroso, todo revestido em couro, alumínio, madeira e outros requintes normalmente encontrados em automóveis de classe superior como Audi, Mercedes ou BMW.
Lançado em abril para a imprensa internacional (test-drive entre Munique, terra da BMW, e o belíssimo lago Tegern, na Baviera), o Passat CC começa a ser comercializado em junho na Europa; no segundo semestre deste ano, nos EUA, e no início de 2009 no mercado brasileiro.
Quanto custará? Uns dois mil euros mais que o Passat Sedã. No Brasil, estima-se que chegará por uns R$ 180 mil a R$ 190 mil, mantidas as atuais relações de câmbio.
Ficha Técnica
Características | |
Motor | |
Tipo | Seis cilindros em V |
Posição | Dianteiro, transversaç |
Cilindrada (cm3) | - |
Válvulas | 24 |
Diâmetro/Curso (mm) | - |
Taxa de compressão | - |
Potência (cv/rpm) | 300 a 6.600 |
Torque (mkgf/rpm) | 35,7 a 2.400 |
Combustível | Gasolina |
Transmissão | |
Câmbio automatizado de seis velocidades; tração integral | |
Suspensão | |
Dianteira | McPherson com subchassi |
Traseira | Multilink |
Direção | |
Elétrica | |
Freios | |
Dianteiro | Discos ventilados, com ABS e EBD |
Traseiro | Discos ventilados, com ABS e EBD |
Rodas/Pneus | |
8 x 17 e 235/45R17 | |
Dimensões e Capacidades | |
Comprimento (m) | 4,79 |
Largura (m) | 1,85 |
Altura (m) | 1,42 |
Entre-eixos (m) | 2,71 |
Porta-Malas (l) | 532 |
Tanque de Combustível (l) | 68 |
Peso (kg) | - |
Desempenho | |
0 a 100 km/h (s) | 5,6 |
Velocidade máxima (km/h) | 250 |
Consumo | |
Cidade (km/l) | - |
Estrada (km/l) | - |
Média (km/l) | - |
(*) Jornalista viajou a convite da Volkswagen do Brasil